O Opala azul
Casal apaixonado por carros antigos aproveitou o Encontro de Veículos para registrar ensaio fotográfico e celebrar o amor
Quem visitou o 12º Encontro de Carros Antigos de Pomerode, no último domingo, pode se deparar com uma cena diferente. Em meio a Picapes, Mercedes, Dodges e Fords uma noiva caminhava segurando um buquê de flores, de mãos dadas com o noivo, seguidos por uma turma de amigos, trajada a caráter, e por um fotógrafo.
O casal era formado pelos pomerodenses Natalia e William, que uniu a paixão por carros antigos ao seu pré-wedding, um ensaio fotográfico realizado antes do casamento e decidiu aproveitar o evento para envolver padrinhos, madrinhas, damas e damo de honra na brincadeira. Para as fotos, Natalia mandou confeccionar saias iguais para as meninas e suspensórios para os rapazes.
“Enquanto esperávamos o fotografo e o videorrepórter, as pessoas que passavam por nós observavam-nos tentando entender o que iria acontecer. Quando começamos o ensaio eu e o Willi saímos de mãos dadas e eu com meu buquê na mão, aí sim que todos paravam e nos olhavam. A turma então começou a se empolgar com as fotos, estavam todos curtindo o momento, demos uma voltinha com a Picape, paramos na frente do palco, e ainda tiramos algumas fotos nos fundos do pavilhão com a turma toda, foi muito divertido, muitas risadas, e o melhor é saber que estávamos rodeados de amigos que torcem por nosso amor e que querem que chegue logo o dia da festa”, conta a noiva.
Contudo o casal lamentou a falta de um dos principais agentes, o Opala azul de William, peça fundamental na história dos dois, mas que não pode ser levado ao encontro por estar passando por uma reforma e não ter ficado pronto a tempo.
A história do casal é definida por Natalia como meio maluca, divertida e apaixonada. Tudo começou em 2009, quando a jovem saiu de Pomerode e foi morar em Florianópolis para estudar fotografia. Mesmo longe, Natalia sempre que podia, voltava a sua cidade para visitar amigos e familiares. Foi em uma dessas visitas que conheceria o futuro noivo, durante o aniversário de um amigo em comum.
Nesse dia Natalia saiu mais cedo da festa, pois tinha outro compromisso, mas William foi atrás e ofereceu carona em seu imponente Opala azul. A moça aceitou e naquele momento alguma coisa aconteceu na atmosfera do veículo. Não passou de uma simples carona, mas ambos sabiam que havia uma “coisa” no ar. Natalia ficou na casa de uma amiga e mais tarde, o tal Opala azul novamente passou por ela e seu condutor novamente ofereceu uma carona, mas desta vez, a timidez das amigas não permitiu que a relação do futuro casal não passasse de um flerte.
Natalia voltou para Florianópolis, mas adicionou William na extinta rede social, Orkut, e ambos iniciaram uma troca de mensagens, que durou um mês. E fez com que vontade de se conhecer aumentasse cada vez mais. Então Natalia voltou a Pomerode e um casal de amigos se prontificou para fazer a vez do cupido, mas na hora “H”, deram um “cano” em Natalia, que acabou ficando com a prima em uma festa. Ocorre que, quando Natalia menos esperava, William surge na porta do baile para busca-la. Ela não pensou duas vezes e foi em direção a ele e o primeiro beijo aconteceu.
Passaram o resto do fim de semana juntos e não se separaram mais. A relação evoluiu tão rápido que logo no primeiro encontro a sogra de William já havia sido devidamente apresentada.
Mesmo com o namoro engatado Natalia continuou morando em Florianópolis, mas as vindas à Pomerode aumentaram significativamente. O Opala azul também rodou bastante pela capital catarinense . A volta definitiva da jovem à Pomerode não tardou e logo veio o pedido de casamento, mas a decisão foi unanime: o casório tinha que acontecer na data de 17 de outubro, o mesmo dia em que se conheceram, lá em 2009. O noivado também aconteceu na mesma data, no ano passado.
O ensaio fotográfico veio como uma coroação para a história de amor. “Contando a história dá para perceber que somos apaixonados por carros antigos, e eu sempre gostei. Meu Pai teve um Maverick e o Willi sempre foi fissurado por carros antigos. E o Opala foi adquirido alguns meses antes de nos conhecermos, e ele foi o motivo pelo qual estamos juntos, um Opala 87, azul metálico”, explica.
Durante a sessão das fotos, a concentração foi intensa. Os noivos mal deram bola para os curiosos, testemunhas da declaração de amor explicita que presenciaram. Mas as fotos não ficaram restritas ao cenário vintage do evento. O casal também passou pela ponte decorada do centro e o ensaio se estendeu até a Osterfest, que acontecia simultaneamente ao Encontro de Carros. A cidade estava polvorosa. Turistas e carros deixavam o transito lento, todos ficaram olhando e até abriram espaço para deixar o amor passar.