A flor típica do mês de agosto
Azaléias colorem a cidade durante o oitavo mês do ano, durante o inverno
D. Inge sempre cuida com carinho de seu pé de azaléias. (Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)
Quando chega o período entre o fim do mês de julho e o início de agosto e, também, o inverno, é comum vermos os jardins da cidade coloridos em tons de rosa, vermelho e branco, com a florada das azaleias. A flor é conhecida como a variedade típica de agosto e colore a paisagem durante esta época do ano.
No jardim de Inge Lach, de 56 anos, o mês de agosto chega já com a florada da azaleia. A pomerodense comenta que este pé da espécie já está no terreno há mais de 60 anos e mantém-se firme todos os anos, colorindo a propriedade no mês de agosto.
“Eu moro aqui há 40 anos e a minha sogra já cuidava do pé de azaleia, antes de mim. Depois, quando viemos morar aqui, eu passei a cuidar da flor, também, e a planta está bem até hoje, sempre florescendo no mês de agosto”, comenta.
Dona Inge afirma que adora cuidar do jardim e da azaleia. Quando chega o mês da florada, ela garante que se enche de orgulho por ver o pé todo florido.
“Cuido do jardim sempre que posso, adoro flores, plantas, coisas verdes, que podemos usar como enfeites em casa. Sempre que tenho um tempo estou cuidando do jardim. Tenho muitas rosas e plantas na minha casa, gosto muito disso, de me dedicar ao meu jardim”, reitera.
Uma flor de inverno
A azaléia (Rhododendron simsii), é uma planta natural do Japão, país que possui características climáticas que vão desde o clima subtropical (mesmo clima do Sul do Brasil) até o temperado continental frio. O engenheiro florestal Ney Marcos Rocha explicou que este é um dos motivos que a aclimatação da azaléia no Brasil é tão simples e eficiente.
Tradicionalmente, é uma flor de fácil cuidado e o melhor lugar para cultivá-la é em áreas externas. Ela não necessita de proteção do sol, é muito resistente, mas é sempre bom fornecer um pouco de sombra, para que solo se mantenha úmido. No entanto, segundo Rocha, é possível também cultivá-la em ambientes internos, desde que haja condições favoráveis para o crescimento.
“O plantio em áreas internas só será possível com o uso de estufas, com iluminação artificial, suplementação nutricional e muito cuidado. A azaléia gosta de muita luz e sol, plantas com estas características são complexas para o uso em ambientes internos. Essa espécie de planta é considerada rústica, ou seja, de fácil adaptação. Isso não quer dizer que ela não possua uma condição preferida. As azaléias gostam de solos bem drenados, por isso deve-se preparar a cova ou o vaso com uma parte de terra de jardim para uma de areia. Não é necessário a calagem (colocar calcário no solo) pois elas gostam de solos ácidos”, explica o engenheiro florestal.
O especialista ressalta, no entanto, que é necessária atenção com a azaléia, já que ela é tóxica e o cuidado deve ser com crianças e animais. Segundo um estudo da faculdade de Veterinária e Zootecnia da USP, constatou-se que está planta é responsável por um grande número de intoxicações de animais domésticos.
“Seu princípio ativo é a andromedotixina, uma substância cuja ingestão pode causar distúrbio digestivos até seis horas após o animal ter comido a planta. Além disso, ele causa alterações no débito cardíaco (volume de sangue que é bombeado pelo coração em um minuto). Fica aqui uma sugestão, existe uma técnica denominada “horticultura terapêutica”. Consiste em processos que utilizam plantas e atividades relacionadas a plantas que propiciam uma melhoria no bem-estar do participante através do seu envolvimento. Então que tal aumentar o nosso contato com a natureza e aproveitar todos os benefícios que ela nos proporciona? Plantar faz bem pra todo mundo”, enaltece Rocha.