Mãos que ajudam a tornar Osterbaum um ícone
Marlene Selhorst participa da montagem da Osterbaum, aos 63 anos, e fala sobre a experiência de participar deste evento tão especial

Foto: Isadora Brehmer / JP
Pomerode, a cidade mais alemã do Brasil, se enche de cores e tradição com a Osterbaum, a árvore de Páscoa enfeitada com milhares de casquinhas de ovos. Um dos nomes por trás dessa grandiosa montagem é Marlene Selhorst, que desde 2017 participa ativamente da construção dessa tradição.
Marlene fez parte da equipe responsável pela Osterbaum que entrou para o Guinness Book como a maior do mundo. “Eu comecei a ajudar naquela árvore e depois, todo ano, continuei. Geralmente, eu e o Schaefer que montávamos, agora temos mais um ajudante”, conta.
A montagem da Osterbaum exige organização e técnica. Marlene explica que sua função principal é estar no topo da estrutura, amarrando as guirlandas. “Geralmente, eu e o Schaefer ficamos lá em cima, amarrando. Lá embaixo, tem quem abastece as guirlandas. Mas sempre estou nas alturas”, afirma.
Mesmo com a altura e o trabalho minucioso, Marlene não sente medo. Pelo contrário, encontra prazer na tarefa. “Eu adoro estar lá em cima. Para mim, é uma terapia. É uma coisa que eu gosto muito de fazer, então é muito prazeroso”, compartilha.
A satisfação de ver a Osterbaum concluída é uma das maiores recompensas. “Você coloca a primeira guirlanda e, quando coloca a última, vê todo o trabalho. Não é fácil, porque é uma época quente, mas vale a pena”, enfatiza.
A jornada de montagem é intensa e desafiadora. “Esse ano, por causa do calor, começamos às seis e meia da manhã e vamos até meio-dia. Depois, paramos e retomamos no fim da tarde. Nos outros anos, trabalhávamos direto das sete da manhã às sete da noite”, detalha Marlene. Mesmo com o ritmo puxado, ela garante que a paixão pelo trabalho faz tudo valer a pena. “Eu nem sinto o cansaço”, afirma.
Para Marlene, a magia da Osterbaum está no processo e no resultado final. “Você vê a árvore sendo preenchida, ficando cada vez mais bonita. No final, quando tudo está pronto, é uma emoção imensa”, comenta.
A cada edição, milhares de guirlandas são fixadas na estrutura. “Esse ano, são cerca de 18 mil guirlandas e mais de 100 mil casquinhas de ovos”, revela Marlene. O tempo para a montagem varia, mas geralmente leva entre sete e nove dias. “Depende muito do tipo da árvore, algumas são mais fáceis de pendurar, outras não”, explica.

Foto: Isadora Brehmer / JP
A relação de Marlene com a cultura de Pomerode não se limita à Osterbaum. Sua trajetória começou com a produção de bolachas para oficinas na cidade. “Em um ano, antes do evento de Natal da cidade, me convidaram para fazer bolachas para oficinas de Natal. Nunca tinha feito nada assim, mas testei algumas receitas e deu certo”, lembra.
Desde então, a participação de Marlene nos eventos cresceu. “Fiz a Oster, depois participei do Natal e continuei ajudando na árvore”, conta. Em 2025, ela estará novamente presente com novidades. “Vai ter oficina de bolachas e algumas surpresas. Vai ser muito legal esse ano”, adianta.
O reconhecimento do público é uma das maiores recompensas para Marlene. “A gente se sente orgulhosa quando vê as pessoas admirando a árvore. Foi um trabalho suado, sofrido pelo calor, mas ver que ficou bonito compensa qualquer coisa”, destaca.
Para muitos, o esforço de subir em grandes alturas e trabalhar sob o sol escaldante seria impensável. Para Marlene, é um prazer. “Todo mundo diz que sou louca por fazer isso na minha idade, mas é algo que me faz bem. Enquanto me quiserem aqui, vou continuar”, garante.
A Osterbaum é um símbolo de dedicação e tradição em Pomerode, e Marlene Selhorst é uma das guardiãs dessa história. Seja no alto da estrutura ou na cozinha preparando bolachas, sua paixão pela cultura e pelo trabalho artesanal seguem encantando moradores e turistas. “Saber que tem um pouquinho de mim na árvore é a melhor parte”, conclui.