Covid-19

Pesquisadora brasileira diz que vacina contra a Covid-19 está na 3ª fase

Nesta fase, os estudos são coordenados a fim de medir a eficácia do medicamento.

2 de junho de 2020

Em entrevista à GloboNews, a cientista Daniela Ferreira, pesquisadora da Escola de Medicina Tropical de Liverpool e Doutora pelo Instituto Butantan, que coordena um dos centros que testa a vacina contra a Covid-19, falou sobre os trabalhos, organizados pela Universidade de Oxford, no Reino Unido.

A experiente pesquisadora de vacinas destacou que os estudos estão na Fase 3 de desenvolvimento. “Nesta etapa, 10 mil voluntários irão participar deste ensaio clínico, distribuídos por 18 centros de pesquisa na Inglaterra. Isso dá, aproximadamente, 500 participantes por centro. A vacina rapidamente progrediu da Fase 1 para a Fase 3, que começou na semana passada, entretanto, o rigor dos estudos e o monitoramento de segurança dos participantes foi mantido durante todo o processo”, destaca a cientista brasileira.

Ainda segundo Daniela, os testes da Fase 3 irão medir a eficácia da vacina. “Só que, para que isso aconteça, precisamos de um nível de infecção natural aos participantes do grupo-controle”, acrescentando que esta fase pode levar de dois a seis meses. “Na Inglaterra, os números estão caindo rapidamente, portanto, este período é primordial para que a resposta da eficácia da vacina seja satisfatória”.

 

 

Logo após, o próximo passo é disponibilizar o medicamento ao maior número possível de pessoas, em todo o mundo, para que todos possam se imunizar contra a Covid-19. Por isso, é seguido o princípio de se ter uma vacina eficaz, que possa ser fornecida globalmente, a um preço muito baixo ou, até mesmo, de graça, para a maioria dos países. “Todos os estudos seguem esta mesma premissa. Por exemplo, na vacina desenvolvida por Oxford, a empresa já produziu milhões de doses, mesmo sem saber o resultado da sua eficácia, para garantir o acesso rápido. Na Inglaterra, acredita-se que o grupo que irá receber a vacina, primeiramente, são os profissionais da saúde, que estão em uma posição de risco muito grande de serem contaminados”, destaca a doutora.

Ainda conforme Daniela, há mecanismos, no mundo inteiro, para que as vacinas possam ser rapidamente acessadas. “Um exemplo é a coalisão criada após ao Ebola, que garantiu a preparação, desenvolvimento e acesso à vacina de uma maneira global. E estes mecanismos são postos em prática, principalmente, nas vacinas implementadas durante pandemias”, finaliza.

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