Chuvas acarretam cancelamento dos 48º Jasc
Com dois dias de competições, a 48ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) foi cancelada devido às fortes chuvas em Santa Catarina.
Com dois dias de competições, a 48ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) foi cancelada devido às fortes chuvas em Santa Catarina. As quatro cidades-sedes (Pomerode, Timbó, Indaial e Rio dos Cedros) foram prejudicadas com alagamentos e quedas de barreiras. O período de chuvas já se estendia há cerca de dois meses na região, porém foi mais forte no último final de semana. Não foi somente o Vale do Itajaí que foi afetado, o Estado de Santa Catarina registrou várias quedas de barreiras nas rodovias, impedindo o acesso às cidades.
A decisão do cancelamento foi tomada no dia 23/11, domingo, às 20 horas, em reunião na CCO dos Jogos Abertos, no Clube Pomerode. O Secretário de Estado do Turismo, Cultura e Esportes, Gilmar Knaesel, em conjunto com diretores da Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), da Comissão Central Organizadora dos Jogos Abertos e prefeitos dos municípios-sedes da competição, decidiram pelo cancelamento da 48ª edição dos Jasc. A reunião para a tomada da decisão foi feita à luz de vela, devido à falta de energia e durou mais de cinco horas.
A situação de emergência na região do Vale do Itajaí, inclusive nas quatro cidades que realizavam o evento, forçou o cancelamento. Várias estradas estavam interrompidas e houve alagamentos em ginásios e locais de competição. Como não haverá mais tempo hábil para marcar uma nova data, os jogos de 2008 estão definitivamente cancelados.
Na manhã de domingo, 23/11, havia sido decidido que as competições deste dia seriam apenas suspensas e adiadas para o dia 24/11, segunda-feira. Mas a situação de emergência da região obrigou o cancelamento definitivo dos 48º Jasc. “No final do dia, havia 18 delegações com falta de água e luz nos alojamentos. A situação começou a fazer com que os Jasc perdessem a qualidade que prezamos. Foi uma decisão muito difícil de ser tomada, pois os Jogos Abertos têm uma dimensão muito grande. Foi frustrante para quem estava envolvido diretamente. Trabalhamos há mais de um ano e cuidamos dos mínimos detalhes”, desabafa o Presidente da CCO dos Jasc, Arlindo Ewald (Leke).
O sentimento de desânimo prevalecia nas palavras de Leke, que frisou muito a questão da dedicação e esforço para que os Jasc fossem um sucesso. “Seriam os melhores Jasc, mais ainda do que em 2004 quando Pomerode, Timbó e Indaial sediaram a competição. O evento ficaria marcado na história, pois 80% dos lugares de competição foram renovados. Tínhamos uma ótima estrutura e muitos planos. Mas as quatro cidades estavam em estado crítico. Infelizmente não deu. Quase 100% dos atletas e dirigentes entenderam a decisão”, diz Leke.
Leke conta que em dois dias de disputa já se sentia que o pessoal estava gostando do evento. “Nós queríamos ver os Jasc acontecer. Íamos realizar a competição muito melhor do que em 2004 e não tenho medo de falar isso. Estamos com o coração partido, mas cientes de que foi a melhor decisão”, diz Leke.
O Diretor Administrativo da Fesporte, Vilarinho Júnior, avalia a decisão positiva. “Foi uma forma de solidariedade com o povo catarinense, pois o Estado estava em situação crítica. A atitude foi benéfica até para o esporte. Quanto aos quatro municípios sediarem os Jasc em 2009, Chapecó já está definido. Não se sabe se abrirá mão novamente. Mas em 2011, a possibilidade está aberta, pois em 2010 quando a competição completar 50 anos voltará à Brusque, berço dos Jogos Abertos”, considera Vilarinho.
O Secretário Gilmar Knaesel afirma que o cancelamento dos Jasc foi a medida mais complicada de sua vida. “Tive que pensar no contexto geral e esquecer o local. Depois de uma morte, o clima esportivo não existia mais. A qualidade técnica também estava totalmente comprometida, principalmente o que era para acontecer fora. O lado emocional dos atletas também estava muito abalado. Foi uma decisão difícil, mas inevitável”, explica.
Em relação à sede da competição em 2009, Gilmar afirmou que está a lançada a idéia da realização nas quatro cidades do Vale do Itajaí. “Mas ainda haverá tempo para discutir a situação”, defende.
Em quase 50 anos de Jasc, somente uma vez a competição não foi realizada. Foi em 1983, em função das enchentes que aconteceram naquele ano em várias cidades do Estado. “Mas em 2008 foi a única vez que os Jasc foram mobilizados e cancelados durante sua realização. Em 1983, foram previamente cancelados”, lembra Leke.
Questionado em relação a sediar os Jogos Abertos em 2009, Leke afirma que Pomerode está disposto. “Não teríamos medo nenhum de sediar os Jasc no próximo ano, pois está tudo pronto. Mas acredito ser difícil isso acontecer, pois a competição já está marcada para ser realizada em Chapecó, que já abriu mão de sediar os Jogos Abertos neste ano”, considera Leke.
A diretora de esporte da Fesporte e coordenadora-geral dos Jasc, Lilian de Fátima Pinto, informou que os resultados obtidos nos dois primeiros dias da competição, especificamente na natação e judô, que originaram medalhas e recordes, serão mantidos. Contudo, como nenhuma modalidade foi encerrada, não será considerado o campeão geral.
O presidente da CCO dos Jascs, Arlindo Ewald (Leke), pediu que as delegações que estão alojadas nas cidades tenham calma no retorno para casa, devido aos problemas de queda de barreiras na maioria das estradas da região. “Quem tiver que ficar nos municípios-sedes, fica. Delegações só sairão com segurança”, afirma Leke.
Mais sobre os Jasc
A 48ª edição dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) reuniria cerca de 4.500 atletas de 95 cidades, que disputariam 26 modalidades e 41 troféus, nas cidades de Pomerode, Timbó, Indaial e Rio dos Cedros, de 20 a 29 de novembro. Pomerode participaria de 16 modalidades das 26 que seriam realizadas na competição, como também sediaria dez.
No total, foram investidos R$ 1 milhão proveniente de um recurso do Governo do Estado, mais aproximadamente R$ 350 mil em contrapartida das Prefeituras Municipais das cidades-sede, para receber os Jasc.