País

VÍDEO: avião que caiu em Gramado não tinha caixa-preta; saiba como será a investigação

Investigação busca esclarecer as causas do acidente, que resultou na morte de 10 pessoas

24 de dezembro de 2024

Foto: Divulgação/Redes Sociais/Mauricio Tonetto

O avião que caiu em Gramado, na serra gaúcha, no último domingo, 22 de dezembro, não possuía caixa-preta, conforme informou o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos à Polícia Civil do Rio Grande do Sul. O acidente deixou 10 mortos, todos membros de uma mesma família, e 17 feridos, sendo que, dois deles estão em estado grave.

De acordo com o delegado Gustavo Barcello, o modelo da aeronave, de pequeno porte, não era obrigatório ter a caixa-preta, dispositivo que registra dados de voo e conversas da tripulação. “Nesse caso, a investigação precisará recorrer a outras fontes de informação para determinar as causas do acidente”, explicou o delegado.

A queda do avião deixou 10 mortos. O proprietário do avião era o empresário Luiz Claudio Galeazzi, que também pilotava a aeronave. Além dele, sua mulher, três filhas, os cunhados, a sogra e duas crianças, morreram.

Foto: Divulgação/Redes Sociais/Mauricio Tonetto

Por que o avião não tinha caixa-preta?

Segundo a regulamentação da aviação civil brasileira, apenas aeronaves civis com mais de 10 lugares, equipadas com motores a turbina e fabricadas após 1991, são obrigadas a ter gravadores de dados de voo.

A aeronave que caiu no domingo, em Gramado, era um turboélice bimotor de pequeno porte. Ele tinha 9 lugares e foi fabricado em 1990 – portanto, não se encaixa na regra da caixa-preta.

O avião era um turboélice bimotor de pequeno porte, com capacidade para nove lugares e fabricada em 1990, ficando fora dessa exigência. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirmou a ausência de obrigatoriedade. “Esclarecemos que a presença ou não de gravadores não interfere na operação ou segurança da aeronave”, informou a agência.

A Anac destacou que a obrigatoriedade de gravadores considera diversos fatores, como certificação do operador, configuração e capacidade da aeronave, ano de fabricação e quantidade de pilotos requerida.

Foto: Divulgação/Redes Sociais/Mauricio Tonetto

Sobre a investigação

O engenheiro Gerardo Portela, especialista em risco e segurança da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirmou que a ausência da caixa-preta não compromete a investigação, embora o dispositivo facilite significativamente o processo. “Há muitos outros elementos que podem ser considerados, como o histórico médico do piloto, registros de manutenção da aeronave, condições meteorológicas, histórico de voo do piloto, imagens do local e dados de radar”, explicou Portela.

O especialista também destacou que a investigação deve avaliar possíveis falhas humanas. “Os investigadores analisarão fatores que poderiam induzir a erros, como pressões para decolar, compromissos urgentes do piloto ou a complexidade de leitura do manual da aeronave”, detalhou.

Vídeo: Divulgação/Redes Sociais/Mauricio Tonetto

Com informações do portal O Estadão

Notícias relacionadas