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Pomerodense que ganhou bolsa de estudos retorna à cidade

Quando recebeu a notícia de que havia ganhado uma bolsa para estudar na Colômbia, a primeira reação de Natasha Djenipher Singlhen foi de comemoração Passei mãe, vou para a Colômbia. Na época a estudante tinha 17 anos e ficou interessada quando a AFS Intercultura Brasil divulgou a vaga. O processo teve três etapas, uma prova de conhecimentos gerais, uma entrevista e uma dinâmica.

1 de junho de 2015

Quando recebeu a notícia de que havia ganhado uma bolsa para estudar na Colômbia, a primeira reação de Natasha Djenipher Singlhen foi de comemoração Passei mãe, vou para a Colômbia. Na época a estudante tinha 17 anos e ficou interessada quando a AFS Intercultura Brasil divulgou a vaga. O processo teve três etapas, uma prova de conhecimentos gerais, uma entrevista em Blumenau e uma dinâmica em Curitiba. Havia apenas uma única bolsa para todo o Sul e Natasha foi a contemplada. Não pensei que ganharia, conta.
No dia da viagem, a estudante começou a pensar melhor e teve receios de deixar a família para viver uma vida completamente diferente daquela de costume. Tinha uma imagem de que a Colômbia poderia ser um pais violento e pensou até em desistir. A jovem teve que ir de Navegantes até São Paulo para fazer a conexão para Bogotá. No avião questionou-se sobre a escolha e na imigração colombiana chorou desesperada. Na saída do aeroporto um voluntário da AFS levantava uma placa com a identificação e o nome da estudante. Ela, por sua vez, pensou em não ir, mas foi e o rapaz a orientou, disse para se acalmar.
A inquietude para voltar ao Brasil durou três semanas, mas todos diziam para Natasha ficar. Ela chegou a conversar com os pais sobre a possibilidade de voltar, teria que pagar uma multa, caso desistisse mesmo. Mas ela ficou, ao contrário de outra intercambista vinda da Suécia, que não se adaptou e foi embora.
A família que recebeu Natasha era de Bucaramanga, situada ao norte da Colômbia com área de 165 quilômetros quadrados. Eram em cinco integrantes: mãe, pai e três irmãos homens de 12, 16 e 18 anos, este último também estava fazendo intercâmbio e quase não esteve em casa neste ano que a estudante viveu por lá.
O primeiro dia de aula, no Colégio Nuevo Cambridge, onde cursaria o terceiro ano do ensino médio, foi difícil, pois os alunos quase não lhe deram atenção. No segundo dia as coisas melhoraram, ela foi enviada para outra sala, onde sentiu-se mais querida. A turma toda fez um círculo em sua volta para saber mais sobre a cultura brasileira e sobre o nosso famoso futebol.
A alimentação colombiana foi um problema a parte. Natasha é fã de carne vermelha e a família que a acolheu não comia carne, apenas frango. Os colombianos também não são muito adeptos ao uso do sal e a comida ficava um pouco sem graça para a brasileira acostumada com as iguarias do sul. Mas ao fim de um ano Natasha se acostumou e já estava se alimentando até de um petisco pouco comum por aqui, formigas tanajuras, vendidas em saquinhos tal como salgadinhos. Elas tem gosto de amendoim torrado e são caríssimas, conta.
Para provar que a insistência vence barreiras, depois da terceira semana tudo fluiu a mil maravilhas. Natasha fez muitos amigos, entrou para o time de futsal de uma universidade e ensinava o esporte para alunos de 14 anos. A vida era muito movimentada. A estudante conheceu muitas pessoas e muitos lugares, até mesmo cidades mais ao sul da Colômbia, que levam a fama de abrigarem as Farcs, os grupos de guerrilhas colombianos (mas ela não encontrou nenhum). Além de aprender sobre a história e geografia do pais.
A brasileira aprendeu a falar espanhol muito bem, o colégio em que estudou era bilíngue. Na volta ao Brasil, Natasha foi acompanhada por pelo menos vinte amigos até o aeroporto. Ela ficou triste por saber que talvez nunca mais encontre muitos deles. No voo dela haviam muitos brasileiros e ela estranhou em não falar a língua local. Comecei a falar com sotaque, brinca.
A experiência foi enriquecedora e, agora, Natasha, que chegou em Pomerode há um mês, quer cursar comércio exterior e vai prestar vestibular no próximo ano. Por ora ela está se readaptando a sua cultura, sente-se muito diferente e mais madura.

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