Filosofar é preciso
Quando ouvimos falar sobre esse assunto, a subjetividade logo vem à tona, uma vez que é necessário conhecimento e uma maneira de pensar bastante ampla.
Quando ouvimos falar sobre esse assunto, a subjetividade logo vem à tona, uma vez que é necessário conhecimento e uma maneira de pensar bastante ampla. Não que ela não esteja presente no dia-a-dia, mas é preciso conhece-la profundamente para que o entendimento aconteça.
Estamos falando da Filosofia, que é o estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Originária do grego, a palavra significa amor à sabedoria. O Filósofo é uma pessoa que busca o conhecimento de si mesmo, sem uma visão pragmática, movido pela curiosidade e pelos fundamentos da realidade. Além do desenvolvimento como disciplina, a filosofia é intrínseca à condição humana, não é um conhecimento, mas uma atitude natural do homem em relação ao universo e seu próprio ser.
O graduado em Filosofia pode atuar como docente no Ensino Fundamental, Médio e Superior, na redação de jornais e revistas, como crítico de arte e cultura, além de poder trabalhar em museus e centros culturais. Pode ainda ingressar na área de pesquisa e desenvolvimento de projetos educacionais, na consultoria ética em hospitais, empresas, na revisão de processos judiciais, em ONGs de incentivo à projetos sociais e culturais e em empresas/agências de comunicação.
No dia 16 de agosto, comemoramos o Dia do Filósofo e, por este motivo, buscamos alguém com conhecimento de causa para que pudesse falar um pouco sobre a sua profissão. Isaias Kniss Sczuk, de 27 anos, é formado no Centro Universitário São Camilo – SP, desde março de 2007, na primeira turma de Filosofia dessa instituição. Segundo ele, a maioria de meus professores eram da USP e PUC-SP. No ano passado, concluí uma Especialização em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia. Procuro sempre me atualizar, ainda mais que uma das características do filósofo é refletir o conceito, e este é mutável. Portanto, antes de afirmarmos qualquer coisa precisamos saber, estar conscientes, de qual contexto histórico estamos nos referindo.
Atualmente lecionando no Colégio Sinodal Doutor Blumenau e José Bonifácio, Isaias também já deu aulas na Escola Prudente de Morais. Ele conta que a Filosofia surgiu em sua vida no Ensino Médio, em um Seminário Católico de Curitiba. Lá comecei a ler muito clássicos como Sócrates, Platão, Aristóteles e alguns pensadores sofistas. Nesse ínterim, tive a honra de assistir uma palestra do filosofo Mário Sergio Cortella, que apresentou o que era filosofia. Percebi que era muito mais do que aquilo que estava aprendendo em sala de aula, relata.
Ao termino do ensino médio, o professor prestou quatro vestibulares pleiteando bolsa de estudo: Artes Cênicas (UFRJ), História e Psicologia (UFPR) e Filosofia (USC-SP). Esses eram os cursos que eu mais desejava e a ideia era seguir aquele no qual eu conseguisse bolsa. Felizmente, ou infelizmente, fui muito bem em todos. Inicialmente escolhi Artes Cênicas, mas logo desisti. Então, no mesmo ano, 2004, fui para São Paulo e ainda consegui entrar no curso de filosofia.
Identificação – Isaias se diz adepto do Existencialismo Sartriano, que surgiu em uma época de pós-guerra e, por conta disto, estimulou ânimos pra mudanças e revolução. Os preceitos propõem que o homem se construa, já que não nasceu pronto, mas que o faça de forma consciente de sua liberdade, da responsabilidade do que suas ações vão ecoar no mundo e nas outras pessoas.
A Filosofia está presente no cotidiano. Como disciplina, objetiva levar o educando a se encontrar existencialmente e perceber que ele é o responsável pela construção do ser social. Com isso se estabelece a consciência de que pensar é uma das mais nobres capacidades humanas. As dificuldades é que ainda muitas instituições não reconhecem o valor da disciplina e a atribuem uma carga horária não suficiente para uma boa abordagem filosófica. E por ter poucos profissionais, acabam deixando-a nas mãos de qualquer um, que muitas vezes não tem o mínimo de entendimento para ministrar a disciplina, comenta o educador, que procura ministrar suas aulas fazer de maneira descontraída, incitando os alunos à reflexão, diálogo e debates. A música também está presente em suas aulas, com músicas que tenham a ver com o tema proposto.
Sabe-se que a disciplina leva as pessoas a pensar e, em alguns casos, a inclusão tecnológica rema contra este princípio. Por isso, existem algumas dificuldades na transmissão desses conhecimentos aos alunos. Segundo Isaias, a dificuldade é fazer com que eles desliguem seus aparelhos celulares em sala de aula. Não temos como impedir os avanços tecnológicos, por isso, devemos acompanhá-los. Acredito que este seja um dos caminhos para nós, professores, o de universalizar nosso conhecimento e saber mais que nossos alunos, usar a linguagem deles para ensiná-los. Por causa disso, sempre promovo e chamo-os para discussões nas redes sociais, como o facebook e twitter, ressalta.
A revolução tecnológica das mídias possibilitou uma igualdade, por ser acessível à uma grande parcela da população. Na Internet, o aluno tem acesso a uma diversidade de ideias e à várias formas de pensar, agir e ser. Estes fatos possibilitam ao aluno analisar e confrontar seus conhecimentos com o mundo que o cerca. Todavia, infelizmente, é notável uma falta de compromisso das estâncias educativas, que poderiam e deveriam orientar o aluno na utilização das mídias. Os educadores falham ao não saber direcionar o uso da Internet. Sem orientação, é perceptível que muitos jovens tornam-se vulneráveis e não conseguem administrar o grande número de afirmações que lhe são apresentadas, finaliza o professor.