Esporte

A maior de todas as vitórias

Atleta de vôlei, que disputou os Jasc em meio a um tratamento contra o câncer, fala da sua recuperação.

8 de agosto de 2020

Em novembro de 2019, durante a disputa dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), todos nos emocionamos com a história de superação de Débora Gomes. Na época, a atleta da equipe de Vôlei de Pinhalzinho, cidade do Oeste Catarinense, disputou a competição em meio a um tratamento contra o Câncer de Colo de Útero Neuroendócrino, descoberto quatro meses antes.

De cabelo raspado, a jogadora venceu todas as dificuldades e ajudou a sua equipe a chegar até às quartas-de-final da competição estadual. Na época, ela contou ao Jornal de Pomerode a sua luta contra a doença, em uma entrevista emocionante, que comoveu a todos.

Mas como todos sabem, “depois da tempestade, vem a bonança”. Por isso mesmo, uma boa notícia encheu de alegria a própria Débora e todos que torciam pela sua recuperação: a cura do seu câncer. “No momento em que recebi a confirmação de que meu exame não apresentava mais nenhuma lesão, eu fiquei sem reação, mas muito feliz e extasiada. A primeira coisa que fiz foi agradecer a Deus por essa bênção. Passei por momentos muito difíceis, por isso, é uma felicidade imensa saber que você não corre mais risco em relação a essa doença”, destaca.

A Fisioterapeuta, de 25 anos, conta como foi o seu tratamento após disputar os Jasc, em Pomerode.  “Assim que voltamos para Pinhalzinho, continuei o tratamento, que compreendeu quatro ciclos de quimioterapia, totalizando 18 aplicações, com mais 28 sessões de radioterapia e três de braquiterapia. Tanto que, os meses de janeiro e fevereiro foram os mais difíceis, onde tive mais efeitos colaterais. Entretanto, na medida do possível, tentei manter a minha rotina, principalmente, no esporte”, frisa.

 

Recuperada, a Fisioterapeuta mostra muita gratidão a todos que a auxiliaram nesta batalha (Foto: Divulgação)

Débora conta, também, que o grande desafio foi conviver com os efeitos colaterais dos tratamentos, que foram realizados de forma simultânea. “Eu procurava ter uma vida dentro da normalidade, mas, em muitos dias, não conseguia nem sair de casa. Só que eu tive muito apoio, principalmente, da minha família. E o que me deixou muito feliz foram as pessoas desconhecidas que, ao ficarem sabendo da minha história, também mandaram mensagens de apoio. Mas a força maior sempre veio de Deus, afinal, quando eu tinha algum dia mais difícil, era nEle em quem me apegava”, destaca.

No entanto, o diagnóstico positivo ainda demorou um pouco para ser revelado. “No mês de fevereiro, eu finalizei o tratamento e tive que esperar até maio para fazer o exame, se a doença havia regredido ou não. Mas como ainda apareceu uma lesão, o meu médico pediu para aguardar, pois isso poderia ser uma lesão da própria radioterapia. Agora, em julho, fiz um novo exame e, na semana passada, recebi a confirmação de que não havia mais nenhuma lesão. Foram cinco meses de aflição, para saber em qual estágio estava a doença, mas, graças a Deus, deu tudo certo”, comemora.

E como se não bastasse, a Fisioterapeuta ainda teve que redobrar os seus cuidados, em virtude da pandemia do novo coronavírus, em um momento em que estava retornando às suas atividades profissionais. “Fazia três semanas que tinha voltado a trabalhar, quando veio o período da quarentena, em março. Então, tive que ficar em casa, de novo. Mas isso não foi motivo para que eu desanimasse, pois retornei faz dois meses e busco manter todos os cuidados sanitários, a fim de minimizar a possibilidade de contrair e transmitir o vírus”, frisa, acrescentando que também mantém as suas atividades esportivas. “Não estou fazendo academia, por enquanto, mas treino com um personal, uma vez por semana, para manter o meu condicionamento”, completa.

 

Débora atuou nos Jasc 2019, pela equipe de Pinhalzinho ( Foto: Arquivo JP)

Aliás, o esporte foi outra ferramenta que auxiliou na cura de Débora. “Depois dos Jogos Abertos, disputamos a final da Liga Oeste. Já em 2020, joguei a 35ª Taça Carlos Culmey, em Santo Cristo (RS), na modalidade do Vôlei de Areia, competição que foi muito especial, pois fiquei na dúvida em participar ou não. Eu sentia bastante dificuldade, principalmente, na questão do fôlego, mas fui e deu tudo certo. Infelizmente, por conta da pandemia, não temos mais como treinar. Por isso, estamos aguardando, afinal, o esporte sempre fez parte da minha vida e foi fundamental para a minha recuperação”, comenta.

Como uma verdadeira vencedora, Débora tem uma mensagem especial para aqueles que estão passando por momentos difíceis. “É preciso ter fé em Deus, que tudo isso vai passar. Lógico, há momentos em que pensamos em desistir, mas é preciso ter esperança. Levar a vida o mais normal possível também é fundamental, ou seja, não abandonar as atividades que mais gosta de fazer. No fim, tudo vai dar certo, como deu, no meu caso. Por isso, quero agradecer o carinho de todas as pessoas, mesmo aquelas que não me conheciam e mandaram muita energia positiva, especialmente, nas redes sociais. A todos, o meu muito obrigado. Eu venci, portanto, todos podem vencer, também”, finaliza.

 

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