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“Quebrei a rotina e fui viajar. Buscava sossego. Um cantinho, um lugar…”

Colocar a mochila nas costas e viajar o mundo é o desejo de muito jovens em todo o universo. E não seria diferente aqui em Pomerode. Até porque, parafraseando uma música da banda gaúcha Papas da Língua, “É bom viajar, tocar pelo mundo a fora. Nova York é bom. Paris é demais. Algo que eu não vou esquecer jamais”.

1 de junho de 2015

Colocar a mochila nas costas e viajar o mundo é o desejo de muito jovens em todo o universo. E não seria diferente aqui em Pomerode. Até porque, parafraseando uma música da banda gaúcha Papas da Língua, “É bom viajar, tocar pelo mundo a fora. Nova York é bom. Paris é demais. Algo que eu não vou esquecer jamais”.
Uma das alternativas e muito procuradas por jovens e adultos, é o intercâmbio. As modalidades desse tipo de viagem, são muitas, mas as mais procuradas são os intercâmbios com o objetivo de aprender ou aprimorar a língua do país escolhido; intercâmbios com o intuito de trabalhar no país estrangeiro e o que há a possibilidade de ter aulas e trabalhar.
Em Pomerode, anualmente, vários jovens escolhem Alemanha, Áustria, Estados Unidos, e outros países norte-americanos e europeus para fazerem essa troca cultural.
Thaísa Strutz foi uma dessas jovens. Ela conta que chegou até uma vaga de intercâmbio através de uma amiga, também de Pomerode, que estava na Alemanha, na cidade de Verden. “A Aline Trettin também aqui da cidade, já estava lá e comentou que havia uma vaga para ser preenchida em novembro. Ela me passou o contato da menina (Juliana Bergmann, do Rio Grande do Sul) que já estava na família e que estaria encerrando o intercâmbio em novembro/2009. Entrei em contato com a Juliana e também com a família Klinggräef, passei um breve relato sobre mim, minha família, minha cidade e uma foto. No mesmo instante me responderam que gostaram do meu perfil e que gostariam muito que eu preenchesse a vaga. A princípio fiquei apreensiva, apesar de querer muito ir, ao mesmo tempo seria um ano longe de tudo o que estava acostumada. Seria ficar entre pessoas estranhas, num país estranho, tudo novo! Foi aí que me decide, era isso mesmo que eu queria”, conta.
Na época, Thaísa estava se formando na faculdade, e queria uma experiência nova, além claro da curiosidade em morar fora do país e conhecer a “tão falada” Alemanha, de onde vieram os colonizadores.
Formada na universidade, em janeiro de 2010, em fevereiro embarcou rumo à Alemanha. Segundo ela, a vaga seria para novembro já, mas concordaram em esperar até fevereiro, devido a data da formatura. “Decisão tomada, contrato assinado, passaporte, visto e passagem na mão, lá fui eu…”, relembra.
Ela participou do programa de Intercâmbio, chamado Au-Pair: um programa de trabalho remunerado. Consiste em morar, por um período, em determinado país, vivenciando uma nova cultura, fazendo parte da família, cuidando de crianças e estudando.
“Ser Au-pair foi minha atividade principal, o programa de intercâmbio em si. Isso consistia em morar com uma família alemã, o casal, Phillipp e Eybe e as quatro crianças, Ida, Jackob, Paula e Sophia, que amo de paixão e mantenho contato até hoje.
MInhas atividades se resumiam em ajudar a cuidar das crianças e nos afazeres domésticos diários”, explica Thaísa.
Durante esse período, ela fez dois cursos de alemão e nos dias de folga, aproveitava para viajar. Conheceu algumas cidades da própria Alemanha, e também outros países, entre eles, França – Paris; Espanha – Barcelona e Madri; Áustria – Viena; Itália – Milão; Inglaterra – Londres. “De cada viagem eu trouxe um pedacinho e deixei um pedacinho de mim… É muito prazeroso ver uma reportagem, um videoclipe, uma notícia que seja de algum desses lugares e pensar: ‘eu já passei por ali!'”, rememora.
A pomerodense conta que teve alguns objetivos principais com essa viagem, entre eles: enfrentar o novo, sem ter medo do dia seguinte; crescer pessoalmente; adquirir experiência internacional; aperfeiçoar o idioma; conhecer a cultura estrangeira; viajar pela Europa.
Além de todo aprendizado didático e cultural, Thaísa conta que também houve crescimento pessoal, onde teve que se adaptar aos novos costumes. “Vou destacar em particular experiências vividas na cidade e com a família que convivi, não querendo dizer que a Alemanha como um todo seja assim. A família com que eu convivi em especial, era bem tradicionalista. Levava costumes e horários muito à risca. Tinha hora pra tudo e tudo tinha que ser cumprido em seu tempo. “O que me chamou muito atenção é que as crianças não tinham, ou tinham muito pouco, acesso a televisão. Em vez disso, brinquedos educativos e livros.
Uma sociedade organizada, que obedece as leis de trânsito. Tanto para um simples parar na faixa de pedestres, quanto a não dirigir alcoolizado. Com certeza tive várias lições positivas”, relata.
Depois de passar um ano na Europa (fev/2010 – fev/2011), Thaísa recomenda a experiência. Nesse período ela conta que nem tudo foi um mar de rosas. Houve dias difíceis, principalmente os primeiros meses, a saudade de tudo e de todos apertava, mas aos poucos, ela foi entrando na rotina da família e se sentindo parte dela. “Você conhece novas pessoas, cria um vínculo de amizade e carinho muito forte, vínculos esses que mantenho até hoje. E assim vai, entre dias bons e ruins, assim é a vida. Aprende-se muito. Cresce-se. É uma experiência única. Aconselho vivamente”, finaliza.
Para quem quiser se aventurar, Thaísa dá um conselho: “Se realmente estiver a procura de algo novo. Pesquisar, se informar.Coragem e determinação e correr atrás do que quer”.

Para quem quer tentar um intercâmbio
Uma forma é tentar contato com algum conhecido que já esteja ou já foi pra lá. Ou então se cadastrar no programa de Au-pair pelo site: http://www.aupair-world.net/.
O site possui “passo a passo” para o intercâmbio, e vai um pouco mais além, mostra as coisas necessárias a fazer, possui exemplos de sites explicando.
Dentro de tantas opções de intercâmbio disponíveis como escolher a melhor?
Depende do perfil, qual língua tem afinidade, que cultura mais interessa, a necessidade e/ou urgência de aprender outro idioma, idade e condições financeiras. O ideal é procurar uma boa agência que possa te auxiliar em tudo. Inclusive oferecendo uma boa opção de curso.
Como escolher uma agência para intermediar este intercâmbio pra você?
Procurar saber com amigos e pessoas de confiança por qual agência eles fizeram o intercâmbio, há quanto tempo esta agência está no mercado, se os agentes educacionais já fizeram algum intercâmbio no exterior.
Quais os cuidados que se deve ter para não entrar numa fria?
Cuidado na escolha da agência, na escolha do destino e do curso que quer fazer. Reunir o máximo de informações possíveis sobre o intercâmbio para não ter surpresas quando chegar no outro país.
Todas as pessoas estão aptas a fazer um intercâmbio?
Há pessoas que não tem perfil para sair de seu país nem a turismo. Se incomodam com tudo, não aceitam as diferenças culturais, tem dificuldade com outro tipo de culinária, não conseguem viver longe da família, etc. Por isso, é preciso sempre um agente educacional que possa avaliar se a pessoa tem ou não perfil para ser intercambista.

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