A oportunidade de ter uma nova casa

Na semana passada, uma operação conjunta das Polícias Civil e Militar tinha como objetivo cumprir mandados de busca em apreensão, no combate ao tráfico de drogas, no município. Porém, em uma das ocorrências, chamou a atenção uma cena que não estava no “roteiro”. 

Os agentes encontraram um cachorro, que estava em um local precário, na área externa de uma residência de um dos procurados pela polícia da cidade. Surpresos com a presença do cãozinho, os policiais deram água ao animal, que estava com muita sede, sendo tudo registrado pelo delegado de Polícia Civil de Pomerode, Antonio Godoi. 

A cena, que chamou a atenção, ganhou força durante a semana, após a publicação do vídeo nos canais de comunicação do Jornal de Pomerode. Logo depois de ter sido encontrado, o cãozinho foi levado a um petshop, que fez o serviço de banho e tosa de maneira voluntária e, momentos depois, foi colocado para adoção.
No mesmo dia, o cão encontrado em situações precárias teve a oportunidade de ganhar uma nova família e um novo lar. Yoshi, agora é seu nome. Por pedidos, não vamos identificar a pessoa que fez a adoção do animal e colocaremos um nome fictício (Joana) para ilustrar na matéria. A ideia de adotar o cachorro foi logo após mensagens via grupos de WhatsApp da proprietária do petshop envolvido nos cuidados pós resgate do cão.

“A proprietária do petshop é minha amiga e logo quando mandou as mensagens dizendo que o cachorro havia sido resgatado, vi as fotos e decidi adotar. Eu estava querendo um cachorro, pois sou uma amante dos animais e ter ele conosco é uma alegria imensa. Posso dizer que, quando eu vi a foto foi ‘paixão à primeira vista’”, relata.

Ela comenta que o cãozinho se adaptou bem à nova residência e fala sobre como está sendo a rotina, junto com o novo animal de estimação.

“Na sexta-feira de noite, ele ficou chorando um pouco, pois não reconhecia o ambiente. No domingo, saímos para passear e ele foi ganhando a nossa confiança rapidamente. Ele é bem brincalhão e por ser um filhote, está sempre mordendo alguma coisa e, aos poucos, vamos ensinando ele. Ele está adorando a nova família e nós também”, relata Joana.

O delegado Antonio Godoi falou sobre a ocorrência e destaca a atuação das forças policiais no combate aos maus-tratos de animais, em Pomerode.

“Quando vimos o cachorro naquela situação, nos chamou a atenção. É triste de ver um animal de estimação na situação precária que ele estava. Estamos intensificando o combate a esse tipo de ocorrência, em nossa cidade, e queremos criar uma rede voluntária para que possamos dar um novo lar aos animais encontrados por maus-tratos”, ressalta.

Cachorro teve a oportunidade de ter uma nova casa, após maus-tratos. (Foto: Raphael Carrasco / Jornal de Pomerode)

Sobre a rede voluntária, o delegado comentou que quer contar com o apoio de clínicas veterinárias, agropecuárias, petshops e a imprensa, para dar um destino melhor aos animais encontrados em situação de maus-tratos, já que a cidade ainda não possui um abrigo de animais. 

O que diz a lei?

Em 2020, a lei 1.095/2019, sancionada pelo Presidente da República Jair Bolsonaro, aumentou a punição para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais. A legislação abrange animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, incluindo cães e gatos, que acabam sendo os animais domésticos mais comuns e as principais vítimas desse tipo de crime.

A prática de abuso e maus- tratos a animais conta com pena de reclusão de dois a cinco anos, além de multa e a proibição de guarda. Atualmente, o crime de maus-tratos a animais consta no artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais 9.605/98 e a pena previa de três meses a um ano de reclusão, além de multa.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem, no Brasil, 29 milhões de domicílios com cães e 11 milhões, com gatos.