Coragem e inspiração para o futuro
Bailarino Fransuê Kauã fala sobre sua trajetória no ballet e como foi inspirar mais meninos a ingressarem na dança

Foto: Arquivo JP
Para os admiradores da dança, em particular, do ballet em Pomerode, o projeto Ballet Cultura encanta a todos com apresentações que emocionam e divertem. Parte do projeto desde 2011, Fransuê Kauã é um dos símbolos deste projeto, especialmente por representar os meninos e homens, no mundo da dança.
O bailarino acumula conquistas e apresentações premiadas há alguns anos e integra o Corpo de Baile Municipal desde o ano de 2015. Para Fransuê, que segue se dedicando intensamente à dança, cada momento vivido com o ballet é especial.
“Cada conquista foi importante e de muito esforço. De momentos marcantes na minha trajetória posso destacar a conquista de melhor bailarino no Magical Dance Tour 2019, nos Estados Unidos, cursos de dança que realizei em Londres em 2020, que contribuíram para minha bagagem de conhecimento, a experiência de um festival na Argentina em 2022, outro aprendizado inigualável, foi participar de um festival em alto mar, em um cruzeiro, que ganhei a colocação de melhor bailarino, e premiação para cursos em Nova Iorque. Uma experiência inesquecível que acabou de acontecer foi ter participado do espetáculo O Quebra-Nozes como personagem principal, com certeza foi uma grande responsabilidade e um trabalho incrível”, enumera.
Com uma trajetória de sucesso no ballet, Fransuê se destaca como um dos principais bailarinos do grupo e conquistou o carinho e a admiração da comunidade pomerodense e fora da cidade. No entanto, nem sempre o caminho foi tranquilo para ser percorrido, e sim com desafios a serem superados, sendo um deles justamente a questão do gênero.
“Com certeza um desafio enfrentado no início foi o preconceito, até porque realmente não tinham meninos que dançavam em Pomerode. Com o tempo o preconceito foi se tornando admiração e hoje em dia é bem difícil presenciar alguma situação que me deixe desconfortável”, revela Fransuê.
A perseverança diária ao continuar sua trajetória na dança não só rendeu a admiração da comunidade como um todo, como também passou a ser inspiração para outras pessoas. Isso porque, depois de Fransuê ter começado a fazer parte do ballet e se destacado na dança, outros meninos decidiram seguir o mesmo caminho.
Atualmente, segundo a coordenadora do Ballet Cultura, Andréa Ianetta Hradec, oito meninos fazem parte do projeto, também escolhendo a dança como atividade para o dia a dia. Para o bailarino, ser uma inspiração também é motivo de orgulho. “É um prazer e uma conquista muito grande ter mais meninos continuando o legado na dança. Tanto a sociedade quanto o Ballet ganham com isso”, garante.
Segundo Fransuê, apesar dos percalços pelo caminho, houve sempre uma constante em sua vida, que lhe ajudou a ter vontade de prosseguir.

Fransuê durante o espetáculo “O Quebra-Nozes”. (Foto: Arquivo JP)
“Acredito que o que me motivou e continua me motivando é o meu amor pela dança. Ver a emoção e os elogios depois de cada performance é o que me move. Conseguir transmitir com a dança um sentimento que com palavras não sei expressar”, destaca.
O sucesso na dança também já proporcionou ao bailarino sonhos para o futuro. Fransuê comenta que pretende trabalhar com a dança e conseguir viver por meio dela, de alguma forma. Mesmo assim, pretende cursar a faculdade, também, embora seu maior sonho na vida esteja ligado à dança.
“Que de alguma forma eu consiga comover alguém com o poder da minha dança. Viver da dança também é um grande sonho”, declara.
Por fim, Fransuê enaltece a sua gratidão pelo carinho recebido da comunidade, sempre, e incentiva as pessoas que sonham em dançar a não deixarem de lado a sua vontade. “Gostaria de agradecer pela oportunidade de sempre aqui no Jornal e falar que não desistam dos seus sonhos sejam eles qual forem, pois no final tudo vale a pena”, finaliza.