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Uma segunda chance para viver

Conheça a história de superação de Mara Lúcia Nunes de Lima Oliveira.

25 de dezembro de 2022

Foto: Bob Gonçalves / Jornal de Pomerode

Na maioria das vezes, as adversidades nos trazem desgosto, aflição, medo… Só que, quando lidamos com elas de maneira positiva, enfrentá-las se torna mais fácil.

Mara Lúcia Nunes de Lima Oliveira teria todos os motivos para desistir de viver.
Após enfrentar três cirurgias cardíacas e, por conta disso, ter suas duas pernas amputadas, ela não desistiu, e com a ajuda do esposo, Alan, vem se reerguendo, junto com sua família, na cidade mais alemã do Brasil.

Natural de Goiás, onde tudo aconteceu, Mara e seus familiares residem em Pomerode desde junho deste ano.

“Em 2014, precisei trocar minha válvula aórtica, por conta de uma febre reumática, na infância. Ela teria uma ‘validade’ de 10 a 15 anos, mas durou apenas cinco. Então, no início de 2020, fiz uma nova cirurgia e, por recomendação médica, foi colocada uma válvula metálica, que seria para a vida toda”, diz.

Só que, cerca de 30 dias depois, uma nova intervenção cirúrgica foi preciso, pois o corpo “rejeitou” a válvula metálica, desenvolvendo uma trombose.

“Eu tossia sangue, por conta da hemorragia interna. Por isso, fiz minha terceira cirurgia cardíaca e uma nova válvula biológica foi implantada, o que cessou as minhas dores. Só que, um dia, esqueci de tomar um dos remédios e comecei a ter febre muito alta. Era época de Dia das Mães e precisei ser internada às pressas, com suspeita de endocardite. Por conta do quadro clínico grave, os médicos precisaram amputar minhas duas pernas e um dos dedos de minha mão”.

 

Mara, na época em que estava hospitalizada | Foto: Divulgação

 

Mara conta que era o auge da pandemia da Covid-19, mas, mesmo assim, a psicóloga do hospital onde estava internada recomendou que seu marido a visitasse na UTI.

“Ele parecia um astronauta (risos), por causa das roupas que precisava vestir. Mas a sua presença me fortalecia, me dava muita paz, tanto que fui melhorando aos poucos e tive alta, no dia 31 de julho”, ressalta.

 

Mudança de vida

Por toda a situação, Alan precisou deixar seu emprego de motorista, onde trabalhava há 13 anos, para se dedicar à esposa e aos filhos – Rafael, Andy e Prince.

“Tivemos que vender tudo, inclusive, uma chácara que tínhamos em Hidrolândia (GO). Então, para que pudéssemos tentar uma nova vida, viemos para Timbó, em 2021, com duas cadeiras de roda e as malas. A Mara sempre teve o sonho de morar no Sul do Brasil, pois ela acha essa terra linda. E como meus descendentes são daqui, resolvemos vir. Logo depois nos mudamos para Pomerode”, frisa o marido.

 

Dificuldades não tiram a alegria de viver de Mara | Foto: Bob Gonçalves / Jornal de Pomerode

 

Aqui, a família tem toda a assistência do Setor da Saúde e Alan, que trabalha na Kyly, consegue manter as necessidades básicas da esposa e filhos. Mesmo assim, eles encontram dificuldades.

“Eu tenho uma prótese, doada pelo SUS, mas que não é a ideal, pois me machuca muito e limita meus movimentos. Não reclamo, sou grata por poder fazer pequenas caminhadas, mas com uma prótese adequada, eu poderia, inclusive, terminar meus estudos e realizar o sonho de ser professora e ministrar projetos de ensino em escolas de Pomerode”.

Além do dom de ensinar, Mara é autodidata em inglês e já está aprendendo, sozinha, o idioma alemão. Tamanha garra sensibilizou Gilmar Greuel, que resolveu tornar pública a história, a fim de ajudar a família.

 

Casal, junto com o amigo Gilmar Greuel | Foto: Bob Gonçalves / Jornal de Pomerode

 

“Eles são pessoas boas e sei que o povo de Pomerode tem esse lado altruísta. Por isso, tenho a certeza de que conseguiremos estas próteses, que a Mara tanto precisa, para que ela possa voltar a ter uma vida normal”.

Quem quiser conhecer um pouco mais sobre esta família guerreira, ou ainda, obter informações sobre as próteses e seu custo, pode entrar em contato pelo 47 98422-2899.

A família também criou uma Vakinha On-line, que pode ser acessada AQUI.

“Tanto a Mara, quanto o Alan e seus filhos, só desejam ter uma vida tranquila e digna. Assim como eu me sensibilizei, sei que outras pessoas também terão o mesmo sentimento”, finaliza Greuel.

 

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