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Viagem em um pedaço de papel

Qualquer tipo de coleção impressiona. Talvez a mais conhecida e também a mais praticada seja a filatelia, ou seja, a coleção de selos.

1 de junho de 2015

Qualquer tipo de coleção impressiona. Talvez a mais conhecida e também a mais praticada seja a filatelia, ou seja, a coleção de selos. Muitos destes apaixonados possuem uma verdadeira fortuna, devido à valorização destes pequenos pedaços de papel, que contam muitas histórias. No dia 01 de agosto, foi comemorado o Dia Nacional do Selo, em virtude da publicação do primeiro exemplar no Brasil, em 1843, a famosa série Olho-de-Boi, sendo o segundo país no mundo a emitir selos. Esta pequena estampilha resolveu o problema mundial das correspondências, pois houve épocas em que as cartas eram pagas no destino e se o destinatário não pudesse pagar, a correspondência era devolvida.
O selo, sem dúvida, foi das mais importantes contribuições na área das comunicações, bastando analisar o volume de correspondências emitidas em todo o mundo. Há também o precioso interesse dos filatelistas nesta valiosa coleção, pela raridade de alguns destes exemplares, que podem valer muito dinheiro.
Com o passar dos anos, em 1938, surgiu o primeiro selo comemorativo, em homenagem à primeira Exposição Filatélica Internacional (Brapex), no Rio de Janeiro. A partir da ECT, em 1969, artistas plásticos e desenhistas promissores foram contratados para melhorar a qualidade das estampas nas novas emissões da Casa da Moeda, que foi reequipada para garantir uma emissão compatível com os novos padrões.
Há aqueles que vivenciam esta paixão desde muito pequenos. Um exemplo em nossa cidade é Philipp Albert Schroeder, de 26 anos, que desde os 11 possui uma coleção respeitável de selos. Tudo começou com os meus pais, que já possuíam uma pequena coleção. Comecei a interessar-me e, como tinha muitos contatos, conseguia muitos deles como forma de doação. Os funcionários da Agência dos Correios de Pomerode também ajudaram muito, avisando-me sobre os lançamentos, os quais comprava, caso houvesse interesse. Com isso, cheguei a cerca de seis mil selos, de mais de cem países deiferentes, relata o jovem.
Um dos mais antigos que possui, segundo o colecionador, é o Olho-de-Cabra, um dos primeiros a serem lançados no Brasil. Tenho alguns da Segunda Guerra Mundial também, que são bem antigos. Mas, como bom tricolor, os meus preferidos são os alusivos ao cinquentenário e ao centenário do Fluminense, de 1952 e 2002, respectivamente. Esses, eu não venderia por dinheiro nenhum deste mundo, ressalta.
Além dos selos, ele também possui peças referentes ao 1º dia de circulação dos selos. Trata-se de um documento, numerado, que tem, além do selo, o carimbo de primeira circulação. Eles valem mais do que o selo propriamente dito, pois são séries limitadas, conta.
Outro dado interessante que agrega valor ao selo é ele possuir todos os ‘picotes. Por isso, uma técnica muito interessante para descolá-lo de uma correspondência é molhar a carta em água quente. Com isso, o selo se soltará com facilidade. Para secar, basta coloca-lo em um papel higiênico, que irá absorver toda a umidade e você terá uma peça intacta, acrescenta.
Mesmo sem muito tempo para aumentar sua coleção, ele guarda todos com muito cuidado, para que um dia, possa continuar a sua paixão. Eu digo isso porque, com o advento da tecnologia digital, os selos estão cada vez mais raros. Além disso, colecionar selos me fez ‘viajar pelo mundo, sem sair de casa. Cada selo representa algo, alguma passagem, uma história. Por isso, tenho certeza que esta prática de coleciona-los não deva acabar tão cedo, finaliza.

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