Esporte

O ouro que retornou a Pomerode

Em 2007, a cidade buscava recuperação no Tiro Carabina Apoiada, o que se concretizou com duas medalhas de ouro.

16 de agosto de 2020

A busca pelo ouro perdido. Foi com este pensamento, que a equipe de Tiro Carabina Apoiada de Pomerode foi até a vizinha cidade de Jaraguá do Sul, para a disputa da 47ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), no ano de 2007. Isso porque, um ano antes, esta mesma equipe tinha ficado com a medalha de prata, em Joaçaba, o que os motivou a lutar pelo lugar mais alto do pódio.

Só que um ingrediente deu ainda mais motivação para os atletas, conforme conta um dos atiradores, Edson Volkmann. “Em 2006, havíamos perdido a medalha para a equipe de Jaraguá do Sul, que contava com atiradores de Pomerode. Estávamos no auge, mas ficamos com a prata. Por isso, fomos para lá com o intuito de vencer, na ‘casa deles’. E conseguimos”, relembra.

Além do ouro por equipe, a cidade foi premiada com a medalha dourada no individual, conquistada pelo próprio Volkmann. “Naquele ano, tivemos muito foco nos nossos objetivos, tanto que nos alojamos três dias antes da competição, para nos adaptarmos ao estande do Clube Atlético Baependi, afinal, ninguém havia atirado por lá, apenas a equipe jaraguaense. O local era totalmente novo, com uma ‘pegada’ diferente. Mesmo assim, entramos com a convicção de que treinamos muito bem e que a medalha só dependia da gente”.

 

Edson Volkmann, no lugar mais alto do pódio (Foto: Arquivo JP)

O desempenho da equipe foi tão bom, que dos seis primeiros colocados, três foram de Pomerode. “Fazendo uma conta simples, o segundo lugar saiu com seis pontos perdidos. Então, mesmo que um de nós não tivesse contado, ainda assim, ficaríamos com o ouro. Naquele ano, todos estavam numa fase muito favorável”, destaca Volkmann. “Na hora do tiro, é impossível imaginar qualquer resultado, pois você só entra com o pensamento de fazer a sua parte e não decepcionar. O ouro individual é apenas uma consequência do bom desempenho de toda a equipe”, complementa.

 

Equipe campeã dos Jasc, em 2007 (Foto: Arquivo JP)

A companheira inseparável

No entanto, o sucesso de Volkmann também é fruto de uma grande sintonia com a sua esposa Márcia. Ambos, juntos, já possuem 26 medalhas em Jogos Abertos, o que mostra o grande potencial de ambos. “Ela iniciou depois de mim. Em uma competição, na Sociedade Recreativa e Esportiva 1º de Janeiro, em Blumenau, eu não fui muito bem. Mas como se podia fazer inscrições individuais, ela foi atirar e seus tiros foram muito melhores do que os meus (risos). Ela logo pegou o jeito, tanto que a sua capacidade de concentração é bem maior que a minha. Desde lá, a Márcia sempre me acompanha e é a minha grande incentivadora”, ressalta o marido, orgulhoso.

Para a esposa, estar em uma grande competição, como os Jasc, é a coroação de um trabalho feito, ao longo do ano, dentro de um clube. “A competição reúne apenas os melhores, a ‘nata’ do esporte. Então, fazer parte disso, é muito gratificante e especial. Ainda mais quando se tem um companheiro como o Edson. Apenas três vezes não conseguimos atirar juntos. Para nós, é como se fosse uma Copa do Mundo”, frisa. “Se classificar para os Jogos, em si, já é uma vitória, pois a cidade conta com grandes atiradores e chega a ‘emprestar’ alguns para outros municípios. Por isso, representar Pomerode é sempre um motivo de orgulho”, complementa Volkmann.

 

Na época, o “beijo da vitória” marcou a conquista (Foto: Arquivo JP)

Outro detalhe faz dos Jogos Abertos uma competição especial. “Muito diferente do Estadual, ali a oportunidade é única. Em poucos tiros, você precisa mostrar o seu desempenho. Por isso, considero os Jasc como o auge do atleta, em Santa Catarina”.

Neste sentido, ambos têm muito a agradecer a todos que fizeram daquele ano, um momento inesquecível. “Nossa gratidão vai para todos os atletas da equipe, mas um agradecimento especial precisa ser dado ao coordenador, Wigold Klabunde, por sua dedicação ao Tiro Carabina Apoiada e por ter nos dado a oportunidade de participar de diversas competições. Devemos muito a ele. Fazer parte da equipe de Pomerode é um orgulho e poder relembrar bons momentos, como os de 2007, não tem preço”, finaliza o atleta.

 

Quase 13 anos depois, casal reedita a cena que ficou marcada (Foto: Bob Gonçalves / Jornal de Pomerode)

Notícias relacionadas