Dando prosseguimento a uma jornada de conquistas através do ciclismo

Um exemplo inspirador de perseverança e paixão pelo ciclismo. Aos 66 anos, Írio Goede continua praticando a modalidade e conquistando pódios importantes em campeonatos ciclísticos, pelo Brasil.

Sua trajetória no ciclismo teve início por volta de 1974, quando ainda era jovem. Juntamente com o professor e diretor do Colégio Doutor Blumenau, naquela época, Ireneu Voigtlander e professor Bruno Haut, fizeram a primeira prova, na cidade Florianópolis. Com isso, a modalidade foi ganhando força e Irineu Voigtlander começou a promover provas locais, em Pomerode e região. Írio Goede chegou a participar de provas com Hans Fischer, icônico ciclista da cidade, que disputou olímpiadas, representando o Brasil na modalidade. Mas, o ciclismo não era apenas o esporte que Írio praticava. Em 1976, como lateral esquerdo, o pomerodense foi campeão de um campeonato municipal, pelo Botafogo, do Wunderwald.

Contudo, a vida o levou a uma pausa de duas décadas, durante as quais Írio passou por 25 anos, trabalhando, deixando o esporte de lado. O tempo passou, e a falta de atividade física resultou em ganho de peso, algo que o motivou a repensar seu estilo de vida.

“Depois desses 25 anos trabalhando, deixei de lado um pouco o ciclismo, futebol, pela falta de tempo. Mas tudo teve consequências. Cheguei a engordar e pesar cerca de 100 quilos. Aí, quando cheguei perto dos 50 anos, decidi mudar o meu estilo de vida e voltar a pedalar, por lazer”, conta o pomerodense.

Decidido a retomar o controle de sua saúde, Írio voltou a pedalar. O que começou como uma simples atividade física logo se transformou em uma paixão avassaladora. Com o passar dos meses, ele não apenas perdeu peso, mas também ampliou seus horizontes, desafiando-se a percorrer trajetos cada vez mais longos. Atualmente, o pomerodense percorre cerca de 1300 a 1500 quilômetros por mês, totalizando mais de 15 mil quilômetros por ano, pedalando por Pomerode e demais cidades da região.

“Para se manter ativo, é necessário manter o foco e continuar treinando e pedalando. Então, meus treinamentos são por quilometragem. Mantenho essa média para ter o ritmo certo para conseguir competir a ponto de conquistar um pódio. Há muita competitividade, mesmo na categoria Master, que possui menos inscritos”, conclui.

Írio guarda medalhas conquistadas desde os anos 70. (Foto: Raphael Carrasco / JP)

Foto: Raphael Carrasco / JP

O retorno à forma física despertou em Írio o desejo de competir novamente. Sua determinação e amor pelo ciclismo o levaram a conquistas notáveis. No campeonato brasileiro de ciclismo, na categoria Master, Írio conquistou uma medalha de bronze.

Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi a participação no UCI Gran Fondo, uma prestigiada prova, na sua cidade natal, no mês de novembro. O pomerodense fez o percurso de 120km e subiu ao pódio com honras ao conquistar o primeiro lugar em sua categoria.

Írio Goede, em uma citação emocionante, compartilha seu amor pela bicicleta e como ela se tornou uma fonte de superação em sua vida: “Andar de bicicleta é mais do que uma atividade física para mim. É uma terapia, um momento em que todos os problemas desaparecem. A sensação do vento no rosto e a liberdade de percorrer novos caminhos são incomparáveis.”

Inspiração da família

E quem segue o mesmo caminho do pai, é a filha Letícia Alana Goede. Atualmente, a pomerodense acompanha o pai em algumas “pedaladas” pela cidade, que faz parte dos treinamentos de Írio e também de Letícia. O esporte, na vida da filha, também sempre foi muito presente, já que ela participou dos Jogos Escolares Brasileiros. Inclusive, há um espaço, na casa da família, que reúne centenas de medalhas e troféus, tanto de Írio quanto de Letícia.

A filha fala sobre o quanto é inspirador ver o pai ainda praticando esporte em alto nível.

“Fico muito feliz por tudo que ele está conquistando e conquistou durante esses anos, principalmente no ano de 2023, que foi algo excepcional! É muito bom ter a sorte de estar fazendo parte disso. Ele sempre me apoiou e incentivou nas competições que participei durante esses onze anos de ciclismo e só guardo memórias sensacionais disso”, declara.