Responsabilidade ambiental
Técnicas de reprodução em cativeiro mantêm vivas espécies ameaçadas de extinção
Com o número de animais em extinção aumentando e seus habitats naturais sendo destruídos, a reprodução em cativeiro pretende manter vivas as espécies. O Zoo Pomerode, maior zoológico de Santa Catarina, desenvolve atividades de conservação e reprodução de espécies em conjunto com comitês de espécies ameaçadas, inclusive a nível internacional.
A reprodução em cativeiro é realizada a partir de um plano de manejo, que contém informações sobre o período reprodutivo de cada espécie, a idade, genealogia e nível de ameaça de extinção. “Esse controle faz com que não exista uma super reprodução. Durante a gestação, a fêmea recebe um suporte nutricional diferenciado e, além disso, recebe tocas, ninhos e substratos mais acolhedores, para manter o filhote o mais confortável possível”, explica o veterinário do Zoo Pomerode, Rafael Pagani.
Cada espécie recebe cuidados específicos. Todos os nascimentos são monitorados presencialmente ou à distância, observando a alimentação, interação com a mãe e o desenvolvimento do filhote. Quando isso não acontece, o filhote passa por uma avaliação da equipe técnica e são criados manualmente. A técnica trouxe resultados positivos. “Mais de 20 espécies já nasceram através deste método, entre eles, leões, tigres, hipopótamos e girafas”, completa Pagani.
Recentemente, uma ema-branca pôs ovos, porém, não os chocou. Eles foram para incubadora, que manteve o calor necessário para que os filhotes nascessem. Como precisam de uma referência materna para aprender a andar e se alimentar, as emas-brancas recém-nascidas foram colocadas junto às galinhas, que tem o mesmo padrão de vida. Essas aves não são alimentadas diretamente pelos pais, como por exemplo, os filhotes de pássaros e papagaios. Porém, sem esse cuidado, falta o estímulo para a alimentação espontânea, acarretando em retardo no desenvolvimento e até em óbito. O exercício e uma nutrição adequada garantem aos filhotes um crescimento saudável, evitando alterações clínicas comuns a estes animais, como a atrofia das patas e as deformidades ósseas.
Nem sempre os filhotes permanecem no Zoo, o objetivo principal é a qualidade de vida dos animais abrigados, que, às vezes, são encaminhados para outra instituição para formarem novos casais.
Zoo Pomerode em festa – Dia 21 de fevereiro de 2014. Foi quando o Zoo Pomerode recebeu mais um filhote, criado em cativeiro. Ethemba, esperança na língua Zulu, foi a primeira girafa fêmea nascida em Santa Catarina. Com cerca de 1,90 metros de altura, as suas primeiras semanas de vida foram monitoradas por câmeras. Nesse período, todas as atividades da girafa filhote com a mamãe foram registradas. Aos quatro meses, Ethemba começou a ingerir alimentos sólidos e, aos oito meses, desmamou. Atualmente, prestes a completar um ano de vida, a girafa está com 3 metros de altura e sua dieta é composta por feno de alfafa, ração e legumes.