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Nepal: mais de 3.700 morreram após terremoto

Fenômeno, de 7,8 graus de magnitude, ocorreu no último sábado no país; na Índia e na China, a tragédia provocou outras
90 mortes. Mais de 3.700 morreram no Nepal após o terremoto de sábado no país. É o que indica o mais recente relatório
divulgado pelas autoridades locais.

27 de abril de 2015

Mais de 3.700 morreram no Nepal após o terremoto de sábado no país. É o que indica o mais recente relatório divulgado pelas autoridades locais.

“Outras 6.500 pessoas ficaram feridas”, disse Rameshwor Dangal, diretor do departamento de gestão de catástrofes do ministério de Interior. O balanço anterior registrava 2.500 mortes. 

Nos países vizinhos, incluindo Índia e China, a tragédia provocou outras 90 mortes.

O terremoto de 7,8 graus de magnitude, o mais violento dos últimos 80 anos no país, provocou vários tremores secundários e diversos deslizamentos no monte Everest, onde 18 pessoas morreram no início da temporada de alpinismo.

O balanço pode ser ainda mais grave no Nepal, onde as agências humanitárias ainda têm dificuldades para avaliar o alcance da devastação e as necessidades da população.

Quase um milhão de crianças precisam de ajuda urgente, segundo o Unicef.

Milhares de crianças dormem ao relento desde o terremoto, ao lado dos pais, e o risco de propagação de doenças é elevado, segundo o Fundo da ONU para a Infância.

“Pelo menos 940.000 crianças que vivem nas áreas mais afetadas pelo terremoto no Nepal têm uma necessidade urgente de ajuda humanitária”, afirma um comunicado.

“As restrições de acesso à água potável e às instalações de saúde expõem as crianças a doenças que se propagam pelo ar. Ao mesmo tempo, algumas crianças estão separadas de suas famílias”, adverte o Unicef.

A organização está mobilizando equipes e enviará a Katmandu dois aviões de carga com 120 toneladas de ajuda humanitária, incluindo medicamentos, barracas e cobertores.

O governo do Nepal enviou três helicópteros para tentar resgatar os alpinistas que permanecem bloqueados no Everest.

Quase 150 pessoas permanecem nos campos 1 e 2 e as autoridades acreditam que não têm ferimentos graves. Eles serão levados para o campo base e não para a base da montanha, segundo o governo.


Devastação em Katmandu

O terremoto bloqueou as estradas da capital e provocou danos no aeroporto internacional, que precisou ser fechado por motivos de segurança. As comunicações, a eletricidade e a água corrente foram cortadas, indicou a ONG Oxfam, que “se prepara para levar água potável e artigos de primeira necessidade”, segundo a diretora de seu escritório no Nepal, Cecilia Keizer.

A Índia evacuou seus cidadãos bloqueados através de aviões militares, enquanto 62 equipes de resgate chinesas chegaram à região com cães treinados.

Em Katmandu, centenas de edifícios desabaram. A histórica torre Dharahara, uma das maiores atrações turísticas da cidade, não resistiu aos abalos e seus nove andares vieram abaixo deixando uma montanha de escombros.

Enquanto as equipes de salvamento buscavam entre os escombros, muitas com a ajuda de suas próprias mãos, os hospitais estavam lotados.

No hospital Bir, o mais antigo de Katmandu, familiares das vítimas tentavam espantar as moscas dos corpos, que se amontoavam no chão diante da falta de espaço nos necrotérios.

Muitos médicos atendiam os feridos, a maioria com fraturas múltiplas e traumatismos, em tendas de campanha anexas devido à grande quantidade de feridos, mas também porque muitas pessoas tinham medo de entrar no edifício.

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