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Para manter a jovialidade, basta sentir-se cada vez mais viva e ativa

Carmen Dolores Ropelatto tem 51 anos de idade e quando começou a trabalhar na empresa, tinha 35. Antes de trabalhar na Cativa, tinha adquirido experiência em outras empresas têxteis de Blumenau. A mudança da cidade vizinha para Pomerode fez com que ela tivesse que reconstruir sua vida. Casa nova, emprego novo, enfim, uma nova vida que iniciava.

1 de junho de 2015

Carmen Dolores Ropelatto tem 51 anos de idade e quando começou a trabalhar na empresa, tinha 35. Antes de trabalhar na Cativa, tinha adquirido experiência em outras empresas têxteis de Blumenau. A mudança da cidade vizinha para Pomerode fez com que ela tivesse que reconstruir sua vida. Casa nova, emprego novo, enfim, uma nova vida que iniciava. A empresa estava contratando e eu sempre escutava falar muito bem dela. Vim aqui fazer um teste e fiquei torcendo que tudo fosse bem e que eu conseguisse fazer parte desta equipe.
Os pedidos de Carmen foram atendidos e ela conquistou uma vaga na Costura. Lembro como se fosse hoje que, no dia 31 de março, me chamaram para o teste. Logo após falaram que era para começar no dia seguinte. Achei que era pegadinha por causa do Dia da Mentira. Fiquei muito feliz, pois sempre quis trabalhar aqui na Cativa. De mentira, a data nada teve, para mim, era a minha vida, a minha verdade, que estava tendo uma nova chance.
Hoje, no Acabamento, Carmen Dolores Ropelatto pode acompanhar de perto o crescimento da empresa que tanto admira. E o que é melhor, pode fazer parte desta evolução, deixando suas marcas em cada peça costurada. Hoje a empresa é bem melhor do que era quando comecei. Se eu já gostava antes, imagina então agora, com todas estas ampliações e mudanças. Jamais esperava que fosse crescer tanto assim e nem que eu fosse ficar por tantos anos.
O segredo para uma carreira de sucesso, segundo a colaboradora, é não temer os desafios que surgem ao longo do trajeto e estar sempre pronta para abraçar as oportunidades. Lidar com críticas e falhas também é essencial, e como ela mesma costuma dizer, ninguém é perfeito e acerta sempre. As pessoas mais novas não sabem receber instruções e conselhos. Sempre acham que a empresa está errada. Isso é um engano. Se temos alguém responsável por nosso trabalho, nada mais justo que essa pessoa nos dê as diretrizes a serem seguidas. Um bom líder é aquele que sabe elogiar e criticar, enfim, é uma pessoa justa.

Palavras marcantes – Uma das imagens que estão vivas na mente de Carmen, e que volta e meia surgem em sua memória, foi em uma oportunidade, quando um pedido necessitava ser entregue em determinado horário, mas a equipe acabou atrasando, comprometendo a finalização do trabalho. Nesta época eu era auxiliar e trabalhava já no Acabamento. Tínhamos que terminar aquelas peças até tal hora, mas não conseguimos. A dona Valci, uma de nossas diretoras, nos chamou para uma reunião logo em seguida e perguntou o que havia acontecido conosco. Após nos escutar e prestar atenção no que falamos, ela nos deu uma verdadeira lição de vida, disse que nada é impossível de ser feito quando planejamos com antecedência e damos o nosso melhor. Falou que sabia da capacidade de cada um de nós e que se da próxima vez pensássemos que conseguiríamos fazer o que tivesse que ser feito, não teríamos mais atraso desta espécie. Nunca vou esquecer aquela conversa que tivemos. Serviu como exemplo. Ela poderia simplesmente ter nos xingado, mas pelo contrário, nos entendeu e incentivou a progredir.
E foi neste momento que a diretora Valci Sprung começou a ocupar um lugar especial no coração da colaboradora. Na verdade, gosto dos três irmãos, de nossos três diretores. Seus esposos e esposa também são pessoas bem simples e queridas. Não temos muito contato, mas sempre que nos encontramos na rua eles param, vem conversar, nos cumprimentam, perguntam como estamos. Isso nos marca bastante. A humildade deve vir sempre em primeiro lugar. Tenho mais contato com a dona Valci e acho que é por isso que tenho um carinho especial por ela.

Energia de sobra – A aposentadoria obtida há quatro anos não foi motivo suficiente para que Carmen Dolores Ropelatto se afastasse da empresa e da profissão que tanto ama. Vai ser difícil parar de trabalhar, sou nova e saudável, tenho energia de sobra. Não me imagino em casa, me imagino aqui, entre malhas, máquinas e costura. Nem sei o que vai ser de mim quando for obrigada a deixar de trabalhar. Acho que este dia vai ser muito dolorido. Quando tiro férias já me aborreço de ficar em casa, imagina o resto da vida.
Auxiliando os mais novos a aprenderem a profissão, é que Carmen aproveita para aconselhá-los. Sempre digo a eles que o segredo para ser feliz é fazer aquilo que se gosta. Se a pessoa não tiver carinho pela profissão e pela empresa, não adianta trabalhar, vai vir aqui só para receber o salário no fim do mês e ser infeliz a vida inteira. Não aprovo essa troca de emprego, um ano em um lugar, nos seguintes em outros. A Cativa é uma empresa de futuro, sinto que sou parte deste crescimento. Dei minha contribuição para que a empresa crescesse. Mas os mais novos, muitas vezes, desistem na primeira dificuldade.

Sempre alerta – Carmen Dolores Ropelatto nunca foi escoteira, mas se o assunto é Cativa, está sempre alerta para trabalhar e dar o seu melhor. Prova disso foi que, em algumas vezes, como no fim de semana anterior à entrevista, acordou seu esposo, tomou banho e café da manhã, se vestiu, colocou o guarda-pó que usa diariamente e queria vir trabalhar, achando que já era segunda-feira. Meu esposo dava risada de mim. Ficava perguntando se ele tinha certeza mesmo que era domingo. E essa não foi a primeira vez. Mas se faço isso, é por gostar de trabalhar. Tem dias mais complicados, mas depois passa e fica tudo numa boa. A experiência nos faz entender que a vida nem sempre é feita de elogios e que um dia, sempre será melhor que outro.

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