Geral

Adeus na música caipira

Após a morte dos cantores José Rico e Inezita Barroso, família de músicos fala ao Jornal de Pomerode sobre influências da
música sertaneja de raiz

17 de março de 2015

A última semana foi de grande perda para a música nacional. Dois ícones da moda caipira, Zé Rico e Inezita Barroso, disseram adeus aos palcos, deixando saudades naqueles que acompanharam suas carreiras. Na terça-feira, 3 de março, o cantor Zé Rico faleceu aos 68 anos, vítima de uma parada cardíaca. Cinco dias depois, no domingo que se comemorou o Dia Internacional da Mulher em 8 de março, foi a vez de Inezita Barroso nos deixar aos 90 anos.

José Rico foi um cantor brasileiro de música sertaneja de raiz. Fez parte da dupla Milionário & José Rico. e também foi um grande compositor. A música Estrada da Vida, um dos maiores sucessos da trajetória da dupla, deu título a um filme que é de sua autoria. 

Inezita Barroso começou a cantar e tocar violão e viola desde pequena. Com o primeiro disco, veio também o sucesso com a caipiríssima Moda da Pinga, que se tornou a mais célebre das interpretações. Foram oitenta discos gravados durante sua longa carreira. Apresentava desde 1980 o programa de música caipira “Viola, Minha Viola”, pela TV Cultura de São Paulo.

Os cantores influenciaram gerações e suas músicas são lembradas até os dias de hoje. Exemplo disso, é uma família de músicos que vive em Pomerode, no bairro de Testo Rega, que carrega consigo as tradições da música caipira.

Foi escutando rádio que Arceni Lopes, de 55 anos, aprendeu a tocar violão ainda criança. As letras, que falam da beleza e do lado árduo do trabalho no interior, combinavam com a vida humilde que sua família levava. Arceni chegou a montar uma dupla sertaneja com um dos irmãos, mas a empreitada não pode ir adiante, pois havia a necessidade de arrumar um emprego mais garantido. Já seu outro irmão Gilmar decidiu levar a carreira artística adiante. Hoje, ele se apresenta em bares e casas de show de Santa Catarina e uma de suas composições, escrita com o também irmão, Carlos, que leva o nome de “Raiz do meu sertão”, já foi campeão de alguns festivais de música. A filha de Arceni também canta. Deu uma palhinha da música “Andorinhas” junto com o pai e mostrou que tem o sangue musical da família correndo nas veias. 

Bonito é ver a família toda reunida depois de uma festa ou apenas durante um almoço de domingo. Juntos, eles passam um tempão tocando as canções de artistas como José Rico e Inezita Barroso e trazendo a tradição da música caipira mais próxima das novas gerações.

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