Reno Konell: a canhota certeira
Agilidade e presteza são algumas características do ex-jogador de futebol, Reno Konell, hoje com 53 anos.
Agilidade e presteza são algumas características do ex-jogador de futebol, Reno Konell, hoje com 53 anos. Mas o que realmente foi marcante em sua atuação na modalidade esportiva foi o chute de canhota, este era certeiro, forte e marcou vários gols determinantes para a vitória dos times pelos quais jogou. A paixão pela modalidade já se manifestou na adolescência, quando a prática do futebol era o lazer dos finais de semana. “Não existia muita opção. Nos finais de semana era só jogo de futebol com os amigos”, comenta Reno. A trajetória esportiva de Reno Konell realmente começou em 1969, quando jogou no Juventus e disputou campeonatos juvenis de futebol amador da Liga Blumenauense de Futebol (LBF). Mais tarde, o juvenil acabou e disputou no ano de 1974 pelo adulto do Juventus, quando participou de campeonatos da LBF. Em 1975, jogou pelo Glória, de Rodeio, e foi campeão da LBF. No final de 1975, também disputou pelo Serrinha e no início de 1976 começou a jogar pelo Vera Cruz, time em que atuou por vários anos. Por volta de setembro de 1976, foi jogar no extinto Palmeiras, de Blumenau, no profissional. Havia a competição Taça Santa Catarina e Reno disputou dez partidas como profissional, sempre como titular, quando o técnico era Altemir Antônio (in memorium). Seu único gol pelo profissional foi contra o Joinville Esporte Clube (JEC), no jogo realizado no Estádio Aderbal Ramos, em Blumenau, pela final da Taça Santa Catarina. No jogo em casa, o Palmeiras empatou em 2 a 2 e Reno marcou o segundo gol. Na outra semana, em Joinville, o JEC venceu por 4 a 0. Assim, Reno participou da conquista de vice-campeão da Taça SC. “Naquela época, eu tinha 21 anos, surgiu algo nos jornais sobre possíveis propostas. Mas de definitivo não recebi nenhum convite. Era bastante nervosismo na última partida da competição. Antes de entrar em campo, no jogo da final, tinha uns cinco repórteres e os cinco me entrevistaram. Acredito que isso “quebrou a minha canela, a bola só batia na canela”, lembra Reno entre risos. Pelo Palmeiras jogou com atletas de renome, como: Adãozinho, Britinho, Gilson e Coral, que hoje é preparador de goleiros. Na semana após o término da Taça SC, Reno foi jogar no Vera Cruz onde quebrou o braço, sendo que ficou quase 60 dias engessado. “Nesse meio tempo, o Palmeiras já havia voltado às atividades e depois eu teria que deixar o meu emprego. Então, optei em não voltar ao time”, conta. Depois disso, Reno jogou pelo Vera Cruz durante vários anos, onde também obteve bastantes conquistas. Para atuar na equipe, foi influenciado e convidado por Gilmar Knaesel e Chico Borchardt (in memorium). Sua carreira foi encerrada aos 34 anos, em 1988, e depois disso, somente disputou mais um Campeonato de Veteranos pelo Caramurú. Para Reno, os títulos mais importantes foram dois do Vera Cruz, em 1982 e 1985. Em 1982, o Vera Cruz venceu o Floresta por 3 a 2, no Sesi. Já em 1985, a final foi contra o XV de Outubro, em Indaial, e o Vera Cruz ganhou por 2 a 0. Ambos os títulos foram pelo Campeonato da LBF. “A festa da conquista de 1985 se estendeu pela noite toda. Foi um festão”, comenta Reno com convicção, como se estivesse vivenciando o momento. “O futebol amador deixou de ter aquele brilho a partir da hora que não se teve mais a fidelidade com as equipes. Não tem mais pessoas por exemplo, que não jogam mais contra o seu time. Como o Selvino e o Xexa que só jogavam no Floresta e eu que só disputava no Vera Cruz. Até disputávamos em outras equipes, mas não contra o nosso time”, considera Reno. Reno Konell nasceu em 30 de junho de 1955 e é pai de três filhos: Diego, de 29 anos; Renan, de 22; e Bruna, de 20. Renan atua na equipe do Água Verde, de Timbó, e a filha Bruna, inclusive já fez um teste no Internacional/RS. Além do futebol de campo, o futsal Além de ter uma trajetória marcada pelo futebol de campo, Reno Konell também atuou na modalidade de futsal. Jogou pela Hemmer, de Blumenau, e foi campeão por duas vezes na cidade, em 1984 e 1985. Também disputou alguns campeonatos pela Dudalina e por cerca de três anos jogou pela Germer. Na modalidade de futsal também participou do Torneio de Verão de Indaial, de 1986 a 1988. Em Pomerode, outras conquistas no futsal foram comemoradas quando jogou pela AD Müller. Curiosidades O primeiro técnico de Reno Konell foi Gerold Cruz, no juvenil, e o gol mais marcante para ele foi o pelo Palmeiras, por ser profissional. “Outro gol marcante foi pelo Juventus contra o Glória, de Rodeio. O Neguinho (in memorium), que jogava conosco, sempre dizia que foi o gol mais bonito que ele já viu. A bola veio e o zagueiro deu uma vacilada e não chegou a tempo e ela encobriu ele. Ai eu peguei de canhota e ela bateu na trave, no chão e entrou”, disse. Para Reno, o melhor jogador do mundo é Pelé, depois Maradona e em terceiro, o Cruyff, da Holanda. “Depois deles vários outros destaques apareceram no futebol. Mas os três melhores foram estes”, comenta. Quando Reno foi jogar no Campeonato de Veteranos pelo Caramurú, em 1991, lembra de um fato curioso. “O time do Caramurú já tinha feito umas duas partidas. Na terceira, entrei na equipe e cheguei ao estádio já meio atrasado. Quando fui ao vestiário trocar de roupa, o Arno Müller, jogador do Caramurú, falou que já havia um artilheiro com dois gols no time, que era ele. No 2º tempo da partida contra o Primavera, fiz três gols e como só eu fazia gols, foi marcado na súmula, sem querer, o quarto gol, que foi feito por outro atleta. Então, depois do término da partida, comentei com o Arno: ?agora já tem outro artilheiro?. Ainda quando nos encontramos lembramos e rimos desse episódio”, conta com sorrisos estampados no rosto.