Cultura

Uma típica casa enxaimel, do opa e da oma, nos desfiles da Pomerana

Conheça o grupo Casa do Opa e da Oma, que leva alegria e traz as famílias para os desfiles da Festa Pomerana, em uma alegoria que reproduz uma casa enxaimel

2 de março de 2025

Foto: Arquivo pessoal

Quem acompanhou os desfiles da Festa Pomerana, certamente ficou encantado com um grupo que representa toda a felicidade das famílias pomerodenses ao vivenciarem as tradições da cidade. Ainda, o grupo traz consigo uma alegoria que reproduz com riqueza de detalhes uma casa enxaimel.

Estamos falando do grupo Casa do Opa e da Oma, que participa dos desfiles típicos da Festa Pomerana desde 2020. Waldemar Radünz foi o idealizador da ideia da casinha e explica que a ideia era criar algo que representasse bem a cidade de Pomerode, que recebia cada vez mais visitantes, e também para o povo da cidade, a fim de despertar memórias.

“Pensamos no que poderíamos fazer e chegamos à conclusão de que deveríamos participar do desfile típico da Festa Pomerana. Ainda pensando de que forma seria esta participação, chegamos a cogitar as bicicletas, mas seria muito trabalho soldar e montá-las. Então pensei nas casas enxaimel e que poderíamos representá-las. Sugeri a ideia, que logo foi aceita e começamos a pensar em projetos e no que seria necessário para construí-la”, relata.

Com a ajuda de Fernando Radünz e Jeffrey Klug, Waldemar iniciou o processo de criação da casinha. Encontraram uma carretinha em Blumenau, na qual a casa seria transportada, e depois partiram para a confecção da casinha, que deveria ser o mais fiel possível às construções enxaimel.

O grupo tinha pouco tempo para finalizar a casinha, a fim de participar do desfile típico e, com o projeto, foram aceitos no desfile típico. Quem deu início ao trabalho foi Waldemar, que também contou com a ajuda de Fernando, Jeffrey e mais membros do então grupo para finalizar a Casa do Opa e da Oma.

“Havia a questão da decoração da casa, além da formação do grupo inicial, porque seria a primeira vez em que iríamos desfilar. Meu filho também ajudou neste processo, na floreira há alguns corações, então ele ajudou a pintar estes detalhes, na época com quatro anos. E ali surgiu a ideia do nome do grupo, pois havia meus filhos, os filhos do Jeffrey, e então meus pais são os avós, por isso Casa do Opa e da Oma”, relembra Fernando Radünz.

Segundo os integrantes do grupo a intenção é que fosse algo voltado às famílias, com filhos menores ou mais velhos. “Nós tentamos representar como era a tradição de ir à casa do opa e da oma, tanto que nós temos as cucas, as linguiças, tudo para mostrar essa tradição da nossa cidade, como se fosse uma visita à casa do opa e da oma, com toda a alegria em momentos que os netos visitam os avós”, destaca Fernando.

Waldemar confeccionando a casa enxaimel. (Foto: Arquivo pessoal)

 

“Na nossa casinha, nós temos as linguiças penduradas, pois antigamente era algo que tinha as casas. Além disso, fizemos questão de ter uma floreira, porque era algo que as casas sempre tinham. Eu me inspirei em uma foto, na qual eu apareci uma vez, em uma propaganda do Bradesco, onde havia uma bela floreira na janela da casa. Buscamos ter todos estes elementos, para criar uma representação que fosse fiel a uma tradicional casa enxaimel”, destaca Waldemar.

Após a primeira participação nos desfiles da Festa Pomerana, houve a parada devido à pandemia, nos dois anos em que o evento ficou suspenso. Em 2023, quando a Pomerana retornou, o grupo começou a ganhar força e a ter mais integrantes. Atualmente, contando adultos e crianças, são 32 membros do grupo Casa do Opa e da Oma.

“Hoje temos um grupo fechado e caso alguém se interesse em ser integrante, deixa o nome conosco e a gente avalia se há a possibilidade de abrir para novos membros ou não, por questão de organização interna do grupo e também das regras que precisamos seguir com a própria Festa Pomerana”, destaca Fernando.

Foto: Amanda Luiza Fotografias

 

Os membros do grupo destacam que a principal intenção do grupo é reunir toda a família não apenas no desfile, mas na preparação para ele, nas confraternizações, e em cada momento. “Temos um grupo muito bacana, com todos se respeitando muito e se divertindo em cada momento. É sempre uma alegria estar com todos unidos, com as esposas, filhos, namoradas, todos ajudando na decoração da casa, na organização, e depois celebrando juntos na hora do desfile”, enaltecem.

Além disso, parte do objetivo do grupo é unir as gerações em um momento de celebração das nossas tradições, contando com crianças e pessoas de mais idade. “Somos uma grande família, na verdade. E é muito bom, pois já despertamos nas crianças este amor pela tradição, mostrando o quanto ela pode ser divertida, o quanto é bom participar daquele momento. Inclusive, as crianças do nosso grupo já adoram os desfiles e ficam super ansiosas quando chega o dia de desfilar”, comenta Fernando.

E para que a cada ano a Casa do Opa e da Oma encante mais quem prestigie o desfile, o grupo preocupa com cada detalhe e busca sempre fazer pequenas mudanças e melhorias, sempre trazendo consigo elementos tradicionais das casas de Pomerode.

Foto: Joana Prochera / JP

 

“Temos pães, licores, a cachaça, as linguiças, o chope, além da decoração típica de uma casa enxaimel e de outros elementos como os tamancos, muito usados antigamente. Além disso, temos um banco na frente, que oferece um pouco de conforto para quem precisa se sentar durante o desfile, por exemplo uma mãe com uma criança de colo. Neste ano, colocamos também bandeirinhas da Alemanha, que foram um presente de um amigo que mora lá e trouxe como presente”, conta Waldemar.

Fernando revela, ainda, que a base do grupo é a organização e o respeito, inclusive na hora de sugerir e colocar em prática alguma ideia nova. É assim que tudo funciona perfeitamente e continua sendo motivo de alegria. “Quando há alguma ideia nova para a Casa, sempre buscamos saber se pode ser feito ou não e depois passamos ao grupo, para que seja aprovado internamente. E todos sempre tem como base o respeito mútuo”.

Hoje, vendo a trajetória do grupo e o sucesso que a Casa do Opa e da Oma faz nos desfiles, Waldemar revela que a sensação é de alegria. “É muito divertido ter este grupo e poder participar dos desfiles, vendo a alegria das pessoas, todos dançando com a gente, sorrindo, ver a animação tomando conta de todos. Chega a me arrepiar ver o quanto nos conseguimos transmitir alegria e o quanto cada um dos integrantes do nosso grupo também adora estar ali. É muito gratificante, com certeza”, finaliza.

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