Uma trajetória marcada na história de Pomerode
Em apenas oito meses, a equipe de voleibol de Pomerode deixou sua trajetória marcada na história do esporte do município.
Pomerode sediou a fase classificatória regionalizada do Grupo VI da Liga Nacional 2008, maior competição nacional de voleibol de clubes do mundo, em julho do ano passado. A ADP/Funpeel/Cativa integrou o Grupo VI com mais oito equipes: AJOV (SC), Furb/FMD/Bluvôlei (SC), APAV (SC), Alfa/Poliedro/Cascavel (PR), Circulo Militar/D.Bosco (PR), Araucária/Tuiuty (PR), Languiru/Martin Luther (RS) e Bento Vôlei/S.J.R. Preto (RS).
As meninas do voleibol de Pomerode alcançaram a classificação para a fase final, sendo vice-campeãs na Etapa Classificatória Regionalizada do Grupo VI. A vencedora foi a Furb/FMD/Bluvôlei.
Logo, o time pomerodense alcançou o vice-campeonato da Liga Nacional de Voleibol 2008. As disputas da fase final da competição foram realizadas em Fortaleza (CE), de 26 a 31 de agosto, no Ginásio Marista, e reuniram os oito melhores times da fase classificatória no naipe feminino e os oito classificados no masculino. As meninas do voleibol de Pomerode conquistaram o 1º lugar da Chave e disputaram o título da competição contra a Pitágoras/Praia Clube/Futel (MG) no dia 31/08, domingo, às 18 horas. Em 01h25min de partida, a Pitágoras/Praia Clube/Futel (MG) venceu por 3 sets a 0 (25/12, 25/20 e 25/18). A 3ª colocação na Liga Nacional ficou com a Furb/FMD/Bluvôlei (SC) que derrotou o Clube Fênix de Rio Verde (GO).
O próximo passo da Cativa/Pomerode foi o ingresso à Superliga 2008/2009, garantido com o vice-campeonato da Liga Nacional. As equipes classificadas em 1º e 2º lugares na Liga Nacional Masculina e Feminina 2008 tiveram direito à habilitação para a Superliga 2008/2009, desde que cumprissem as exigências estabelecidas no regulamento da competição.
O primeiro jogo na Superliga foi disputado contra a atual pentacampeã, Rexona-Ades (RJ), comandada pelo técnico Bernardinho. O time pomerodense acabou perdendo na estreia por 3 sets a 0. Parciais de 25×14, 25×19 e 25×14. O jogo foi realizado no dia 29/10, quarta-feira, às 19 horas, no Ginásio do Tijuca Tênis Clube, no Rio de Janeiro.
A Cativa/Pomerode integrou o Grupo A da competição juntamente com a Rexona-Ades (RJ), São Caetano/Balusiegel (SP), Vôlei Futuro (SP), Mackenzie/Cia. do Terno (MG) e Brasil Telecom (SC). A equipe pomerodense terminou a Superliga na 12ª colocação geral, com 24 pontos, entre os 12 times participantes. No Grupo A, as meninas de Pomerode ficaram em 6º lugar com cinco pontos, sendo a líder a Rexona-Ades (RJ), com dez. Na Chave B, a liderança ficou com o Finasa/Osasco (SP), com dez, seguida do Pinheiros (SP), com nove.
Ainda em novembro de 2008, o time de Pomerode perdeu a medalha de bronze do Campeonato Estadual Adulto Feminino de Voleibol para a Furb/Bluvôlei.
No mês de abril deve ser reapresentado o time de voleibol feminino de Pomerode. Conforme o técnico Maneca, a base será o mesmo grupo, que tem condições de jogar dentro do Estado. “Queremos manter 80% do grupo, senão compromete internamente. No ponto de vista técnico e tático, precisamos de investimento em jogadoras de extremidade. Mas isso também depende do interesse das atletas. É hora de dar um passo a mais, fazer alguns ajustes. Mas precisa ser algo sólido e estabilizado”, diz Maneca.
O objetivo da composição da equipe é a preparação para os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc); a Liga Nacional, com foco para a etapa Sul e Nacional; e também para a Superliga. A Liga Nacional provavelmente iniciará em julho e a intenção é Pomerode sediar novamente. “O foco é fazer um investimento para montar uma boa equipe e sediar fica em segundo plano”, comenta Maneca.
O que diz o técnico Maneca
Em entrevista à redação do Jornal de Pomerode, o técnico da equipe de voleibol de Pomerode, Maneca, avaliou a participação na Superliga, experiências e a contribuição para o município.
Jornal de Pomerode – Como você avalia a experiência de Superliga?
Maneca – Aprendemos bastante com a participação na Superliga. No começo é chocante. Não acreditávamos que conseguimos chegar à Superliga. Depois a gente se acostumou com a competição até chegar a despertar novamente e perceber o nível da disputa. Dizíamos a nós mesmos: “poxa, estamos na Superliga”. Foi tudo muito rápido. A maior dificuldade foi a surpresa da conquista da vaga para a competição.
Foi uma experiência sensacional. Sabíamos do desafio e que tínhamos que trilhar passo a passo. A Superliga é ponto máximo do perfil dentro do país. Com certeza, foi uma experiência que muda a vida e a forma de pensar. Conhecemos muitas pessoas, muitos times e também muitos nos conheceram. Tudo soma bastante na bagagem cultural e esportiva, vimos muito nesse Brasil, como ginásios e estruturas muito grandes. Foi um trabalho cansativo, mas ao mesmo tempo, uma experiência excelente e ímpar.
JP – Quais foram as contribuições que a participação na Superliga trouxe para Pomerode e para o esporte do município?
M – Vamos colher bons frutos em geral com essa participação. O nome de Pomerode foi expandido a âmbito nacional e todas as equipes que estiveram aqui elogiaram a organização.
A disputa da Superliga não vai refletir somente no voleibol. Agora, todos de diferentes modalidades acreditam que podem e isso é bom para o esporte da cidade. Ainda é necessário um crescimento na parte estrutural, mas o interesse das modalidades é bom.
Não é pretensão de o voleibol ser exclusividade, queremos levar o nome de Pomerode para todo o Brasil e ser exemplo para outras modalidades.
JP – No início, quais eram as perspectivas? Foram alcançadas?
M – Quando fizemos o projeto, em 2003, junto à Associação Desportiva Pomerana (ADP) sabíamos que íamos projetar Pomerode a âmbito nacional. Tínhamos conhecimento de que se não trouxéssemos atletas de fora, não daria certo, pois tudo contribui para a divulgação do nome de Pomerode. O grande investimento é tratar bem as jogadoras, pois isso se torna o cartão postal. Sem isso, não há condições.
Choco Leite, TDV e Malhas Treze foram os patrocinadores com investimento considerável na época, além do comércio local que é muito parceiro. Também sempre tivemos a parceria com a Administração Pública.
O conhecimento que possuíamos não era vago, sabíamos onde podíamos ganhar e perder. Mas era o que tínhamos. Conhecíamos muito bem a estrutura da nossa equipe. A experiência que tínhamos com atletas já era vista. Agora foi confirmado. Para a estabilização, leva algum tempo. O time tem limitações físicas e técnicas, mas em termo de interação em grupo está bem.
JP – Em relação à torcida, o que precisa melhorar?
M – É necessário melhorar com o tratamento da torcida. Ela precisa ser bem atendida e precisamos aprimorar em alguns aspectos. Sabemos que resultados são importantes, mas no contexto da competição é impossível. Sabemos que temos torcedores fiéis. A tendência também é que eles tenham mais conhecimento sobre a modalidade.
JP – Para finalizar, algum apontamento?
M – Quando fizemos a composição da Comissão Técnica, procuramos valorizar profissionais de Santa Catarina para integrar a mesma. É uma forma do conhecimento se expandir dentro do Estado.
Também gostaria de destacar o trabalho do supervisor Zé. Quando começamos tivemos algumas ilusões, pensamos que era mais fácil. Ele tinha os caminhos encurtados e contribuiu muito para acelerar o processo. É uma pessoa tranquila e deu todo o suporte necessário.
Próximos passos
Em apenas oito meses, a equipe de voleibol de Pomerode deixou sua trajetória marcada na história do esporte do município. Neste período, desde julho de 2008, as meninas que representaram Pomerode ficaram entre as quatro melhores de Santa Catarina, no Campeonato Estadual Adulto Feminino de Voleibol; foram vice-campeãs da Liga Nacional 2008; e com isso, garantiram vaga para a Superliga 2008/2009, sendo a primeira vez que Pomerode participa da competição, que reúne os melhores times do país.