Sintex comemora seis décadas
Sindicato representa as indústrias têxteis de Santa Catarina, que somam 14% do total nacional do segmento.
Santa Catarina é o segundo maior polo têxtil do Brasil. Aqui estão localizadas 14% das empresas deste segmento, com cinco empregados ou mais. É neste cenário de muito empreendedorismo e luta pela competitividade da indústria têxtil nacional que está presente o Sintex – Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário. A entidade, que completou 60 anos, representa cerca de 4,5 mil empresas, que empregam aproximadamente 65 mil trabalhadores diretos, em 18 municípios.
Ao completar seis décadas, o Sintex destaca sua atuação na defesa dos interesses do segmento, em diversas frentes, especialmente junto ao poder público. A desoneração tributária do setor têxtil, entre elas a da folha de pagamento, é uma das principais bandeiras levantadas pelo Sindicato. “Reduzir os custos vinculados aos salários é uma medida urgente e necessária em um setor intensivo de mão-de-obra como é o vestuário e vamos continuar insistindo para que isso seja feito de uma forma justa, sem tirar de um lado e cobrar de outro, como propõe atualmente o Plano Brasil Maior”, destaca o presidente da entidade, Ulrich Kuhn.
Atuando em Blumenau e região, o Sintex representa as indústrias têxteis e de vestuário perante as autoridades administrativas, judiciárias, legislativas e entidades civis em geral em uma base territorial que inclui os municípios de Blumenau, Apiúna, Ascurra, Benedito Novo, Dona Emma, Doutor Pedrinho, Gaspar, Ibirama, Indaial, José Boiteaux, Massaranduba, Pomerode, Presidente Getúlio, Rio dos Cedros, Rodeio, Timbó, Vitor Meireles e Witmarsun.
Além de ser o representante legítimo, com força constitucional, para celebrar convenções coletivas de trabalho, o Sintex oferece aos associados diversos serviços, como a promoção de cursos, seminários e palestras. Uma série de convênios e benefícios também é disponibilizada por meio de uma equipe de profissionais altamente qualificados, em diversas áreas como assessoria jurídica, trabalhista/tributária, de comunicação, de logística, seguros, TI, recursos humanos e suprimentos. Além de oferecer recursos de estrutura e tecnologia para os associados, o Sintex também está desenvolvendo projetos como o de arranjo produtivo local, certificação ambiental, plano de seguro saúde e projeto de previdência privada.
“São passos que fazem parte do processo de busca do retorno da competitividade de nossos produtos, das exportações tão arduamente conquistadas e tão facilmente perdidas; e ao mesmo tempo auxiliam a obter comparações não tão desequilibradas em relação aos custos internacionais”, destaca Kuhn.
Desafios
Santa Catarina foi o primeiro exportador de manufaturados têxteis, no final da década de 60, e virou sinônimo de qualidade entre o mercado comprador mundial. Dessa realidade do passado foi mantida a imagem, porém a importância dos produtos catarinenses no mercado exterior hoje é menor do que era no passado. A indústria sofreu e continua sofrendo muito pelos problemas macroeconômicos brasileiros, a excessiva apreciação do Real, o Custo Brasil, os diversos pacotes econômicos, barreiras comerciais, entre outros problemas já conhecidos.
A carga tributária brasileira também é exagerada e quanto maior forem os elos produtivos, maior a carga. É o caso do setor têxtil, que começa com o algodão, o fio, o tecido, vai para confecção até chegar aos acabamentos finais. Ao todo, entre os impostos diretos e indiretos que incidem em uma peça de roupa, existe um percentual de 53% de impostos no valor final do produto. Ao comprar R$ 100,00 em roupas, o consumidor está pagando R$ 53,00 só de impostos. Neste cenário, o grande desafio da indústria têxtil é manter-se competitiva no mercado nacional e internacional.
Soluções
Apesar da dificuldade que o setor têxtil vivencia, é certo que o mercado irá encontrar o equilíbrio. “Cabe a nós todos planejar a produção tendo em vista o que o consumidor espera adquirir no futuro. Cada vez mais conceitos como o da moda ecológica, o consumo sustentável, inovações e rapidez devem estar presentes na nossa gestão”, destaca Kuhn.
De acordo com o presidente do Sintex, com atenção aos movimentos do mercado, é possível continuar mantendo o crescimento. “A economia mundial em breve retomará seu fôlego, graças à maior participação dos países emergentes na balança do poder econômico. Basta-nos enfrentar os obstáculos e aproveitar as oportunidades”, destaca.
Pomerode no cenário Têxtil
A cidade possui sete empresas que participam ativamente das atividades do Sintex, de acordo com o vice-presidente da entidade, Renato Valim. “Pomerode faz uma base importante e tem significativas referências no vestuário; além do que, as empresas são muitos parceiras das ações do sindicato, apoiando as inovações e participando ativamente das assembleias patronais”, explica.
Apesar disso, ele reforça que apesar de apenas sete empresas fazerem parte do Sintex, sendo associadas, o sindicato dá toda a base e oferta de serviços às empresas do ramo têxtil, para as cidades que fazem parte da carteira da associação. “Fazemos isso pois Pomerode é um grande polo dentro do Vale do Itajaí e não podemos deixar as empresas do setor desamparadas”, diz Renato Valim.