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A transição de mãe para avó

Diretora explica mudanças na vida ao receber a notícia de que a filha estava grávida. Para uma menina que será mãe, ainda na adolescência, certamente, a descoberta não é fácil.

12 de maio de 2019

Qual a mãe que não deseja que seu filho conquiste seus sonhos e seja bem sucedido na vida? Acho que todas têm este sonho, mas nem sempre a vida segue o rumo que os pais planejam, desde o momento do nascimento.

Uma situação como esta foi a que aconteceu com mãe e filha. Margareth Ripp é educadora e atua, hoje em dia, como diretora em uma escola de Jaraguá do Sul. Seu objetivo era que sua filha, Nadine Butzke Kempczynski, completasse seus estudos e ingressasse em uma boa faculdade, para se profissionalizar. Mas nem sempre a vida segue o rumo planejado e, no fim do ano passado, Nadine descobriu que estava grávida, aos 17 anos de idade.

Para uma menina que será mãe, ainda na adolescência, certamente, a descoberta não é fácil. Mas para a mãe desta adolescente, a experiência também exige adaptação e compreensão, para que consiga oferecer suporte neste momento.Margareth conta que ela e a filha sempre tiveram muito diálogo e eram muito abertas em relação a contar o que estava acontecendo na vida da filha. E por isso, Nadine sempre teve muita confiança na mãe, sendo a primeira pessoa procurada quando suspeitou da gravidez.

“Um dia eu estava voltando da escola e a Nadine me mandou uma mensagem no WhatsApp, pedindo para que eu parasse em uma farmácia e comprasse um teste de gravidez, porque ela disse que estava agoniada com a dúvida e queria esclarecer logo”, relembra Margareth.
Segundo ela, ficou surpresa com o pedido, pois sempre pensou que isso não aconteceria, mas reconhece que sabe que a filha recorreu a ela por confiar na mãe e saber que seria a melhor pessoa naquele momento. Quando o teste deu positivo, Margareth admite que ficou em choque e, no dia seguinte, foram fazer um exame de sangue, que confirmou a gravidez.

“Eu não tive reação, em um primeiro momento e foi assim por alguns dias, sem conseguir reagir a esta notícia e sem saber muito o que fazer. A primeira coisa que eu pensei foi que isso não poderia ter acontecido, porque sempre busquei passar muita orientação à Nadine sobre a importância de prevenir. Sempre respondi às perguntas dela e orientei sobre o uso dos anticoncepcionais quando ela começou a namorar, mas aconteceu”.

Outro pensamento que dominou a sua mente, no início, foi sobre como seriam as coisas a partir daquele momento. A Nadine ainda está no Ensino Médio e, por isso, não trabalha. Então, naturalmente, a mãe ficou preocupada em como seria a estrutura emocional e financeira para criar a criança.

“Sendo bem sincera, assim como na postagem que eu fiz em meu Facebook, primeiramente foi como um luto, pois a minha filhinha havia ido, mas pedi perdão a Deus, porque é uma vida que está sendo gerada e isso sempre é uma bênção. Por isso, precisei administrar o que eu sentia, para poder ajudá-la. Quando o sentimento começou a mudar, conversei com amigas, que mostraram o outro lado da situação e, realmente, a emoção mudou quando fizemos o primeiro ultrassom e pude ouvir o coraçãozinho da Lara batendo”, revela Margareth.

Um dos pontos que a diretora ressalta é que sempre pensou em como poderia ajudar, buscando que a sua filha e seu genro percebessem que precisavam assumir a responsabilidade por aquela nova vida, claro, sempre objetivando o melhor. Margareth afirma que ajudará na questão financeira no que for necessário, bem como, na emocional. 

“Para quem está nesta situação, o melhor a fazer é respirar fundo e tentar não falar coisas agressivas, pois, para a adolescente, também é um momento difícil. Eu li muito, procurei depoimentos na internet e vejo que outros já passaram por isso. Vi meninas que não eram apoiadas pelos pais, o que elas sentiam e me coloquei no lugar, o que é muito importante”, ressalta.

Margareth conta que a Nadine aceitou logo de cara a ideia de ser mãe e que está muito feliz em ter a família dela. E, também, muito apoio foi recebido de terceiros, na Igreja, na família e por colegas de trabalho de Margareth.

“A palavra principal é acolher, estar ali para o que precisar, mas deixando que ela e o namorado entendam que precisam assumir a responsabilidade. Por isso, preferi que os dois fossem morar juntos, em um local só deles, para que amadureçam e cresçam juntos. Eu estou muito curiosa para ver o rostinho da Lara e espero que seja uma criança que nos traga muita felicidade. Quero ser avó e curtir a minha neta”, finaliza.

 

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