Time máster da Chapecoense se apresenta em Timbó
Em comemoração aos 50 anos da Associação Atlética Metisa (AAMM), reuniram-se a própria associação, o Jaraguá Futsal, o Consulado da Chapecoense de Timbó e a equipe alviverde, para um fim de semana de muito esporte e integração.
Desde novembro de 2016, quando a grande tragédia do futebol mundial se abateu sobre a Chapecoense, tudo o que se relaciona a essa agremiação ganha ares mais austeros, de grande respeito e, principalmente, um sentimento de nostalgia. Pois foi exatamente isso que vivenciou a população de Timbó e região, nos últimos dias 13 e 14 de abril, quando a equipe máster do Verdão do Oeste desembarcou na região para a disputa de um jogo amistoso.
Mas não foi um evento qualquer. Em comemoração aos 50 anos da Associação Atlética Metisa (AAM), reuniram-se a própria associação, o Jaraguá Futsal, o Consulado da Chapecoense de Timbó e a equipe alviverde, para um fim de semana de muito esporte e integração. No sábado, dia 13, o Ginásio de Esportes do Parque Esportivo e Recreativo Richard Paul Junior recebeu o confronto entre a equipe da casa e o Jaraguá Futsal Sub-20, que saiu derrotado, pelo placar de 1 a 0.
Entretanto, o ponto alto do fim de semana foi o jogo entre a AAM e a Chapecoense, no domingo pela manhã, dia 14, que reuniu inúmeras lendas do futebol catarinense. Mais de 1.500 pessoas assistiram à partida amistosa, que foi vencida pela equipe do Oeste, por 4 a 0. O placar pouco importou, diante da magnitude do evento, que contou com diversas ações, ao longo dos dois dias.
A Central de Atendimento ao Sócio da Chapecoense instalou uma unidade no local, a fim de promover novas associações, com a entrega de carteirinhas personalizadas na hora. Na oportunidade, 18 novas adesões foram efetivadas, elevando para 82 o número de sócios do Consulado de Timbó, colocando-o na condição de segundo maior consulado da Chapecoense.
Fundado no fim de 2018, o grupo timboense se uniu aos inúmeros polos espalhados pelo estado, que têm como objetivo, consolidar e tornar, cada vez maior, a força verde e branca em Santa Catarina. “Esse era um sonho de Timbó, sobretudo dos funcionários da Metisa, em constituir um Consulado da Chapecoense no município, que terá como principal objetivo fazer excursões para assistir jogos na Arena Condá, promover integrações da torcida, desenvolver ações comunitárias sobretudo para auxiliar as criança”, destacou o Cônsul Ditmar Schweder, na época.
O Cônsul de São Miguel do Oeste, Matheus Orlando, também se fez presente, acompanhando os representantes da Chapecoense e promovendo a troca de experiências sobre os consulados. Além da oportunidade de festejar a promover a integração, o evento teve cunho beneficente. Quase duas toneladas de alimento foram arrecadadas e, agora, serão repassadas à Rede Feminina de Combate ao Câncer e à Apae do município.
Para Dorlei Mattei, gerente Comercial da Chapecoense e responsável pelos Consulados, a organização, receptividade e o espírito esportivo de todos os responsáveis pelo planejamento e execução do evento, além de todos os que participaram, é motivo de orgulho, reconhecimento e aplausos.
PRESENÇA POMERODENSE
O jogo teve a participação de figuras que têm seus nomes escritos na história verde e branca, como Mauro Ovelha, Rogério, Mário Sérgio, Fogueira, Reatto, Basílio, Miguel e Amaral. Só que um deles é mais do que especial, principalmente para a cidade de Pomerode, que também teve o “gostinho” de ter representantes nesta grande festa do esporte. Trata-se do zagueiro Rildo Bezerra, que conhece bem a grandeza da Chapecoense, em todos os sentidos, uma vez que fez parte do elenco do time do Oeste, entre os anos de 2002 e 2004. Segundo ele, o time passava por um momento difícil, pois tinha acabado de cair para a Série B do Campeonato Catarinense. “Chegamos com a missão de fazer a Chape retornar à elite do futebol catarinense e logramos êxito. Fomos campeões da Divisão de Acesso contra o Kindermann, de Caçador, e no mesmo ano, disputamos a fase final da 1º divisão, pois o regulamento previa isso”, comenta. Tal fato faz com que o atual gerente de esportes comunitários da Funpeel seja sempre lembrado pelos torcedores e dirigentes mais antigos do clube.
Por isso, sua presença se tornou imprescindível neste evento. “Desde quando eles iniciaram o projeto da equipe Máster da Chapecoense, que realiza jogos em toda a região sul, principalmente, o convite era feito. Mas, devido às minhas obrigações e compromissos, nunca tive a oportunidade de participar destes confrontos festivos. Aí surgiu o evento em Timbó, o que viabilizou a minha presença. Os organizadores entraram em contato comigo, se eu tinha interesse em participar e, lógico, prontamente aceitei, até porque temos uma história dentro da equipe. Por isso, foi uma grande satisfação poder participar desta festa”, relata o zagueiro.
Para o ex-jogador, vestir a camisa alviverde é sempre algo muito especial. “Nós temos uma rica história dentro de Chapecó, nos três anos que joguei lá. Era um tempo diferente dos dias atuais, mas a história está lá, escrita, e ninguém pode apagá-la. Tanto que a minha família também se sentiu emocionada com esse jogo, minha esposa e meus filhos puderam reencontrar alguns amigos que jogaram naquela passagem”.
Rildo reafirma a alegria de poder fazer parte do elenco da Chapecoense, ainda que seja na equipe Máster. Tanto que já projeta atuar em outras oportunidades pelo time do Oeste. “Pretendo, sim, jogar mais vezes, no Paraná e em Santa Catarina, conforme a nossa disponibilidade. Inclusive, com a possibilidade de participarmos de um Sul Americano, no mês de junho, na cidade de Florianópolis. Estamos estudando e, se a Chapecoense confirmar a sua participação, poderemos integrar, mais uma vez, a equipe”.
SONHO REALIZADO
Outro pomerodense que deu o “ar da sua graça” no jogo festivo foi o goleiro Eder Ramos Ribeiro. Apesar de nunca ter atuado pela equipe do Oeste Catarinense, o jogador foi convidado por um amigo e teve o prazer de vestir as cores da Chapecoense. “Foi uma surpresa e uma satisfação para mim. Um amigo meu de Ibirama me passou uma mensagem se eu teria algum compromisso no domingo pela manhã, pois haveria um jogo da Chapecoense e eles estariam precisando de um goleiro. Só que, até então, não fazia ideia da grandiosidade do evento que estava sendo realizado. Quando cheguei lá, no domingo, vi o quanto eles têm um estrutura de clube profissional, mesmo se tratando da equipe máster”, declara.
Quando atuava no futebol profissional, Eder teve a oportunidade de jogar no Estádio Índio Condá e já, naquela época, pôde ver a força que o time exerce no futebol catarinense. “Lá existe honestidade, honra, compromisso e respeito. E participar dessa atmosfera, com ex-atletas que fizeram parte da construção do clube, para mim, foi um sonho realizado. Consegui aumentar, ainda mais, a admiração que eu tinha pela Chapecoense”, afirma o goleiro.
Ribeiro também destaca que o convite para continuar participando dos jogos está aberto e que se sentirá honrado, cada vez que vestir a camisa deste conceituado clube. “Será sempre um prazer poder participar. Vamos sempre tentar conciliar com nossos compromissos com os clubes amadores, aqui da região, para que eu possa continuar participando com esse maravilhoso grupo”, finaliza.