Crime desvendado pela PC
Pouco mais de duas semanas após o assassinato de Wilmar Wiesner, 53 anos, a Polícia Civil de Pomerode prendeu na tarde de quinta-feira, dia 09 de janeiro, o autor do crime.
Pouco mais de duas semanas após o assassinato de Wilmar Wiesner, 53 anos, a Polícia Civil de Pomerode prendeu na tarde de quinta-feira, dia 09 de janeiro, o autor do crime.
Mateus Machado Girardi, conhecido como Gordinho, 20 anos, foi preso em sua residência, na cidade de Navegantes, após a intensa investigação da PC.
De acordo com o delegado de Pomerode, Luiz Carlos Gross, as investigações iniciaram logo após o crime procurando o dono da moto envolvida no caso. Depois do fato, as investigações foram iniciadas com a procura pelo dono da moto que foi abandonada na cidade, próximo à Pedrini Pneus. E, desde então, diversas outras questões foram descobertas até a captura de Mateus. Nossos policiais William, Rhiann, Christian, Ramon e Irineu dedicaram-se incansavelmente para a solução do caso, enaltece.
Mateus era chefe de uma quadrilha que estava envolvida em assaltos a bancos em cidades vizinhas. Inclusive, que efetuou o arrombamento em Blumenau e foi capturada em Gaspar, na segunda-feira, dia 06 de janeiro.
Por conta disso, a investigação foi avançada e três dias depois, Mateus foi preso. Já no fim do ano passado, três integrantes dessa quadrilha foram presos. No entanto, com a prisão de mais integrantes na segunda-feira, foi possível obter a informação de que Gordinho, como Mateus era conhecido, esteve em Pomerode em dezembro, explica Gross.
A informação, no entanto, ainda era insuficiente para chegar a Mateus, uma vez que os integrantes da quadrilha presa não sabiam seu nome, apenas seu apelido. Com a intensificação das investigações, um novo ponto foi descoberto. É comum que eles se tratem por apelidos, não por seus verdadeiros nomes. No entanto, obtivemos o número de telefone pelo qual Gordinho se comunicava e pudemos localizá-lo e interceptar ligações, conta o delegado.
A Polícia Civil, nesta semana, também ficou sabendo que Mateus pretendia fugir, após descobrir que a Polícia já havia pego outra parte de sua quadrilha e estava cada vez mais próxima de desvendar o crime em Pomerode e seu envolvimento no mesmo. Ficamos sabendo que outro integrante da quadrilha informou ao Mateus que ele deveria fugir e a fuga seria efetuada com o auxílio de outra quadrilha de Joinville, pois estávamos solucionando o caso, completa.
Por conta disso, o cerco foi se fechando e, através de monitoramento, os policiais descobriram que Mateus estava em Navegantes. Além disso, o veículo que ele usou no crime em Pomerode também foi localizado na cidade. Os policiais invadiram a residência dele, em Navegantes, na quinta-feira, dia 09 de janeiro. Como ele já possui um mandado de prisão em aberto em Blumenau, por conta de roubo, a prisão já estava confirmada. No entanto, na sua casa também foi encontrado drogas e objetos roubados, gerando o flagrante, explica.
Em depoimento, Mateus confessou o crime e contou com detalhes o caso. Em seu depoimento, ele alegou que a motivação do crime teria sido um desentendimento no trânsito dias antes. Mateus afirmou que ele e Wilmar havia colidido seus carros, mas sem danos, e que a vítima saiu do carro e lhe agrediu. Diante do fato, ‘Gordinho disse que em cara de homem não se bate e, por isso, voltou para matá-lo e que na hora da abordagem Wilmar reagiu e, por isso, atirou, conta o delegado.
Sobre o acidente, Mateus afirmou que estava indo à casa da sogra, em Jaraguá do Sul, para buscar a mulher, que está no início da gravidez.
O delegado de Pomerode explica que, apesar da versão dada pelo acusado, vai indiciá-lo por latrocínio, tendo em vista que havia um cômodo da Pousada revirado.
Quanto ao outro envolvido no caso, a PC dará continuidade às investigações para que o comparsa também seja encontrado. Mateus está preso no Presídio de Blumenau e pode pegar de 20 a 30 anos de pena, por conta da acusação de latrocínio, além das demais acusações.
Abordagem Policial – Mateus já havia sido parado pela Polícia, em Pomerode. No entanto, o caso ocorreu no dia 07 de dezembro de 2013, quando foi abordado pela Polícia Militar devido ao seu carro estar rebaixado.
Como rebaixamento de veículo não gera seu recolhimento, o jovem foi liberado após comprometimento da regularização da suspensão.
Mateus, no dia, apresentou-se como Lucas Girardi, nome de seu irmão e, por conta disso passou livre pela abordagem, uma vez que seu irmão não possui antecedentes criminais. Mateus já utilizava o nome do irmão por saber de sua mandado em aberto e, fazendo isso, não era reconhecido, explica o delegado.
A abordagem foi descoberta, pois após saber o nome de Gordinho, a Polícia Civil buscou o registro dele e de seus familiares. Com isso, notou que Lucas havia uma infração de trânsito em Pomerode.
O caso – Por volta das 20h do dia 24, Wilmar estava sozinho na Pousada Dein Haus, de sua propriedade, quando foi abordado por dois ocupantes em uma moto, sendo que um deles disparou um tiro em sua cabeça, o que causou sua morte.
Wilmar foi encaminhado ao Hospital e Maternidade Rio do Testo pelo Samu, com o auxílio dos bombeiros, que o medicaram e tentaram reanimá-lo durante o trajeto, mas sem sucesso.
Segundo informações, Wilmar Wiesner estava com a companheira, Gladys Sievert, e, ainda, filha e genro de Gladys na Pousada, onde seria realizada a ceia de Natal. No entanto, os três deixaram o local a fim de terminar os preparativos da noite na residência da companheira. Após ficar sozinho no local, o crime foi efetuado.
A moto utilizado foi abandonada ainda em Pomerode e os autores do crime fugiram em um Gol Branco.
Nota oficial emitida pela Delegacia de Pomerode – Diante das divergências e indagações que estão ocorrendo na rede social e na imprensa, informamos o que segue:
1 – As investigações vêm sendo realizadas pela Delegacia de Polícia Civil de Pomerode desde o dia do fato e na tarde de quinta-feira, policiais da DIC de Blumenau prestaram auxílio durante a prisão, devido ao baixo efetivo de policiais dessa Comarca.
2 – As investigações apontaram que os autores seriam de Blumenau e que já haviam praticado vários crimes de roubo naquela cidade e região, sendo estes a bancos e a residências.
3 – O autor do disparo alegou que matou a vítima por uma desavença de trânsito ocorrida dias antes, e que no dia do fato veio até esta cidade para acertar as contas. Como na linguagem policial, ele é cadeeiro, ou seja, já possui diversas passagens policiais, conhece o sistema carcerário e as leis penais. Sabendo disso, alegou que praticou homicídio, pois a pena é de 12 a 30 anos, enquanto a de latrocínio (roubo seguido de morte) é de 20 a 30. Por isso, apesar de confessar o crime, diante das provas apresentadas, inventou a história do acidente de trânsito para pegar uma pena menor, porém as investigações indicaram que o crime cometido foi de latrocínio.
4 – Quanto ao comparsa, estamos diligenciando para identificá-lo, já que o autor do disparo e cabeça da operação se negou a entregá-lo.