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“Já imaginou um mundo sem coleta de lixo?”

No Dia do Gari, o Jornal de Pomerode conversa com esses profissionais, que relatam as dificuldades deste importante
trabalho

20 de maio de 2015

Por mais que o uniforme seja colorido, muitas vezes, eles passam despercebidos. Pelas ruas, eles correm de um lado para outro, em frente a casas e empresas, recolhendo aquilo que jogamos fora. O gari é um profissional de extrema importância para a cidade e seus cidadãos. Ele que é responsável por manter a cidade sempre limpa. Uma profissão tão importante quanto este, merece ter um dia só para ele. E esta data é comemorada hoje, dia 16 de maio. 

Você sabia que a profissão de Gari surgiu no Rio de Janeiro? Tudo aconteceu quando um empresário chamado Aleixo Gary assinou contrato com o governo para organizar o serviço de limpeza das ruas e praias da cidade. Desde então os garis trabalham duro todos os dias com muito empenho para deixar a cidade limpa e bonita.

Os profissionais Ezequiel de Lima, Carlos Alberto Gessner, Aidson Oliveira Frubel e Douglas Leandro Franher exercem há alguns anos o trabalho. Eles, que já passaram por diversas histórias, explicam que a profissão tem seus altos e baixos, mas que é possível se divertir muito. 

Os garis têm uma grande responsabilidade, recolher o lixo produzido pelas pessoas. Porém, eles contam que muitas vezes encontram surpresas desagradáveis no seu serviço. “Nós já encontramos muitas coisas que não deveriam ser jogadas no lixo, como por exemplo, animais mortos em sacos plásticos. Tem gente que joga no lixo orgânico, mas isso não está certo. Outro problema é que tem muita gente que não separa o reciclado do orgânico e acaba jogando tudo junto. Por exemplo, fraldas sujas, que deveriam estar no lixo orgânico, acabamos encontrando no reciclado. Essa é uma das partes mais dificeis do trabalho. Os cidadãos deveriam se conscientizar mais sobre o que estão jogando fora”, comentam. 

Além desses problemas, eles também comentam que o clima também é um grande vilão dos profissionais garis. “Nós temos que enfrentar desde a chuva, frio e o calor escaldante do verão. Quando é quente, o que nos atrapalha também é a poeira que levanta das estradas de chão. Mas mesmo assim, é uma boa profissão, e nós gostamos do que fazemos”, relatam.

Embora estes profissionais sejam realmente muito importantes para a manutenção da limpeza da cidade, nem sempre eles ganham o respeito que merecem. “Muitas pessoas reclamam. Principalmente no trânsito, quando descemos do caminhão para fazer a coleta. Às vezes o caminhão fica parado por um minuto e já tem motorista reclamando que tem que esperar. Além disso, têm pessoas que reclamam do mal cheiro quando passamos. Bom, é o lixo que elas produziram que está lá dentro. Nós estamos fazendo o nosso trabalho”. 

Segundo eles, o preconceito com a profissão é um dos piores inimigos para encontrar jovens dispostos a trabalhar na área. “As pessoas vêm com maus olhos por causa do lixo. Muitas gente acha que é uma profissão suja, mas é um trabalho tão digno quanto qualquer outro. E precisamo que as pessoas se interessem nessa área, pois temos cada vez menos procura. E já imaginou uma era onde não haverá coleta de lixo?”, terminam.

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