Bombeiros

Equipes de emergência salvam bebê de 28 dias, em Testo Rega

Por uma obstrução de vias aéreas, bombeiro repassou procedimentos aos familiares, por telefone, salvando a vida do pequeno Davi.

20 de novembro de 2020

A família Wolfart, de Testo Rega, passou por um grande susto, no fim da manhã desta sexta-feira, 19 de novembro. Isso porque, o pequeno Davi, de apenas 28 dias de vida, acabou se engasgando – a chamada Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (Ovace) e precisou que ser reanimado, graças à presteza do bombeiro voluntário Márcio Schubert, da equipe do Samu, conduzida pelo motorista Valdir Wenrner e o técnico de enfermagem Maikon Silva, e da família, que manteve a calma e realizou os procedimentos da maneira correta.

Se de um lado, os cinco minutos entre a primeira ligação e a desobstrução das vias aéreas parecia uma eternidade, por outro, foi a diferença entre a vida e a morte do bebê.

A rotina estava tranquila na residência de Carina Soares Wolfart, uma vez que ela estava cuidado do seu primeiro filho, com o marido, Jean Wolfart. “Estava sozinha em casa e, na parte da manhã, por volta das 9h30min, o Davi mamou, normalmente. Coloquei ele para arrotar e, em seguida, no berço, onde adormeceu. Algum tempo depois, vi que ele queria mamar de novo, então, quando fui trocá-lo, notei que havia vomitado na roupa. Troquei a sua fralda e quando fui buscar outra roupinha, observei que tinha vomitado de novo e estava bastante quieto. Quando calcei o sapatinho, vi ele todo roxo e me desesperei”, conta a mãe.

 

Apesar de haver bastante gente ao meu redor, eu não via ninguém, apenas o meu filho, que estava morrendo.

 

Neste momento, ela relata que já iniciou a manobra de tapotagem, indicada pelo pediatra. “Só que ele não reagia, aí busquei ajuda da minha sogra e da minha cunhada, na facção ao lado de casa. Apesar de haver bastante gente ao meu redor, eu não via ninguém, apenas o meu filho, que estava morrendo”, conta, emocionada.

 

Socorro na hora certa

Neste momento, entra em cena o bombeiro Márcio, cujas orientações, via telefone, foram primordiais para a preservação da vida do pequeno Davi. “Havíamos sido chamados para uma ocorrência de acidente de trânsito, e eu fiquei sozinho na Corporação. Minutos mais tarde, entrou a ligação, sobre um recém-nascido, que estava com obstrução de vias aéreas. Então, a pessoa que me ligou, foi prontamente orientada a fazer os procedimentos de tapotagem, que consiste em virar o neném de bruços, em cima do braço, com a cabeça mais baixa do que o corpo, e dar leves tapinhas nas costas, na altura dos ombros. Em seguida, passei a ligação ao Samu, para que a pessoa pudesse falar com o médico regulador”, relata.

 

Márcio Schubert  |  Foto: Bob Gonçalves / Jornal de Pomerode


 

O Corpo de Bombeiros possui um sistema que rastreia as ligações repassadas ao Samu e o bombeiro continuou acompanhando. Quando ele viu que a chamada havia se encerrado, teve um impulso. “Após dois ou três, minutos, retornei a ligação para a solicitante e perguntei como estava a criança. Ela disse que ainda não estava respirando, então, pedi para que continuasse com a tapotagem, até a chegada do Samu à residência. Continuei no telefone e, após cerca de um minuto, ela falou que o bebê começou a ‘voltar’. Nesse momento, senti uma sensação incrível e até me emocionei, pois como também tenho uma filha de três meses, me coloquei no lugar desta família”, conta. Inclusive, o helicóptero Arcanjo-03 já estava em voo para a ocorrência, mas como o bebê havia recuperado os sentidos, a operação pôde ser abortada.

 

Nesse momento, senti uma sensação incrível e até me emocionei, pois como também tenho uma filha de três meses, me coloquei no lugar desta família.

 

Na casa, o contato com os bombeiros foi feito através da cunhada Scheila, também madrinha de Davi. “Para nós, estes poucos minutos pareceram um eternidade. Todos ajudaram um pouco nas manobras, mas quando o Davi recuperou a respiração, estava no colo da minha mãe. Do jeito que o vimos, temos a certeza de que Deus pegou ele no colo e o trouxe de volta”, diz, às lágrimas.

Após a chegada do Samu, Davi foi levado ao hospital, juntamente com a avó Dine. “Apenas lá ele chorou ‘de verdade’. Os médicos fizeram todos os exames e, graças a Deus, não teve nenhuma sequela. Todos foram muito atenciosos com a gente, só temos a agradecer”, frisa.

 

Alívio e dever cumprido

Após ser levado ao HMRT, Carina ficou em casa e só teve uma reação. “Apenas consegui pegar e minha Bíblia, minha ‘santinha’, me ajoelhei ao lado do bercinho e agradeci, muito, por Deus ter trazido o Davi de volta. Esse menino já deu alguns sustos na gente, desde a gestação. Isso porque, entre 33 e 34 semanas descobri que estava com pré-eclâmpsia, por isso, tive que tomar muito cuidado com a pressão arterial, tomar remédios e manter o repouso. Além disso, ele veio um pouco antes da hora, com 37 semanas. É um menino de ouro, o nosso orgulho”, conta a mãe.

 

Saber que uma vida foi salva graças à minha atitude e ao que aprendi nos cursos, é algo que levarei comigo, para sempre.

 

Para o bombeiro, o sentimento é o de dever cumprido. “Foi uma satisfação muito grande, poder ajudar a família neste momento difícil, aplicando os nossos conhecimentos e ver que eles, realmente, dão resultados. Naquele momento, só pensei na minha filha, tanto que também não contive o choro. E fico feliz que, mesmo por telefone, com todo o nervosismo envolvido, os familiares realizaram as manobras de maneira correta. Saber que uma vida foi salva graças à minha atitude e ao que aprendi nos cursos, é algo que levarei comigo, para sempre”, finaliza Schubert.

 

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