Esporte

A força feminina no Mountain Bike da cidade

Atletas pomerodenses se destacam em competição, no Alto Vale do Itajaí.

10 de abril de 2022

Foto: Divulgação

A 10ª Volta de MTB de Ituporanga, disputada no último domingo, 03 de abril, mostrou a força de duas mulheres, que conquistaram excelentes resultados. Uma delas é Ana Paula Fischer que, após quase quatro anos de dedicação à modalidade, conseguiu conquistar seu primeiro troféu.

“Decidi participar desta prova, pois além de fazer parte do ranking catarinense, foi um desafio a mais. Ela exigiu muita técnica, devido à presença das trilhas, tanto para subida, quanto à descida. E como havia chovido na semana, estava bem escorregadio. Mas isso também torna tudo mais divertido, a verdadeira essência do Mountain Bike”.

Ana Paula Fischer: determinação em busca do seu primeiro pódio | Foto: Divulgação

Só que, como nada nessa vida é fácil, a pomerodense teve que lutar muito, para conquistar seu lugar no pódio. “Foi sofrido! Tive cãibras nas duas pernas em, pelo menos, metade do percurso, devido ao esforço. E para piorar, no trecho final, minha corrente pulou, devido à quantidade de lama, com minha oponente muito perto de mim. Então, decidi empurrar a bike, correndo por alguns metros, mas a perna não respondia mais, uma dor gigante. Então, subi na bicicleta e ignorei tudo, até a chegada. Acredito que esse é o momento mais importante da prova, quando você decide que vai fazer algo, não importando o quanto você sofra por aquele objetivo”.

Ana Paula conta que este troféu não foi ganho nesta prova. “Foram anos, subindo um degrau por vez, aprendendo, pegando dicas com os ciclistas experientes, treinando a parte técnica. Esse momento foi muito sonhado e foi construído. E tudo que nos exige o limite, tem um sabor a mais de vitória”, acrescenta.

A pomerodense relata que iniciou na modalidade pois precisava buscar qualidade de vida. “Tomei esta decisão num momento de saúde bem debilitada, após uma crise de estresse. Às vezes, precisamos de um susto para poder ‘virar a chave’. Eu estava bem acima do peso e sedentária, então, pedi demissão do meu emprego e procurei na bike uma forma de ter mais saúde. Simplesmente viciei! É um esporte que não tem caminho de volta, você se desafia, sofre e já está pensando no próximo ‘pedal’.  Só quem pedala, consegue entender. Uma coisa que sempre procurei fazer e que acho válido, como dica para quem está iniciando: andar com quem é mais forte do que nós, porque o que nos desafia, faz a gente evoluir. O MTB não é mais apenas um esporte, ela é um jeito de viver e uma “desculpa” para cuidar de si e do seu bem mais precioso: a saúde”, conclui.

 

Foto: Divulgação

 

Pâmela Erkmann também conquistou um troféu, na prova de Ituporanga. Para ela, todo atleta que se desafia, se supera e cruza a linha de chegada, é merecedor deste troféu. “Sinceramente, eu não esperava por tanto e confesso que pensei em desistir no meio do caminho, mas tive uma pessoa muito especial ao meu lado que, quando pedi para carregar a bike, disse: você não chegou até aqui para desistir agora! O psicológico já estava fraco e as pernas começando a doer, só que naquele momento, ganhei injeção de ânimo e o resultado está aí”.

A atleta integrante da Elemental / Pomerode Bike Team enfatiza que há tempos não competia, mas que conseguiu dar o seu melhor, na prova. Cruzar a linha de chegada, ver que consegui concluir uma prova duríssima como essa, sem nenhum dano físico ou mecânico, foi muito emocionante e motivo de muita gratidão. Ainda mais que, ao longo do trajeto, as paisagens e o contato com a natureza nos traziam força e confiança”.

 

Pâmela Erkmann: sofrimento que se transformou em paixão | Foto: Divulgação

 

Ciclista há cinco anos, Pâmela resolveu se aventurar por este mundo, por conhecer outras pessoas que já pedalavam, também. “Lembro bem do meu primeiro pedal, foi em grupo e muito sofrido, bike pesada, bastante subida, sol, chuva, frio, tudo no mesmo dia. Como gostar disso? Pois é, só andando para entender. É impossível não se apaixonar por esse mundo, onde cada desafio é uma superação e uma coleção de histórias. Por isso, enalteço a importância da equipe pomerodense nesse desenvolvimento. Lembro que quando fui convidada a fazer parte, foi um mix de sentimentos. Representar a nossa cidade e o ciclismo feminino no Mountain Bike, pelas ruas a fora, tem me motivado a dar o meu melhor sempre e me enche de orgulho”.

E para aqueles que desejam iniciar nesta modalidade, ela dá um recado muito importante. “Apenas vá! Tire da cabeça o ‘eu não vou conseguir’, não tenha medo de tentar. Se diante de todas as circunstâncias do meu primeiro pedal, eu tivesse desistido, não teria como relatar, hoje, a minha satisfação por este troféu. Então, apenas vá, você não tem noção do quanto é capaz”, finaliza.

 

Notícias relacionadas