Polícia

Professor que atuou em Pomerode é condenado por sequestro, cárcere privado e estupro de vulnerável

Caso ocorreu em agosto do ano passado e chocou a cidade.

24 de abril de 2024

Foto: Divulgação / PRF

O professor que atuou em Pomerode e que foi acusado de estupro de vulnerável, cárcere e sequestro para fins libidinosos e fraude processual foi condenado pela justiça.

O caso ocorreu em agosto de 2023 e foi descoberto após o desaparecimento da menina vítima da ação. A sentença foi publicada no dia 19 de abril e o réu foi condenado a 31 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão, em regime fechado.

De acordo com a decisão do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), o crime de sequestro foi qualificado por ter sido praticado contra menor de 18 e com fins libidinosos.

Em relação à acusação por estupro, foi aplicada a majorante de o crime ter sido praticado por pessoa que detinha autoridade sobre a vítima.

Para os dois crimes, ainda segundo o TJSC, foram sopesadas negativamente as consequências do crime, personalidade do agente, conduta social e culpabilidade.

 

Sobre o caso

Conforme o depoimento o homem condenado, ele a menina se conheceram no ano passado, mas o contato mais próximo começou a partir de maio deste ano. Nas férias de julho, eles combinaram que ele iria abrigá-la.

Na noite de 25 de agosto, ela fugiu de casa e o professor a abrigou na casa dele. Inclusive, ele havia publicado em suas redes sociais o pedido de ajuda para localizá-la.

Segundo o depoimento do homem, ele tinha um plano de se mudar para Curitiba, para fins profissionais, e iria levá-la junto. Os dois teriam planejado isso em conjunto, pelo que disse o homem, em seu depoimento.

Durante o tempo que a menina permaneceu na casa dele, supostamente desaparecida, o pai da jovem chegou a procurar o professor, perguntando se havia alguma informação sobre o paradeiro dela, se ele saberia de algo, o que foi negado pelo homem. A Polícia Civil também questionou o professor durante as buscas e criou-se a suspeita sobre ele, em termos comportamentais.

Na residência do homem também foram apreendidos aparelhos eletrônicos, que serão analisados no decorrer da investigação, a fim de que se obtenha provas mais robustas no caso.

De acordo com as autoridades policiais, na manhã de domingo, 27, por volta das 5h30min, ele teria saído de casa, enquanto a menina ficou no local. O mandado de busca e apreensão foi iniciado por volta das 7h30min/8h, mas quando a Polícia Civil e a Divisão de Investigação Criminal (DIC) chegaram ao local, aparentemente não havia ninguém.

O canil passou pela residência e, devido ao odor no local, indicou que a menina esteve lá. Naquele momento, porém, a menina ainda não havia sido localizada na casa.

Com a certeza de que a menina esteve lá, também foi passada a placa do veículo para as demais forças de segurança e, cerca de 15 a 20 minutos depois, o carro foi localizado e abordado em Joinville, pela PRF, com apoio da Guarda Municipal.

Antes de sair da casa, segundo o depoimento dele, o homem disse pra menina que sairia por cerca de duas horas e pediu para ela ficar escondida, em um fundo falso de uma cama que ele fabricou e que ela não seria localizada neste local. A orientação, ainda, era para que ela não se pronunciasse caso alguém aparecesse ali.

Ainda de acordo com o depoimento do suspeito, ele teria saído da casa naquele momento para se desfazer de um telefone celular que pertencia a ele, mas que teria sido dado à menina após as férias de julho, depois que o aparelho dela fora retirado pelos pais, para que mantivessem contato.

No depoimento, o homem também contou que, em Navegantes, ele utilizou o número, para que o sinal fosse enviado para lá, e em Joinville ele jogou o celular no rio. Depois, por dentro da cidade de Guaramirim, voltou para Pomerode, para sua casa.

Ao chegar à frente da sua residência, ele viu a Polícia Civil ali e fugiu. Em depoimento, disse que ia para Curitiba e na região de Joinville foi abordado.

Durante a abordagem, segundo a Polícia Rodoviária Federal, inicialmente, acreditava-se que a menina poderia estar no carro com ele, mas logo percebeu-se que ele estava sozinho. No entanto, ao ser questionado sobre, ele confessou que a menina estava em sua residência e informou a sua localização exata.

O homem tirou os pés de uma cama, criou um vão em uma cama box, onde ele fabricou um abrigo. Era neste local que a menina estava.

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