Trabalhando em prol da causa animal: conheça a história do biólogo Gilberto Duwe
Biólogo Gilberto Duwe fala sobre trabalho na Fujama e vídeos de resgate de animais que fazem sucesso nas redes sociais

Foto: Arquivo pessoal
Desde a infância, Gilberto Duwe demonstra afinidade com a fauna. Ele se interessava por animais, assistia a documentários e programas de televisão sobre diferentes espécies, e explorava os arredores em busca de exemplares da fauna local. Ao assistir à atuação de biólogos em documentários, ele percebeu que desejava seguir a mesma carreira. Esse interesse precoce foi essencial para direcionar sua trajetória profissional e consolidar sua atuação como biólogo em Jaraguá do Sul.
Atualmente, Duwe integra a equipe da Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente (Fujama), onde atua há 15 anos. Ele iniciou como estagiário na área de educação ambiental, passando por setores como licenciamento ambiental e pesquisa. Desde 2017, ele participa ativamente no resgate de animais silvestres, trabalho que realiza em parceria com Christian, também membro da fundação. Além dessa função, Duwe desempenha atividades relacionadas a licenciamento, fiscalização e emissão de licenças ambientais, especialmente no setor industrial. Apesar de essas responsabilidades serem extensas, ele encontra tempo para se dedicar ao trabalho de resgate, que descreve como uma atividade que realiza com muito gosto.
O trabalho de resgate de animais, segundo Duwe, é uma atividade adicional que realiza com dedicação. Quando Christian está ocupado com outras tarefas, Duwe assume as responsabilidades relacionadas aos resgates. Ele relata que a demanda por esse tipo de serviço vem aumentando, não apenas em Jaraguá do Sul, mas em outras regiões do país, refletindo a necessidade de profissionais especializados nessa área. Esse aumento na demanda está relacionado ao avanço das áreas urbanas sobre habitats naturais, que acaba gerando maior contato entre pessoas e animais silvestres.
Ao longo de sua experiência, Gilberto Duwe participou de diversas situações inusitadas. Em 2017, ele e Christian realizaram o resgate de uma capivara de cerca de 50 quilos que havia ficado presa em uma lagoa que foi esvaziada, coberta de lodo. A operação durou quase duas horas, sob chuva, mas terminou com a remoção bem-sucedida do animal para uma área segura.
Segundo ele, resgates de capivaras geralmente são os mais trabalhosos devido ao tamanho e ao peso do animal, exigindo esforços significativos e condições adequadas para garantir a segurança de todos os envolvidos.
Outro resgate marcante ocorreu em 2023, quando uma cobra caninana foi encontrada dentro do berço de um bebê, em uma residência. Apesar de a criança não estar presente no momento, a situação destacou a importância do trabalho de resgate e a necessidade de orientação para lidar com animais silvestres em áreas urbanas. Casos como esses ressaltam a relevância do trabalho de resgate, não apenas como uma medida de proteção à fauna, mas também como uma forma de garantir a segurança das pessoas.
Os resgates não apenas garantem a segurança de pessoas e animais, mas também contribuem para a educação ambiental. Segundo Duwe, muitos seguidores das redes sociais relatam que aprenderam como agir ao se deparar com animais silvestres, como serpentes ou gambás. Esse conhecimento pode ser crucial para evitar acidentes e preservar a vida dos animais. Ele observa que, muitas vezes, a falta de informação leva a atitudes precipitadas, como o extermínio desnecessário de animais que não oferecem risco.

Foto: Arquivo pessoal
Gilberto Duwe também utiliza as redes sociais como ferramenta para disseminar informações sobre o meio ambiente e compartilhar experiências de resgate. Ele é mais ativo no Instagram e TikTok, enquanto plataformas como YouTube e Facebook recebem menos atenção devido à limitação de tempo. Todo o processo de produção de conteúdo é realizado por ele mesmo, desde a criação de roteiros até a edição dos vídeos. Apesar das dificuldades em manter a frequência das publicações, ele considera importante usar esses canais para educar e conscientizar a população.
O retorno do público é significativo, especialmente por parte de crianças que se interessam pelos animais e adultos que buscam aprender sobre o tema. Ele destaca a interação direta com os seguidores e o impacto positivo que essa comunicação gera na formação de consciência ambiental. Muitas vezes, o contato se estende para situações presenciais, onde pessoas reconhecem seu trabalho e relatam como as informações compartilhadas fizeram diferença em situações do cotidiano.
A Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente foi criada em 2005 por meio de uma lei complementar municipal. Uma das principais atribuições do órgão é a captura de animais silvestres encontrados em áreas urbanas, garantindo sua reintegração ao habitat natural em áreas de mata preservada. As serpentes lideram a lista de animais resgatados, variando entre espécies não peçonhentas, como as Dormideiras, e peçonhentas, como Jararacas e Corais. Além dos resgates, a Fujama realiza atividades de educação ambiental e fiscalização de áreas protegidas, contribuindo para a conservação da biodiversidade local.

Foto: Arquivo pessoal
A atuação da Fujama se estende para além dos resgates e da fiscalização. O trabalho de educação ambiental desenvolvido pela fundação é essencial para formar cidadãos mais conscientes sobre a importância da preservação da fauna e flora. A interação entre os profissionais da fundação e a comunidade fortalece os laços entre a população e o meio ambiente, promovendo mudanças de comportamento que impactam positivamente a convivência com a natureza.
Para aqueles que desejam conhecer mais sobre a Fujama e os serviços prestados, é possível acessar informações no site oficial: www.jaraguadosul.sc.gov.br/fujama. A fundação continua sendo uma referência na gestão ambiental e na promoção de iniciativas que visam a coexistência harmoniosa entre a cidade e a natureza.