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Mudança na maneira de ver o mundo

Quem não sonha em viajar para o exterior e poder permanecer por um longo período de tempo conhecendo melhor o país escolhido? Agora imagine isso combinado ao fato de poder fazer um trabalho voluntário e ajudar ao próximo. Foi isso que fez o pomerodense João Marcos Beber, de 20 anos

5 de abril de 2019

Quem não sonha em viajar para o exterior e poder permanecer por um longo período de tempo conhecendo melhor o país escolhido? Agora imagine isso combinado ao fato de poder fazer um trabalho voluntário e ajudar ao próximo. Foi isso que fez o pomerodense João Marcos Beber, de 20 anos, que pôde participar de um intercâmbio na Alemanha, com uma bolsa de trabalho voluntário.

Ele embarcou para a Alemanha em março de 2018, após ser selecionado para ganhar uma bolsa no Weltwaerts Sul-Nort, um programa do governo alemão, que oferece o benefício parcial para alguns estudantes estrangeiros que submetem-se à seleção, com o intermédio da AFS. João foi um dos selecionados e aceitou o desafio de fazer o bem em terras europeias.

Primeiramente, ele ficou durante um mês na cidade de Hamburgo, participando de seminários preparatórios para a função de que ele, e os demais voluntários, deveriam executar. Depois, seguiu para Northeim, uma cidade com características semelhantes a Pomerode, localizada na região central da Alemanha. Nesta cidade fica o instituto onde João desempenhou o trabalho voluntário, durante o restante do período de um ano do intercâmbio.

“Quando me inscrevi, até achei que não seria selecionado, entre tantos, mas resolvi tentar. Acabei sendo escolhido para participar de um projeto que trabalha com pessoas com deficiência e, mesmo não tendo sido a minha primeira opção de projeto selecionada, foi uma experiência muito gratificante”, relata o jovem.

Beber atuava em uma instituição que atende pessoas com mais de 18 anos, que tenham algum tipo de deficiência. Neste local, os atendidos são divididos em dois setores, um deles para os que têm mais autonomia e no qual executam algum trabalho, e outro para os que precisam de mais atenção e cuidados, com a ajuda dos voluntários.

“Eu atuei no setor das pessoas que precisavam de mais auxílio, que tinham menos autonomia. Ali, normalmente eram grupos de seis pessoas, acompanhados por dois cuidadores. Nosso trabalho consistia em ajudá-los nas atividades diárias e desenvolver ações para eles durante o dia, que contribuíssem com o seu desenvolvimento. Nunca havia trabalhado com pessoas com deficiência antes e ainda foi a minha primeira experiência com um trabalho, de fato, em que precisava cumprir horários e tarefas. Lá havia pessoas com vários tipos de deficiência, e cada uma precisava de uma maneira de lidar diferente. Foi uma experiência muito gratificante e me faz ver o mundo de uma outra forma”, ressalta o intercambista.

De acordo com Beber, este era um emprego que, quase sempre, proporcionava algumas aventuras. Ele também teve a experiência com o outro setor, em que os atendidos pela instituição trabalhavam e eram mais autônomos.

“Eu acabei me apegando bastante a eles e eles a mim. Criei um laço com muitos dos que eu ajudava diariamente e consegui conquistar a confiança deles, que era o meu objetivo. Em cada um dos dois intercâmbios que fiz, eu tinha uma meta, e neste, era deixar a minha marca lá e acredito ter cumprido isso. Quando era a hora de eu ir embora, um ano depois, fizeram uma festa de despedida para mim e foi muito emocionante, porque poucas vezes isso aconteceu lá”, comenta.

João retornou ao Brasil em 27 de fevereiro e admite que, em um primeiro momento, voltar para cá foi um choque. “Acabei construindo uma vida lá e estava totalmente imerso naquela realidade. Ao retornar, ainda demora um pouco para se adaptar novamente à realidade aqui. A saudade existe, claro, mas você se acostuma, tendo o auxílio da tecnologia para falar constantemente com a minha família”.

Sobre os planos para o futuro, o jovem admite que ainda não decidiu se voltará à Alemanha ou não e que, por hora, quer curtir a família, aqui. Mas ele destaca que é uma experiência única e que recomenda para todos. “Eu vejo que cresci muito durante este um ano e recomendo muito para quem quiser uma experiência diferenciada, pois você retorna com uma outra ideia de mundo, além de amigos do planeta todo”, comenta.

Por fim, Beber agradece a oportunidade da AFS, que promoveu uma organização excelente, oferecendo muito suporte, antes e durante o intercâmbio. Ele recomenda ficar atento ao site da AFS e se inscrever no programa de bolsas.

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