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Para o dinheiro não faltar

O mês termina e você nem consegue se lembrar a última vez que viu a cor do dinheiro, mas os números da fatura do
cartão de crédito já avisam que no mês seguinte as coisas não vão melhorar muito. Muita gente não consegue se
organizar financeiramente e com isso sempre acaba sobrando “mês no dinheiro deles”.

1 de abril de 2015

O mês termina e você nem consegue se lembrar a última vez que viu a cor do dinheiro, mas os números da fatura do cartão de crédito já avisam que no mês seguinte as coisas não vão melhorar muito. Muita gente não consegue se organizar financeiramente e com isso sempre acaba sobrando “mês no dinheiro deles”. Para piorar os preços de mercadorias só aumentam (o aumento de alguns centavos na gasolina vai muito além do que o acréscimo de alguns reais ao encher o tanque. Esse aumento influencia diretamente o preço de todos os alimentos de uma cesta básica) e o desejo de guardar alguns trocados vai ficando cada vez mais distante. 

Uma solução para essa questão pode ser encontrada na organização financeira. Especialistas na área consideram de grande importância a realização de um orçamento familiar. Com ele, é possível prever os gastos, reduzir dívidas e até guardar um dinheirinho quando chega o pagamento. Para falar sobre o tema, o Jornal de Pomerode entrevistou o assessor de negócios, Everton Manoel Schmidt. Confira.

Jornal de Pomerode – Como se faz um orçamento familiar?

Everton Manoel Schmidt – A base do orçamento familiar é a renda mensal, diferente do que muitos pensam, preciso iniciar olhando o quanto eu ganho, para saber o quanto eu posso gastar. Após isso, precisamos elencar as despesas fixas (aluguel, luz, agua, etc.) e as despesas essenciais (como alimentação, higiene pessoal, etc.), recomendamos sempre que sejam separados, se possível um percentual para suprir necessidades imediatas de curto prazo. A recomendação é que se tenha no mínimo 3 salários guardados, para emergências com saúde, por exemplo, não precisa acumular de uma única vez, coloca 10% da renda todos os meses em uma aplicação de liquidez imediata, até chegar ao montante desejado. Caso suas finanças já estejam comprometidas, você precisa ter mais cuidado, não entre nos rotativos (cheque especial e cartão de crédito), tente sempre liquidar estas dívidas primeiro, pois elas tem altas taxas de juros.

J.P. – Como os aumentos da commodities podem influenciar este orçamento?

E.M.S. – Aumentando os preços das commodities, aumentam os preços de quase toda nossa cesta básica, ou seja, vou gastar mais com alimentação do que nos meses anteriores, provavelmente você precisará cortar alguns supérfluos e se adequar a este novo momento.

J.P. – De que forma o aumento de moedas estrangeiras, como o dólar, podem influenciar o nosso dia a dia?

E.M.S. – O mercado como um todo é afetado com a oscilação das moedas estrangeiras, o preço do dólar por exemplo afeta o preço do soja, do milho, do algodão, entre outros. Estas são matérias primas essenciais para grande parte da produção interna do Brasil, com a alta destas moedas os preços destas matérias primas é afetado, aumentando o custo de produção, que por sua vez é repassado ao consumidor. Afetando mais uma vez o bolso do brasileiro.

J.P. – Como evitar gastos desnecessários?

E.M.S. – Controle, esta é a palavra de ordem. Precisamos ter controle sobre nossos gastos, sempre perguntar “Isso é mesmo necessário? Ou posso viver mais uns meses sem isso?” essa pergunta faz você refletir, se aquilo que você está prestes a comprar, fará a diferença no seu dia a dia.

J.P. – Quais os principais equívocos na hora de se organizar financeiramente?

E.M.S. – Agregar junto a sua renda o seu limite de cheque especial e seu limite de cartão de crédito. Lembre-se estes dois devem ser utilizados em caso de emergências e no outro mês você precisará quitá-los. Outro equívoco é gastar mais do que se ganha. Regra geral, não gaste mais do que seu orçamento permite, segunda regra corte gastos desnecessários, não some a sua renda os rotativos de cheque especial e cartão de crédito.

J.P. – É possível fazer com que as crianças desde cedo aprendam a lidar com o dinheiro?

E.M.S. – Sim, acredito que deveríamos ter uma matéria desde a primeira série falando sobre finanças pessoais. A criança precisa aprender a valorizar o dinheiro dos pais, para isso ela precisa saber o valor das coisas, não é fácil, mas é possível.

Então presenteie seu filho com um “cofrinho” e combine com ele que sempre que ele fizer algo que mereça mérito você premiará ele com determinado valor, quando este “cofrinho” tiver um valor adequado instigue ele a gastar este dinheiro, a comprar algo que ele está pedindo. Faça com que ele compre, mesmo que seja um supérfluo e depois que ele tiver a frustração de gastar todo o seu dinheiro em algo desnecessário, ele irá aprender o valor das coisas. Este método é chamado de método tácito, aquele em que o jovem aprende fazendo. Como o jovem vai descrever o sabor da laranja, sem ter tomado o suco da laranja, então como ele vai dar valor ao dinheiro, somente se ele lutou meses para conseguir e em apenas um minuto todo este dinheiro foi em algo que não o agradou.

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