Assaltantes da Bosch Rexroth prestam depoimento no Fórum
Um grande aparato policial postado em frente ao Fórum de Pomerode, no dia 18 de julho, chamou a atenção da comunidade.
Um grande aparato policial postado em frente ao Fórum de Pomerode, no dia 18 de julho, chamou a atenção da comunidade. Foi neste dia que aconteceu o interrogatório dos sete suspeitos de participarem do assalto à empresa Bosch Rexroth, em março deste ano. O aparato foi explicado pelo promotor Eduardo Sens, em decorrência da grande periculosidade dos acusados, pois praticamente todos têm passagem na polícia, com processos de estelionato, furto e roubo. Eles foram formalmente acusados pelo crime de roubo e formação de quadrilha. A pena pode variar de seis a oito anos de detenção. Foram ouvidos Nélson de Oliveira, Sérgio Sedrez, Luiz Dirceu Teixeira da Rosa (Batata), Alcides Zeferino (Cid), João Carlos Cirino dos Santos, Juliana Castanha de Oliveira, Dércio Ribeiro dos Santos, Gilmar de Oliveira e Holessandre Jaison Zuchi. Mais dois envolvidos ainda se encontram foragidos. Conforme o promotor, todos eles negaram a participação no assalto, sendo que Luiz Dirceu Teixeira da Rosa negou anterior depoimento na polícia, onde confessou o crime, dizendo ter feito isso porque foi torturado por policiais, versão que o Ministério Público desacredita. O próximo passo é ouvir as testemunhas de acusação e as testemunhas de defesa. Somente então será realizado o julgamento e proferida a sentença. Segundo consta da ação penal pública (com base no inquérito policial nº 050.05.000675-4) do Ministério Público, os denunciados previamente ajustados, na companhia de aproximadamente outras 10 pessoas que não se pode identificar, roubaram o caixa eletrônico do Banco Bradesco, que estava dentro da empresa Bosch Rexroth, o veículo Kangoo, placas MAY-4475, cartuchos de tinta para impressoras HP, um note book, 138 bombas hidráulicas de fabricação da empresa, quatro rádios do tipo HT e dois telefones celulares. Ainda conforme relato da ação penal, a quadrilha estudou todas as condições antes de praticar o crime. Nélson de Oliveira e Sergio Sédrez elaboraram um minucioso levantamento prévio. Para tanto, contaram com a ajuda de Luiz Dirceu Teixeira da Rosa que, mediante o pagamento de R$ 2.000,00, se encarregou de estudar o local a ser assaltado. Também foi ele que indicou a data em que os funcionários seriam pagos, de modo a obter o maior lucro possível. Assim, na madrugada do dia 31 de março, todos os denunciados entraram no pátio da empresa, com capuzes e armados de revólveres, pistolas e fuzis, renderam primeiramente um vigia e depois todos os funcionários e seguranças que estavam no local. Depois de tomarem os celulares, os denunciados trancaram as vítimas em uma sala, mantendo-as presas aproximadamente três horas. Depois passaram a carregar a Kangoo com as bombas hidráulicas, obrigando ainda alguns dos funcionários a auxiliá-los. Enquanto um grupo vasculhava o interior dos escritórios, o outro tentava, em vão, arrombar o cofre do caixa eletrônico. Utilizaram serras, marretas e até mesmo um carro, que foi arremessado contra o caixa, sem resultado. Optaram por levar o caixa eletrônico, levando-o ao sítio de Holessandre Jaison Zuchi, no interior do município de Gaspar, onde o mesmo foi aberto e o dinheiro (acredita-se que havia cerca de R$ 45 mil no caixa) dividido entre os assaltantes. Para a Promotoria Pública, a consumação do roubo só foi possível porque se tratava de quadrilha armada e minuciosamente organizada pelos denunciados Nélson de Oliveira e Sérgio Sedrez. Investigações policiais apuraram que os dois, até serem presos, lideravam uma quadrilha de assaltantes que agia por todo o Estado, principalmente no litoral norte. Nesta atividade, Nélson e Sérgio se reuniam geralmente na casa do primeiro, onde identificavam os alvos e determinavam a Luiz Dirceu que fizesse o levantamento do local, de modo que agissem com grande precisão. Dércio Ribeiro dos Santos e Gilmar de Oliveira encarregavam-se de executar as principais ações da quadrilha e de abrir os cofres no local e quando não fosse possível, em outro ambiente escolhido anteriormente. Utilizavam máquinas próprias, tais como serras circulares, furadeiras, parafusadeiras, esmerilhadeiras e chaves de fenda, além de armas de fogo de variados calibres e potencial ofensivo. Algumas delas foram apreendidas pela polícia e fazem parte dos autos. Alcides Zeferino, Gilmar de Oliveira, Juliana Castanha de Oliveira, João Carlos Cirino dos Santos, Dércio Ribeiro dos Santos e Holessandre Jaison Zuchi tinham funções de apoio e execução no momento dos roubos, agindo quer na contenção das vítimas, quer no carregamento do produto do assalto e até mesmo na vigilância. Gilmar de Oliveira também auxiliava no arrombamento dos caixas. Depois do interrogatório, os sete foram levados de volta ao Presídio Regional de Blumenau, onde irão aguardar sentença, o que deve levar a princípio, em torno de três meses.