Inadimplência: um problema presente em todos os lugares

O número de brasileiros com dívidas em atraso cresceu 2,33% em fevereiro, na comparação com o mesmo mês de 2014, informou a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) na terça-feira, 10 de março.

Apesar do aumento, o índice caiu em relação aos 3,12% de inadimplentes registrados em janeiro. Em termos absolutos, diminuiu o número daqueles que alegam não poder pagar as dívidas em dia. De 54,6 milhões de pessoas em janeiro, o número recuou para 53,6 milhões em fevereiro (equivalentes a 36,89% da população acima de 18 anos).

Os economistas do SPC explicam que a redução do indicador em relação ao primeiro mês do ano não tem relação com o aumento da quantidade de pagamentos de dívidas em atraso. Para eles, a queda se justifica na “piora do nível de emprego e na redução do poder de compra dos salários, por causa da inflação”, segundo a economista Marcela Kawauti.

Análise técnica do SPC Brasil ressalta também que os consumidores estão comprando menos bens caros, como automóveis, produtos da linha branca, móveis, eletrodomésticos e materiais de construção. Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, esses são, “justamente, os bens mais dependentes de financiamento”.

Diante desse recuo, Honório avalia que a situação do varejo, em 2015, pode não ser das melhores. Ele argumenta que o varejo depende de datas para que apresentem lucros significativos, como o Natal e a Páscoa, e acredita que a solução é apostar no comércio de alimentos para tentar minimizar a situação.

De acordo com o SPC, o segmento que mais concentra crescimento no número de pendências não pagas é o setor de comunicação, que envolve telefonia fixa e móvel, TV a cabo e internet, que teve alta anual de 8,48%. A segunda maior variação é no setor de água e luz, com aumento de 6,67% ao ano. O setor que mais detém participação nas dívidas é o setor bancário, credor de 47,51% do passivo registrado em fevereiro.

Por faixa etária, os idosos continuam sendo os mais dispostos a fazer dívidas. Eles apresentaram a maior variação na taxa de devedores em fevereiro, em relação ao mesmo mês do ano passado. Em contrapartida, são os jovens (de 18 a 24 anos de idade) que menos fazem esse tipo de compra, com variação negativa de 9,33% na taxa de inadimplência anual. O grupo dos adultos (de 30 a 39 anos de idade) é o que tem participação mais alta, de 29,09%, no total de inadimplências.

Os números em Pomerode – A realidade também é vivida em Pomerode e, apesar de ser em menor proporção, chega a pouco mais de 5% dos eleitores da cidade.

De acordo com os dados disponibilizados pela CDL de Pomerode, que conta com 103 estabelecimentos comerciais associados, e que tem como base o SPC/SC, são 1.695 registros ativos em Pomerode, onde, destes, somam 1.115 CPF’s e CNPJ’s totais.

De acordo com o presidente da CDL de Pomerode, Felix Antonio Valentini, é preciso ser cuidadoso na hora da venda. “Na atual fase da economia nacional faz-se necessário o uso de ferramentas para a consulta de prováveis inadimplências futuras.

A CDL disponibiliza essas ferramentas que possuem não apenas o cadastro no SPC, mas também a visualização de protestos. Atualmente o número de vendas não deve ser o mais visado, mas sim efetua-las da maneira adequada e preventiva para evitar as inadimplências. Felizmente não estamos observando diminuição no quadro de funcionários nas indústrias e no comércio locais, pois se isso ocorrer, certamente, esses números serão maiores. Acreditamos também que com a movimentação realizada no último dia 15 a situação seja modificada e possamos observar a retomada do crescimento da economia”.

Quando os números transformam-se em valores, chega-se a uma média de R$743,37 por pessoa. Ou seja, em cada CPF ou CNPJ registrado. No total, são R$828.855,31 registrados em valores ativos.

Os dados atualizados em fevereiro, dão conta de que, em Pomerode, a faixa etária que mais tem registro no SPC está entre 18 e 25 anos, seguida pela de 36 a 45. Em terceiro lugar estão os consumidores entre 26 e 35 anos, seguidos por 46 a 55 e, por último, os de 56 a 99 anos.

A maioria é solteira e mulher. Os casados seguem na segunda colocação, assim como os homens.

Os dados não especificam onde os pomerodenses são mais inadimplentes, mas, o setor de Bancos concentra a maior parte das dívidas em todas as regiões do país, com exceção do Norte, onde o setor que mais agrega dívidas é o comércio.