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Combustíveis sofrem reajuste

Nas refinarias, houve um aumento em 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel. Por isso, desde o dia 30, os consumidores já pagam mais caro para encher o tanque.

1 de junho de 2015

Nos últimos dias, os brasileiros tiveram duas notícias que mexeram nos seus “bolsos”. Uma boa e outra ruim. A boa foi o anúncio da redução na tarifa de energia de pelo menos 18% para consumidores domésticos e 32% para a indústria, feita pela Presidência da República, que já entrou em vigor no dia 24.
Por outro lado, a população não contava com o reajuste do preço dos combustíveis. Nas refinarias, houve um aumento em 6,6% para a gasolina e de 5,4% para o diesel. Por isso, desde o dia 30 de janeiro, quarta-feira, os consumidores já pagam mais caro para encher o tanque. Em nota, a Petrobras afirma que esse aumento foi definido levando em consideração a política de preços da Companhia, que busca alinhar o preço dos derivados aos valores praticados no mercado internacional em uma perspectiva de médio e longo prazo. Além disso, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado, não incluem os tributos federais CIDE e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS.
Só que o reajuste não para por aí. Dentro de, aproximadamente, 15 dias, um novo cálculo do ICMS será feito, tomando como base o novo valor médio da gasolina em todo o Estado. Por isso, o preço da gasolina ficará cerca de R$ 0,04 mais caro.

Redução – No entanto, nem só de notícias ruins o brasileiro vive neste início de ano. A partir do dia 01 de maio, o Governo Federal vai elevar a parcela de etanol na mistura da gasolina, dos atuais 20% para 25%, como uma forma de atenuar o impacto do reajuste dos combustíveis ao consumidor. Com a medida, o preço médio deve ficar em R$ 3,00.
“Por ser um produto de primeira necessidade, acredito que não haverá um grande impacto na venda dos combustíveis. O consumidor vai se adequar ao novo preço, assim como já fez em outras oportunidades. Claro, quanto mais barata a gasolina, melhor para os comerciantes. Nós apenas repassamos os reajustes, pois não podemos ficar no prejuízo”, declara um proprietário de posto de gasolina em Pomerode.
Segundo ele, já houve outros aumentos, que não foram repassados. Por exemplo, em 2012, a Petrobras anunciou um reajuste de 7,83% para a gasolina e de 3,94% para o diesel. Entretanto, como o Ministério da Fazenda isentou a comercialização destes combustíveis da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), não houve impacto no “bolso” do consumidor. “Na verdade, reajustes sempre acontecem, mas não podemos ficar aumentando o preço da gasolina a toda hora”.

Produtos de qualidade – Nosso município sempre teve a “fama” de ter uma gasolina muito cara, em relação a outras cidades. Com relação a este assunto, o proprietário esclarece que Pomerode pode se orgulhar de ter, sim, um produto de qualidade. “Na nossa região, há uma conscientização dos donos de postos em manter margens mínimas de lucro, ou seja, sem uma concorrência desleal. O que acontece é que existem um grande número de comerciantes, principalmente nas cidades vizinhas, que oferecem aos consumidores produtos suspeitos, além de fraudar a metrologia – colocar menos gasolina do que o anunciado na bomba. Com isso, claro, o preço vai ‘lá embaixo’. Só que as consequências o consumidor vai sentir mais para a frente. Por isso, preferimos manter os preços dentro da média e oferecer produtos de qualidade, pois quem ganha é a população pomerodense. Acima de tudo, há o respeito com os clientes”, enfatiza.
Além disso, é papel de cada um buscar produtos que se adequem às suas necessidades. Por isso, os comerciantes disponibilizam testes de qualidade dos combustíveis, que podem ser feitos na hora. “É um direito de o consumidor exigir este tipo de teste, pois ele saberá o produto que estará colocando no seu automóvel. Com o preço justo”, finaliza.

O que é mais vantajoso – Com o novo aumento no preço da gasolina, a pergunta vem à tona novamente: é mais vantajoso abastecer com gasolina ou com etanol (álcool)? No posto de gasolina pesquisado, o preço da gasolina estava em R$ 2,992 e do etanol, R$ 2,549.
Para fazer o cálculo, basta dividir o valor menor pelo maior. Se o resultado final for abaixo de 0,70, vale mais a pena colocar álcool no tanque do carro. “Neste caso, o valor resultou no coeficiente 0,85. Então, ainda é mais vantajoso abastecer o carro com gasolina”, acrescenta o proprietário.

Impacto na economia
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o impacto do aumento da gasolina no IPCA vai ser pequeno, cerca de 0,16% na inflação. “Os postos estão repassando algo como 4% na gasolina, porque tem a mistura. Isto é menos que a inflação. É uma elevação modesta, que vai ter um impacto muito pequeno no IPCA.”
Ainda segundo o ministro, o preço da gasolina estava estagnado há quatro anos, porque as correções eram feitas sem repassar para o consumidor as modificações necessárias. “Eu acho que tudo podia ser mais barato, mas é natural que haja reajustes. A gasolina vinha sendo corrigida e nós neutralizávamos o preço. De 2006 até agora, o produto subiu 6%, é muito menos que a inflação”, disse.
Já para a presidente da Petrobras, Graça Foster, que negociava com o governo um reajuste maior, na faixa de 7%, para a gasolina, declarou 6,6% ficaram de “bom tamanho” e proporcionarão folga de caixa à estatal. A estimativa é que os novos preços de combustível injetem cerca de R$ 7 bilhões neste ano no caixa da empresa.

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