Economia no governo: uma proposta plausível?

Economizar para investir. Esta é a proposta que o vereador Deoclides Correa trouxe à Tribuna, recentemente. Em seu pronunciamento na Câmara, o legislador pomerodense, baseado na administração da cidade vizinha de Timbó, trouxe algumas sugestões e questionamentos ao Executivo pomerodense.

“Nesta proposta, que acredito ser bastante simples, a Prefeitura de Pomerode poderia economizar até R$ 4 milhões por mandato, ou seja, em quatro anos. Como não temos mais este período da atual gestão, mas se praticadas, a economia ainda seria bastante significativa, chegando a quase R$ 2 milhões. Não sou contra o empréstimo voltado a melhorias municipais. No entanto, dinheiro emprestado é devolvido com juros e é uma obrigação economizar onde é possível para que investimentos possam ser efetuados em situações realmente necessárias”, comenta o vereador.

“As medidas sugeridas não são de difícil adesão, mas resultam numa economia bastante significativa. Nos 20 anos que vamos pagar esse empréstimo, isso seria mais de 20 milhões, mais do que o total que estamos pegando no banco. Eu vou entregar isso por escrito para o Prefeito também, para que ele possa pensar a respeito”, conclui.

1ª Proposta: Secretarias

Atualmente, Pomerode conta com 14 secretarias. Deoclides Correa sugere que o número seja reduzido.

“Pomerode, hoje, tem 14 secretarias e cada secretário recebe um salário de R$ 11.200,00. Timbó funciona com nove secretarias e um salário de R$ 8 mil para cada secretário. Como é que Timbó, uma cidade 10 mil habitantes a mais, funciona bem com nove secretarias e aqui precisa-se de 14? A proposta que eu faço aqui é que o Prefeito reduza de 14 para nove secretarias e, somente com isso, já economizaria mais de R$ 900 mil por ano. Não estou nem sugerindo que mexa em salário de secretário, mas se o secretário aqui ganha mais, então pode assumir uma responsabilidade parecida com os secretários de Timbó”, explica.

2ª Proposta: Salário do Prefeito 

O vereador também aponta uma redução no salário do prefeito da cidade como forma de economia. 

“Aproveito para questionar o salário do Prefeito de Pomerode, que, hoje, é de R$ 27 mil reais. Em Timbó, o prefeito recebe R$ 17 mil para administrar uma cidade maior e mais populosa. Até em Blumenau, que é 10 vezes maior que Pomerode, o prefeito recebe R$ 22 mil reais. Como é que aqui ganha R$ 27 mil? Se o prefeito reduzisse esse valor para R$ 20 mil, que ainda seria o salário do prefeito de Timbó – mais um salário de professor de brinde – isso já daria uma economia de mais 111 mil reais por ano”.

3ª Proposta: Unificação de Pastas 

Correa também sugere que algumas Secretarias municipais sejam unificadas, com o objetivo de possuir apenas um administrador. 

• O primeiro item é unificar a Secretaria de Turismo e Cultura e a Funpeel em uma secretaria só,  a ‘ Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte’. “São atividades relacionadas. Tanto o Esporte tem a se beneficiar do contato com o Turismo, quanto o contrário”, pondera.

• O segundo item é unificar a Secretaria de Obras com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, seria a ‘Secretaria de Obras e Desenvolvimento Rural’. “São secretarias com atividades que têm muitas semelhanças, que usam máquinas e pessoal para fazer serviços, seja nas ruas, praças ou em áreas rurais”, ressalta.

• O terceiro item é unificar a Secretaria de Gestão Administrativa e Fazendária e a Controladoria, seria a ‘Secretaria de Gestão Administrativa, Fazenda e Controladoria’. “São áreas afins, que trabalham na movimentação financeira da Prefeitura e no bom uso do dinheiro. A função de Controladoria pode perfeitamente ser executada dentro dessa Secretaria”, avalia.

• O quarto item é eliminar a Secretaria de Governo. “Não existe necessidade nenhuma de um ‘Secretário de Articulação’ em uma cidade de 30 mil habitantes. Isso é coisa de politiqueiro. Não é à toa que mesmo cidades maiores não têm isso”, afirma.

• O quinto item é eliminar a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. “Essa é uma Secretaria sem função já faz tempo, feita para colocar amigo de alguém ou parente de alguém. Quando não tem ninguém, a Secretaria fica vazia e não faz falta nenhuma”, alega.