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CAPS comemora o movimento da luta antimanicomial

O dia 18 de maio marca a comemoração do movimento da Luta Antimanicomial no Brasil, como um ator social privilegiado que, incluindo usuários, trabalhadores e familiares de todo o País, conseguiu, desde os anos 80, impulsionar e fazer acontecer a Reforma Psiquiátrica brasileira. Esse processo, desde então, vem produzindo intensas…

1 de junho de 2015

O dia 18 de maio marca a comemoração do movimento da Luta Antimanicomial no Brasil, como um ator social privilegiado que, incluindo usuários, trabalhadores e familiares de todo o País, conseguiu, desde os anos 80, impulsionar e fazer acontecer a Reforma Psiquiátrica brasileira. Esse processo, desde então, vem produzindo intensas e complexas transformações no âmbito das políticas públicas de atenção em saúde mental e de reconhecidos avanços políticos, normativos e assistenciais.

O Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Pomerode, que tem sido um importante e histórico aliado, no dia 20 de maio de 2014, reiterou seu apoio à Luta Antimanicomial no Brasil. Reconhecendo as importantes transformações no modelo assistencial, operadas pela política de saúde mental das últimas décadas, através da Reforma Psiquiátrica e destacou a importância dos movimentos sociais que mantém esta luta viva, ainda inacabada, com velhos e novos desafios no horizonte.

Com a intergração entre comunidade, usuários do CAPS e suas famílias para que pudessem conhecer os trabalhos da entidade, o evento também contou com a presença da secretária de Saúde, Waltraud Hinkeldey. De acordo com a coordenadora Claudete Vieira, esta ação é importante para conscientizar as pessoas a respeito do que a instituição faz e ir contra os manicômios. É importante sempre ressaltar esta data, já que hoje houve grande evolução da psiquiatria e, portanto, dos processos de tratamento. A luta contra os manicômios deve continuar, para que este recurso terapêutico se torne mais humano explana.

Essa ação visa dar visibilidade ao que acontece nos manicômios e discutir, com base nos direitos humanos e da atenção psicossocial, as práticas de punição, e o cuidado das pessoas, que hoje, ainda estão nestas instituições, sob condições das mais adversas e contrárias ao modelo assistencial do Estado brasileiro.

 

O Movimento – O Movimento Antimanicomial , também conhecido como Luta Antimanicomial, se refere a um processo mais ou menos organizado de transformação dos Serviços Psiquiátricos, derivado de uma série de eventos políticos nacionais e internacionais. O termo costuma ser usado de modo generalizante e pouco preciso.

O Movimento Antimanicomial tem o dia 18 de maio como data de comemoração no calendário nacional brasileiro. Esta data remete ao Encontro dos Trabalhadores da Saúde Mental, ocorrido em 1987, na cidade de Bauru, no estado de São Paulo, que reuniu mais de 350 trabalhadores na área de saúde mental.

Na sua origem, esse movimento está ligado à Reforma Sanitária Brasileira da qual resultou a criação do Sistema Único de Saúde (SUS). Está ligado também à experiência de desinstitucionalização da Psiquiatria desenvolvidas em Gorizia e em Trieste, na Itália, por Franco Basaglia nos anos 60.

Política pública de saúde mental é um processo político e social complexo, composto de participantes, instituições e forças de diferentes origens que acontece em diversos territórios. É um conjunto de transformações de práticas, saberes, valores culturais e sociais, e é no cotidiano da vida das instituições, dos serviços e das relações interpessoais que o processo da política avança, passando por tensões, conflitos e desafios.

Nos séculos passados, quando ainda não havia controle de saúde mental, a loucura era uma questão privada onde, as famílias eram responsáveis por seus membros portadores de transtorno mental. Os loucos eram livres para circulação nos campos, mas, nem tudo eram flores. Eles também eram alvo de chacotas, zombarias e escárnio público.

Com o passar dos anos, começou então a discussão e luta pela implantação de serviços de saúde mental no Brasil. Foi ai então que surgiram as primeiras instituições, no ano de 1841 na cidade do Rio de Janeiro, que era um abrigo provisório, logo após surgirem outras instituições como hospícios e casas de saúde. Somente no final do século XX é que a militância por serviços humanizados consegui às primeiras implantações de Centros de Atenção Psicossocial os CAPS .

Foi em 2001 que a Lei Paulo Delgado foi sancionada no país. A Lei redireciona a assistência em saúde mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios.

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