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Neste sábado, 30 de junho, transcorre o 98º aniversário de nascimento do mais importante físico teórico do Brasil, o recifense Mário Schenberg.

1 de junho de 2015

A visão de Mário Schenberg
Neste sábado, 30 de junho, transcorre o 98º aniversário de nascimento do mais importante físico teórico do Brasil, o recifense Mário Schenberg.
Mas isso não o impediu de ser um dos mais lúcidos críticos de arte do Brasil e ativo incentivador da pintura e das artes plásticas, tendo convivido com artistas brasileiros como Alfredo Volpi, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Pancetti, Mário Gruber e Portinari, e também estrangeiros, como Bruno Giorgi, Chagall e Picasso.
Em 1939, Schenberg partiu para a Europa, tendo trabalhado no Instituto de Física da Universidade de Roma com o físico italiano Enrico Fermi (Nobel de Física de 1938). Com a aproximação da guerra, partiu para Zurique onde trabalhou com Wolfgang Pauli (Nobel de Física de 1945). A seguir, transferiu-se para Paris onde trabalhou com Frédéric Joliot-Curie (Nobel de Química de 1935) no Collège de France.
Em 1940, trabalhando com George Gamow, deu-se uma de suas mais importantes contribuições em astrofísica: a descoberta da influência do neutrino na formação de uma supernova. Ele batizou esse ciclo de reações nucleares como processo Urca. O engraçado, e tipicamente brasileiro, é a origem desse nome. Certa vez, ele brincou com Gamow dizendo que “a energia desaparece no núcleo de uma supernova tão rápido quanto o dinheiro no jogo de roletas”. Urca era o nome do cassino mais famoso do Rio de Janeiro na época.
No dia 11 de setembro de 2009, na inauguração do Centreventos Ministro Renato Archer, da Fapesc, em Florianópolis, lembrei o pioneirismo e aguda visão de futuro de Mário Schenberg. Em 1947, sob a liderança do economista e empresário Caio Prado Júnior, a bancada comunista aprovou o Artigo 123 da Constituição do Estado de São Paulo, instituindo os fundos de amparo à pesquisa no estado, visando a impulsionar o seu desenvolvimento científico e tecnológico. Esse projeto levou mais tarde à concepção da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), embrião de muitas outras, como a nossa Fapesc.
Por: Luiz Henrique da Silveira
Senador da República

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