O título da afirmação esportiva

A primeira vez sempre é inesquecível, ainda mais quando envolve uma competição de futebol. No entanto, para o nosso personagem, os títulos sempre foram uma constante, mesmo antes desta conquista, alcançada em 2010. Só que o ineditismo da disputa tornou a campanha daquele ano algo muito presente na vida de Alcides Hackbarth, o popular Cidinho.

Na ocasião, o treinador foi o vencedor do 1º Campeonato Municipal de Futebol Adulto Masculino – Troféu Antonio Gonçalves, com a garotada da Müller. Hoje, quase 10 anos mais tarde, as lembranças daquela competição estão muito presentes na memória do aposentado. “Aquele grupo foi escolhido a dedo, por mim, pelo Udo Müller e pelo meu auxiliar, Gilmar Frotscher. Era uma equipe bastante qualificada para o campeonato, afinal, foi uma competição muito difícil, principalmente, pelo fato de o Floresta também ter participado. E ganhar a final deles, no campo do Vera Cruz, sempre tem um sabor especial”.

Para Cidinho, estar à frente de um time tradicional foi muito importante, pelo que representa em nossa cidade. “Tanto que o grande diferencial foi a união. Todos, desde a diretoria até o último atleta, se emprenharam ao máximo e tiveram duas atitudes primordiais: objetivo e querer. Isso foi de grande valia para a conquista daquele título”, destaca Hackbarth, atualmente, com 60 anos.

Tanto que o grande diferencial foi a união. Todos, desde a diretoria até o último atleta, se emprenharam ao máximo e tiveram duas atitudes primordiais: objetivo e querer.

Além disso, o grupo mesclou experiência e juventude, o que também deu um tempero a mais para o elenco. “Mesmo jovem, era um time bastante qualificado, com jogadores como Patrick, Jean, Linho, Morsch e Gerson; e outros que já possuíam um bom currículo, como como o Adilson, Cia, Nando e Rodriguinho, que, aliás, teve uma história muito bonita neste campeonato. Além dos ‘veteranos’ Gimi e Zé Maria que colocaram uma ‘pimenta’ a mais no elenco”, destaca.

Momentos antes da grande final (Foto: Arquivo JP)

A importância do título

O então treinador, à época, comemorou muito a conquista do 1º Campeonato Municipal de Futebol Adulto Masculino, que foi a sua reinserção neste mundo, dentro do futebol pomerodense. “Eu vinha de uma pausa de cinco anos, período em que fui vereador e gerente da recém-criada Funpeel, na minha gestão, cargo que ocupei até o fim de 2008. No ano seguinte, dei uma descansada, para voltar em 2010. Naquele ano, com muito mais experiência, continuei o meu trabalho como técnico, tanto que consegui ser campeão, no primeiro semestre, do Campeonato de Bairros de Futebol 7 Society, pelo Recanto do Paio; e no segundo semestre, mais uma vez invicto, do Municipal. Por isso a minha alegria, afinal, ganhar dois campeonatos, invicto, no mesmo ano, não é pra qualquer um”, ressalta, orgulhoso.

Time da Müller, campeão municipal de 2010 (Foto: Arquivo JP)

Dono de um currículo vitorioso, Cidinho prega que a humildade é a principal virtude de um ser humano, independente daquilo que se conquista. “Desde que vim a Pomerode, em 1º de maio de 1995, tive muitos desafios. Comecei a ser técnico em 1996, em um Campeonato Regional das Igrejas Evangélicas Luteranas, na modalidade de Futsal, promovido pela antiga CME, onde tive a felicidade de ser campeão, com a equipe da Juventude Evangélica Ribeirão Herdt (Jeherdt). Na sequência, tive outras boas passagens, pela Dublack, Floresta, Amigos da Farmalan, Vera Cruz, Vale do Selke Pequeno e Nacional, pelos quais, ao todo, conquistei 18 títulos. Todas as competições têm a sua história, mas nelas, sempre busquei ressaltar o grupo, a amizade, o companheirismo e, principalmente, a humildade. Ninguém é melhor do que ninguém, não posso ser mais do que você. Temos que ser todos por um e um por todos”, enfatiza.

O futuro

Com relação ao futebol pomerodense, que está passando por um período de reconstrução, principalmente, em nível regional, Cidinho é enfático. “Acredito que estão insistindo demais em campeonatos federados, pois é muito caro para colocar uma equipe em campo. Já em nível municipal, fica um pouco mais fácil, mas acho que estes campeonatos, perderam um pouco o sentido, pelo fato de não haver mais premiação em dinheiro. O que falta é procurar patrocinadores e apoiadores, não só em nossa cidade, mas também, em outras regiões. Para mim, há pessoas muito acomodadas em certos cargos. Afinal, se você não for ao encontro das cifras, elas não virão até você. Mas isso tem cura, com o seguinte lema: ‘dê tempo ao tempo, que o tempo dirá a verdade’”.

Atualmente, Cidinho mantém um escritório em sua residência (Foto: Bob Gonçalves / Jornal de Pomerode)

Mesmo com estes percalços, Hackbarth enaltece os bons jogadores que existem em nossa cidade, que podem fazer com que as competições voltem a ter o brilho de anos atrás. “Além disso, há uma boa safra de técnicos, que podem somar, e muito, ao esporte pomerodense. Basta que eles se aprofundem um pouco mais e trabalhem com pessoas experientes. O resto, será colhido aos poucos”, conclui.

O jogo

A grande final teve início às 17h30min do dia 23 de novembro de 2010, quando entraram em campo Müller e Floresta. Num jogo bastante aberto, as duas equipes criaram boas chances, no entanto, apenas no segundo tempo, a bola balançou as redes, com Patrick, aos seis minutos. A partir daí, o verdão se lançou ao ataque e quase empatou por duas oportunidades, o que não aconteceu graças à intervenção de Gimi. O time azul de Testo Central respondia em perigosos contra-ataques e, em dois deles, aos 26 e aos 29 minutos, através de Adriano e Rodrigo, a Müller deu números finais ao jogo, conquistando o 1º Campeonato Municipal de Futebol Adulto Masculino.

A garotada fez a festa no gramado do Estádio Hermann Koch, em Testo Central, juntamente com a sua apaixonada torcida. Logo após o encerramento do jogo, houve o Cerimonial de Premiação, com a presença de diversas autoridades e da família do homenageado, Antonio Gonçalves.

Recebendo o troféu, com o capitão Adilson (Foto: Arquivo JP)

Nos números, a equipe campeã foi quase que absoluta. O artilheiro da competição foi Adriano, da Müller, com 11 gols marcados; Gimi, também da Müller, foi o goleiro menos vazado, com apenas cinco gols sofridos; já o ataque mais positivo também pertenceu à Müller, que anotou 24 tentos. O único quesito em que a equipe de Testo Central foi superada foi o Troféu Disciplina, que ficou com o Caramuru (15 cartões amarelos e nenhum vermelho). Gimi (Müller) e Rildo (Floresta) foram considerados, pela imprensa especializada, os atletas destaque da partida, recebendo premiação especial.