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Maruins infestam todo o município

A grande infestação de maruins está atingindo o município de forma geral. As crianças nas escolas sofrem com as picadas que após intensa coceira, se transformam em feridas doloridas.

19 de maio de 2005

A grande infestação de maruins está atingindo o município de forma geral. As crianças nas escolas sofrem com as picadas que após intensa coceira, se transformam em feridas doloridas. As empresas também estão reclamando, pois os funcionários precisam constantemente parar a função para se proteger.


A prefeitura de Jaraguá do Sul, em parceria com a AMMVALI e a Fundação Fiocruz, estão pesquisando o maruim há praticamente três anos. Os resultados desta pesquisa deverão ser divulgados no mês de junho. Enquanto isso, o biólogo do Departamento de Meio Ambiente da prefeitura de Jaraguá do Sul, Ulises Sternheim, explica que o maruim, na verdade, está se aproveitando da atividade humana, em especial do cultivo da banana. “Estamos propondo um trabalho junto aos cultivadores, mas não estamos divulgando ainda os resultados”.


Ele informa, que ao contrário do que se pensa, o maruim que infesta a nossa região não é o mesmo que tem origem nos mangues. “O maruim que está em nossa região é natural da Mata Atlântica”. Ressalta que não existem ainda estudos quanto aos predadores naturais. “Mas é claro que se suspeita de anfíbios e aves, mas quais e como se dá, ainda não sabemos”.


Os estudos incluíram os municípios de Jaraguá do Sul, Corupá e Guaramirim. No entanto, Ulises afirma que o maruim que infesta hoje Pomerode é o mesmo. “Os municípios são parecidos, sendo que a única coisa que vai diferir é a altitude, a diferença entre climas, fator não relevante”.


O maruim sempre existiu nas florestas e está virando realmente uma infestação, constata o biólogio. Informa ainda que o uso da citronela, um repelente natural, é recomendável, assim como qualquer inseticida químico, que elimina o maruim no ambiente, pois este inseto é muito sensível a estes venenos.


O grande problema, aponta, é a quantidade de inseticida que a pessoa usa dentro de casa, o que se torna prejudicial à saúde, pois mata os que estão naquele momento no ambiente, não impedindo a entrada de outros. E em ambientes abertos, o controle ainda é muito mais difícil.


A melhor proteção é o uso de roupas adequadas, como camisas de mangas compridas e calças. E só para alertar: a temperatura um pouco mais baixa diminuía infestação, mas o maruim continua agindo, assim como os outros insetos.


O maruim é um inseto díptero membro da família Ceratopogonidae, semelhante aos mosquitos, mas de pequenas dimensões. É um animal hematófago antropofílico que penetra pelo meio dos cabelos e por dentro das roupas causando urticária com suas doloridas picadas. Em algumas regiões é chamado de “mosquito pólvora”. É o maruim o responsável pela transmissão da virose oropoche, que deixa o paciente de cama por até 12 dias, com dores no corpo, febre e fotofobia. Mosquitos desta família são também responsáveis pela doença denominada “Língua Azul” (LA), que acomete ovinos e bovinos.

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