Vale do Itajaí

Saiba como foram as primeiras horas de júri popular do autor de ataque à creche de Blumenau

Julgamento iniciou na manhã desta quinta-feira, por volta das 08h30min

29 de agosto de 2024

Foto: Divulgação/Comarca de Blumenau

Na manhã desta quinta-feira, 29 de agosto, às 08h30min, iniciou-se o julgamento do homem acusado pelo ataque à creche Cantinho Bom Pastor, em Blumenau, onde quatro crianças foram mortas e outras cinco ficaram feridas.

O processo, que pode se estender ao longo do dia e até mesmo se encerrar na sexta-feira, 30, começou com a audiência do delegado Rodrigo Raitez, responsável pela investigação.

Raitez detalhou o crime ocorrido em 5 de abril de 2023, mencionando que o réu confessou ter entrado na creche com o intuito de matar crianças, acreditando que seria mais fácil.

Antes do ataque, o réu havia ido a uma academia, onde pagou a mensalidade. Além de um machadinho, o acusado usou um canivete durante o ataque. Tanto os promotores quanto os advogados apresentaram as armas utilizadas no crime.

O delegado também informou que o réu participava de grupos de seitas nas redes sociais e havia pesquisado sobre machados na internet. Além disso, ele usava anabolizantes, como trembolona, e cocaína.

Após o depoimento do delegado, um policial civil da Divisão de Investigações relatou que o réu se entregou no batalhão da Polícia Militar dizendo: “Logo você vai ficar sabendo”, sem especificar o crime, apenas mencionando que era “algo grande”.

O policial revelou que o acusado expressou o desejo de matar pelo menos 30 crianças e que, ao ser confrontado com a cena do crime, ficou profundamente chocado. Em 10 anos de carreira, afirmou nunca ter vivido uma situação como essa.

Em seguida, a mãe de uma das vítimas, que sobreviveu ao ataque, compartilhou sua perspectiva. Ela relatou que seu filho inicialmente achou que o ataque era uma brincadeira e que, mesmo após o ocorrido, ele fica assustado com sangue e teme que o agressor volte para atacá-lo. Ela também mencionou que ele às vezes lembra de Enzo, uma das crianças mortas.

A manhã de depoimentos continuou com o relato de uma funcionária da creche, que estava visivelmente emocionada. Ela explicou que Larissa Maia Toldo, uma das vítimas fatais, não frequentava a creche de manhã, mas naquele dia foi a primeira vez que precisou ir.

A profissional também ouviu de uma colega que o réu não parecia ter a intenção de atacar os funcionários, apenas as crianças. Ela não testemunhou o ataque diretamente, mas viu as crianças feridas e o agressor fugindo pelo muro.

Depoimento do acusado

Durante seu depoimento, o réu apresentou informações desconexas e respondeu somente as perguntas da defesa. Ele afirmou que seu ex-padrasto conversou com a polícia e, como resultado, começou a ser perseguido pelos policiais.

O réu também alegou que foi colocado um chip em seu olho pelos policiais em 2021, quando ainda morava com o padrasto, com o intuito de monitorar seu uso de drogas.

Ele mencionou o uso de substâncias como ecstasy, LSD e cocaína. Após seu depoimento, a sessão foi interrompida para um intervalo.

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