Esporte

Um caminho de “subidas e descidas” até representar o Brasil em um mundial

Conheça a história de Rosa Kuglin, que começou a correr apenas para emagrecer e se tornou atleta de seleção brasileira

5 de janeiro de 2024

Foto: Raphael Carrasco / JP

Persistência, determinação e foco. Essas três palavras são essenciais na vida da pomerodense Rosa Kuglin, de 45 anos. Em 2o23, ela teve a oportunidade de integrar a Seleção Brasileira de SkyRunning, em uma competição mundial, na Itália.

Mas antes de chegar neste patamar, foi necessário muito preparo e competência durante o ano, em provas da categoria. E, este preparo, está na sua rotina de treinamentos, quase todos os dias. Rosa trabalha na empresa NETZSCH, das 7h30 às 16h30, e segue uma planilha de treinamentos diários, feitos pela treinadora. Todos os dias, a atleta acorda às 4h30m e sai para treinar, na rua. Os treinos são divididos em leves, arrancadas, morro e longos, geralmente aos sábados. Ainda, depois do trabalho, a pomerodense vai até a academia para fazer mais uma sessão de treinamentos.

“É uma rotina completa, pois além do esporte, tenho a minha família, a casa para cuidar, o trabalho e tudo mais. Treino sempre onde dá para encaixar nesse dia a dia corrido, sem trocadilhos. É disciplina, é foco, persistência. Alimentação tem que ter cuidado, bebida alcóolica só em ocasião especial que a gente toma. Também é importante o fortalecimento psicológico, para conseguir chegar aos seus objetivos”, comenta.

Rosa conta que começou a correr no ano de 2017, com o objetivo de emagrecer. Com o tempo, começou a despertar o interesse por corridas em trilha e depois em morros. Ela dividia as provas de rua com os treinamentos em locais com trechos sinuosos e elevados, e, em um determinado momento de sua vida, resolveu seguir de vez nestas categorias. No começo deste ano, Rosa passou a treinar com a treinadora Débora, que a sugeriu a participar do Skyrunning, para acompanhar melhor a evolução da atleta.

“Nessa categoria, ela poderia analisar melhor o meu desempenho, para ver onde poderia melhorar, se eram nas subidas, descidas, na trilha. Era somente um teste. Encarei um desafio, e, as provas que eu competi, foram fora de Santa Catarina. Eram provas curtas, porém com percursos sinuosos e com trechos de muitas elevações, que trazia ainda mais dificuldade”, explica a atleta.

Durante todo 2023, Rosa continuou participando das provas do Skyrunning. No começo, ela desconfiava que não iria conseguir ficar entre as 20 melhores do país, após uma sequências de provas. Porém, o resultado foi mais do que o esperado, já que a pomerodense conseguiu ser a primeira do ranking nacional de provas curtas. Foi por causa dessa sequência de bons resultados e também o 3º lugar na “Prova La Mission” uma das mais difíceis do país, que Rosa recebeu o convite da Federação Brasileira de Skyrunning.

E, quando recebeu o convite, foi um misto de emoções. Rosa conta que não sabia se aceitava, por conta do pouco tempo para planejar a viagem e também conseguir o recurso necessário para pagar o deslocamento, hospedagem, alimentação e outros, na Europa.

Porém, na segunda-feira, após motivação de seu chefe e demais colegas de trabalho, foi realizada uma rifa para angariar os recursos necessários para a viagem até a Itália.

“Meus colegas de trabalho, amigos e familiares aderiram, compraram a rifa e consegui providenciar tudo que precisava para participar da prova, lá na Itália. Realmente, foi um momento único da minha vida e só tenho a agradecer aos que me deram todo apoio e me motivaram a realizar este grande sonho”, relembra o momento de emoção.

E, na Itália, chegou o momento do grande desafio. Rosa participou da final da Skyrunner World Series, disputada na cidade de Limone. Além da pomerodense, mais sete atletas vestiram as cores do Brasil, representando o país e também a Federação Brasileira de Skyrunning.

Esposo Gilmar Kuglin e filha Izabelly são também a motivação de Rosa, no dia a dia. (Foto: Raphael Carrasco / JP)

A pomerodense participou de uma prova, que ao total, tinha 22,2 quilômetros de distância. Com o resultado final, Rosa foi a primeira atleta com melhor tempo, entre os brasileiros e ficou entre os 50 melhores do ranking geral do evento e foi a sexta colocada na categoria em qual compete.

E, por conta deste ótimo desempenho, na Itália, Rosa garantiu uma vaga em mais uma competição fora do país, desta vez, na França, em maio do ano que vem.

A atleta conta que neste ano, as corridas oficiais já se encerraram e que irá aproveitar os últimos dias de 2023 treinando, visando o melhor desempenho e bons resultados para 2024.

“Agora, estarei apenas continuando os meus treinamentos. Ano que vem promete muitas emoções. A primeira corrida será no Pico da Bandeira, seguida da corrida do Pico do Jaraguá e Forno Grande, que são consideradas provas difíceis. E, depois, em maio, já chega a Prova na França”, conclui a pomerodense.

Para finalizar, Rosa aproveitou para agradecer à família, que sempre apoia em todos os desafios.

“Eles são peças chaves para minha vida. Sem eles, a motivação não seria a mesma. Agradeço de coração ao meu marido Gilmar e minha filha Izabelly por estarem ao meu lado. É complicado, pois divido a rotina e é necessário ter um tempo com eles. Mas eles entendem e estão juntos nessa, finaliza a atleta.

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