Cultura

Uma vida dedicada às tradições de Pomerode

Da construção do clube ao título na Festa Pomerana, Edson Hille carrega no coração a cultura e as tradições de Pomerode.

9 de março de 2025

Foto: Raphael Carrasco / JP

Edson Hille sempre foi um entusiasta da cultura de Pomerode, especialmente no que diz respeito aos clubes de caça e tiro da cidade. Seu envolvimento com essas tradições começou nos anos 1990, quando foi morar na localidade de Testo Alto. Na época, a nova sede do Clube de Caça e Tiro Alto Rio do Testo estava em construção, e ele decidiu se aproximar do clube.

Para garantir sua anuidade como sócio, Edson e alguns colegas trabalhavam como seguranças nos bailes que aconteciam no antigo salão do Belz. Sua dedicação ao clube foi rapidamente reconhecida quando, ao oficializar sua filiação, demonstrou grande habilidade no bolão. Logo em suas primeiras participações, conquistou o título de Rei do Bolão, impressionando com seus resultados. O esporte se tornou uma de suas maiores paixões, e ele continuou a competir em diversas edições, representando o clube com orgulho.

A contribuição de Edson não se limitou apenas às competições. Durante anos, ele também auxiliou na construção da nova sede do Belz, dedicando seus finais de semana de folga para ajudar nas obras. Segundo ele, cerca de 80% da construção foi realizada por voluntários, enquanto, durante a semana, um pedreiro e um ajudante eram contratados para os serviços mais técnicos. “Era muito bacana, pois quando víamos a evolução da construção, nos trazia orgulho do que estava sendo feito”, relembra. A camaradagem entre os voluntários e o sentimento de pertencimento àquele espaço foram fatores que fortaleceram ainda mais sua ligação com a cultura local.

Com o passar dos anos, Edson ampliou sua participação nos eventos culturais, experimentando outras modalidades, como o tiro. Apesar de nunca ter sido sua maior habilidade, ele não deixou de se envolver. Quando as competições da Festa Pomerana começaram a incluir novas modalidades, ele decidiu se inscrever para uma delas. Sem grandes expectativas, participou da prova do lançamento do machado e, para sua surpresa, saiu vitorioso.

“Eu me inscrevi durante a semana, quando ainda tinham poucos inscritos. Passei para a fase final e, quando vi meus adversários, todos musculosos, e eu mais magrinho, pensei que não teria chances. Mas, no fim das contas, subi no palco como o primeiro campeão da competição do machado”, recorda com bom humor.

A forte ligação com as tradições locais o motivou a dar mais um passo em sua jornada cultural: concorrer à realeza da terceira idade na 39ª Festa Pomerana. Ao completar os 60 anos, idade mínima exigida para participar do concurso, prontamente realizou sua inscrição. Em seu primeiro ano de participação, foi escolhido como 2º Cavalheiro da Festa Pomerana, acrescentando mais uma experiência ao seu histórico de envolvimento com a cultura local.

Edson considera essa experiência como uma grande honra, mas acredita que a realeza da terceira idade poderia ter uma participação mais ativa em outros eventos ao longo do ano.

Edson Hille como 2º Cavalheiro da 3ª idade da Festa Pomerana. (Foto: Arquivo pessoal)

 

“Acredito que a realeza poderia estar mais presente em outras festividades da cidade. Mas, mesmo assim, foi uma experiência muito divertida. Poder cumprimentar as pessoas, conhecer turistas e levar a nossa cultura adiante foi algo muito especial”, afirma. Para ele, a Festa Pomerana é um dos principais momentos do ano para a cidade, mas seria importante que essa representatividade se estendesse para outros eventos culturais e sociais.

Com a mesma paixão de sempre, Edson já faz planos para o futuro. Ele pretende se candidatar novamente para a realeza da terceira idade na próxima edição da Festa Pomerana.

“Se Deus me permitir e minha saúde colaborar, com certeza estarei concorrendo mais uma vez. Agora, resta saber se serei escolhido pelos jurados”, conclui com um sorriso. Independente do resultado, sua trajetória segue marcada pelo comprometimento com a cultura pomerodense e pela alegria de compartilhar essa tradição com a comunidade.

Notícias relacionadas