Meio Ambiente

Cogumelo raro que pode passar de 80 centímetros é encontrado em SC

Denominada de Kusaghiporia talpae, espécie foi vista só três vezes nos últimos 14 anos

3 de março de 2025

Foto: Gustavo Diehl/Agecom UFSC/ Divulgação

Uma espécie rara de fungo, capaz de produzir um dos maiores cogumelos do mundo, foi identificada no Departamento de Botânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. O fungo, chamado Kusaghiporia talpae, é conhecido por seu chapéu, que pode ultrapassar 80 centímetros de diâmetro. A descoberta foi feita pelo pesquisador Elisandro Ricardo Drechsler dos Santos, que estuda a espécie desde 2011.

A amostra foi encontrada na base de uma árvore, perto de uma composteira. O local pode ser visitado, mas é necessário respeitar as faixas de segurança estabelecidas.

Em entrevista ao Portal G1, Elisandro comenta que estuda a espécie desde 2011 e a classifica como uma das maiores e mais intrigantes que ocorrem no Brasil. “Aqui em Florianópolis, por exemplo, eu sei de um outro que encontraram na Lagoa [da Conceição] há três anos. E, aqui em Floripa, não encontrei mais. Eu já visitei outros lugares em Santa Catarina para coletar outras amostras. Mas desde 2011 foram três espécimes só que eu vi ocorrendo”, disse.

Foto: Gustavo Diehl/Agecom UFSC/ Divulgação

Identificado em fevereiro na UFSC, o fungo está em processo de crescimento e já se aproxima de seu tamanho máximo, de acordo com o pesquisador. Na última medição, realizada em 28 de fevereiro, o cogumelo tinha 32 centímetros de diâmetro.

Elisandro acredita que este indivíduo não alcançará as dimensões de outros cogumelos da mesma espécie, uma vez que é a primeira vez que o fungo gera esse tipo de estrutura.

O fungo está muito próximo ao tronco da árvore, o que pode limitar seu crescimento devido ao contato mecânico. “Estou bem curioso para ver como ele vai se desenvolver mais”, comenta.

Uma vez maduro, o fungo tende a entrar rapidamente em decomposição. Elisandro explicou que ainda existem muitos aspectos desconhecidos sobre a biologia e o ciclo de vida do Kusaghiporia talpae. Por ser parasita, acredita-se que ele esteja ligado às raízes de alguma planta na região. Além disso, suas pesquisas indicam que o fungo aparece principalmente entre janeiro e fevereiro, ocorre naturalmente na Mata Atlântica e é uma das maiores espécies de fungos do Brasil.

Agora, os pesquisadores da UFSC planejam tentar cultivar o fungo em laboratório, utilizando a estrutura reprodutiva da unidade encontrada.

Com informações do Portal g1

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