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Amamentação: um ato de amor

Mês de conscientização sobre a amamentação enaltece as mães que se dedicam a este momento tão importante

7 de agosto de 2022

Paola amamentando o caçula Lucas, na companhia da filha mais velha, Laura. (Foto: Arquivo pessoal)

A amamentação é um momento importante para a criação do vínculo entre mãe e bebê, além de ser a principal fonte de nutrientes para a criança, em seus primeiros meses de vida.

Por este motivo, existe a campanha de conscientização intitulada Agosto Dourado, enaltecendo, ao longo de seus 31 dias, a importância do ato de amamentar. E, em 2022, o tema é “apoiar a amamentação é cuidar do futuro”.

Quando falamos sobre amamentação, as protagonistas da história são as mamães, é claro, as grandes responsáveis por este ato tão fundamental para a saúde dos bebês e, também, para a relação dele com as mães. Os relatos sobre o assunto são variados, mas os benefícios da amamentação são enaltecidos por praticamente todas elas.

Paola Nishimura, de 35 anos, é mãe de Laura, de seis anos, e de Lucas, de oito meses. A psicóloga teve duas experiências distintas relacionadas à amamentação. A primeira delas, da primogênita Laura, foi bem sucedida, graças à grande vontade que ela tinha de conseguir amamentar a filha.

“Eu tinha um desejo muito grande de amamentar a minha filha, em partes porque eu queria ir contra uma cultura na família que as mulheres ouviram muito que não tinham corpos bons o suficiente para parir e amamentar, e eu queria conseguir realizar este ato tão importante. Na época, antes de a Laura nascer, eu tive poucas informações, apenas um apanhado geral, e achava que o ato de amamentar é mais intuitivo, que acontecia quase que naturalmente para a mulher. Depois que a Laura nasceu, eu soube que não era bem assim”, conta Paola.

Devido à hipertensão, o parto de Laura precisou ser induzido, quando a gestação estava próxima das 37 semanas. Por isso, o crescimento da pequena foi abaixo da idade gestacional, o que gerou a necessidade ainda maior de uma boa nutrição, assim que ela viesse ao mundo.

“Ela nasceu em Florianópolis e eu tive o apoio lá, uma série de orientações foram passadas a mim e eu pude começar com o apoio necessário. Logo descobri que tinha uma grande produção de leite e, por isso, precisava me atentar à necessidade de fazer a ordenha e cuidar para não desenvolver uma mastite. Consegui muito apoio no banco de leite, cujas profissionais me ajudaram muito na questão da ordenha e eu, inclusive, fui doadora de leite materno”, revela a psicóloga.

Já em Pomerode, quando houve uma dificuldade na pega do peito por parte da filha Laura, Paola buscou o posto de saúde e uma das enfermeiras trouxe uma ajuda fundamental, sendo atenciosa pelo tempo que foi necessário, para que Paola conseguisse superar a dificuldade.

Por isso, a psicóloga destaca a importância de uma rede de apoio profissional e familiar para a mulher que deseja amamentar, quando se torna mãe.

“Ter estes profissionais foi muito essencial e tudo o que eu precisava era de orientação. Para quem é mãe de primeira viagem, acaba ficando muito desorientada. Também os familiares e o companheiro devem estar prontos para apoiar e ajudar quando necessário, pois nós, mães, não conseguimos dar conta de tudo sozinhas. A amamentação vai muito além do nutrir, é uma forma de contato com seu filho, e um momento importante para se reconhecer como mãe e, para amamentar, a mãe precisa estar preparada, saber quem procurar quando algo não der certo”, destaca.

A primeira filha de Paola mamou até perto dos quatro anos de idade. Como ela precisava ser muito bem nutrida, pela condição de seu nascimento, o foco da psicóloga foi inteiramente neste objetivo. E, graças à amamentação exclusiva com leite materno pelo tempo orientado, ela se desenvolveu bem.

“Continuamos dando leite materno a ela mesmo quando ela começou na creche e eu voltei a trabalhar. A creche municipal permitia que eu fosse em alguns períodos para amamentá-la, em uma sala especial para a tarefa. Quando não consegui ir mais, eu retirava o leite em casa, congelava e deixava na creche, para que fosse dado a ela”, relembra Paola.

Na segunda gestação, a psicóloga disse que estava mais preparada para o que viria a seguir e sabia que precisava de orientação especializada. Por isso, buscou os serviços de uma doula, de uma médica e uma enfermeira obstetras e de uma consultora de amamentação, que foram essenciais na prepação para o nascimento do segundo filho.

“Toda mulher que tem este desejo de amamentar o seu filho deveria procurar uma consultora de amamentação. Para mim, ela foi muito importante neste preparação. Eu tive um suporte muito importante, que foi essencial para que as minhas experiências dessem certo. A sociedade precisa ter um olhar para a mulher que amamenta, pois vai muito além da nutrição do bebê, é também a primeira forma de vínculo, afeto e apego entre mãe e bebê, que irá promover um desenvolvimento saudável para aquele ser humano. Na amamentação já se promove qualidade de vida”, finaliza Paola.

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