Potencialização de talentos artísticos na escrita e no desenho
Alunos comentam o gosto pelo desenho e pela escrita e como pensam nesta alternativa para o futuro
Fotos: Isadora Brehmer / JP
Desenvolver as potencialidades dos jovens, seja qual for a área de conhecimento, é parte do objetivo da formação deles na escola. E no meio artístico, o incentivo ao desenvolvimento dos talentos desde cedo é ainda mais importante.
Bárbara Weege e Miguel Jabez Lenzi, alunos do 3º ano do Ensino Médio, são dois alunos que possuem talentos voltados ao meio artístico, com o desenho e a escrita, respectivamente.
Desde pequena, Bárbara Weege sempre teve uma conexão especial com as artes, já que sempre gostou de desenhar, além de assistir muitos filmes e desenhos em anime ou stop motion. “Meu filme favorito, desde criança, é Coraline, assim como meu livro favorito”, revela. Essa preferência por histórias que retratam figuras fantásticas reflete diretamente em suas produções artísticas, aprimoradas com o passar do tempo.
A medida que Bárbara se aventurava no mundo dos desenhos, os pais perceberam o talento da filha e a apoiaram no desenvolvimento desta habilidade. “Eles viam potencial em mim e fui apostando nisso”, comenta. Esse suporte a encorajou a explorar sua paixão pelo desenho desde cedo, focando em retratar mulheres e figuras de sua vida, como familiares e professoras.
Com o passar do tempo, suas criações evoluíram. Hoje, ela se dedica a desenhar personagens literários, tanto aqueles que já existem quanto os que cria a partir de sua imaginação. “Gosto de criar pequenas histórias para eles. Uma vez fiz alguns personagens que viviam em uma vila na floresta, com gnomos e humanos fantasiados”, explica. Essa vila, embora simples, reflete sua capacidade de contar histórias através do desenho e do biscuit, uma técnica que ela também domina.
Desde sua infância, Bárbara experimentou diversas técnicas artísticas. “Fazia muitos desenhos em aquarela, nunca gostei muito de lápis de cor. Hoje, faço a maioria dos meus desenhos com canetas acrílicas e gosto muito do resultado final, especialmente com a sobreposição de cores”, ela lembra.
Ao longo dos anos, o desejo de seguir uma carreira nas artes se consolidou.“Sempre soube que gostaria de trabalhar com algo relacionado a artes. Pesquisando sobre cursos de ensino superior na área, encontrei o Design e acredito que seja uma formação que fica próxima do que gosto de fazer, então acho que pode ser uma área na qual vou conseguir me desenvolver”, afirma.
As inspirações de Bárbara vêm de várias fontes. “Uso muito desenhos e filmes como inspiração, especialmente as obras de Tim Burton. Quando mais nova, já tive muitos sonhos lúcidos e trouxe isso para minhas obras, também”, revela.
E com o desenvolvimento do talento, cresceu a vontade de mostrar seus trabalhos ao mundo. Exemplo disso foi sua participação no concurso sobre Antonieta de Barros, onde teve a oportunidade de criar uma obra em homenagem à figura histórica, demonstrando seu talento e seu engajamento com temas relevantes.
Por outro lado, Miguel Jabez Lenzi sempre teve uma inclinação para a escrita, embora inicialmente não compartilhasse suas criações com ninguém. “Desde pequeno eu gostava de escrever, mas até agora não dei muito da minha atenção a isso. Os primeiros textos que escrevi, não mostrei para ninguém, e até descartei alguns deles”, confessa.
Recentemente, Miguel encontrou apoio e inspiração em sua namorada, além da ajuda valiosa de sua mãe, que é escritora. “Comecei a gostar cada vez mais de escrever e, além do apoio da minha mãe, passei a ter ajuda e incentivo da minha professora. Assim, cada vez mais fui exercitando a escrita e gostando do que ia escrevendo”, relata.
Suas ideias frequentemente surgem de pensamentos espontâneos. “Anoto a ideia, para que não esqueça, e depois finalizo o texto. Normalmente, escrevo mais cordéis e algumas poesias. Inclusive, já transformei alguns de meus textos em cordéis, depois de um tempo”, explica.
Apesar de estar no 3º ano do Ensino Médio, Miguel já pensa sobre o futuro e como a escrita pode fazer parte dele. “Já me disseram que tenho talento para a escrita embora ainda esteja amadurecendo a ideia de transformar essa paixão em uma profissão. Mesmo assim, me sinto muito feliz quando percebo que as pessoas gostam do que escrevo”, confessa.
No início, Miguel sentia receio de compartilhar seus textos, mas o incentivo de sua professora foi crucial. “Uma professora me disse que eu escrevia bem e isso me deu coragem”, lembra, mostrando como um pequeno gesto de apoio pode ter um grande impacto na autoestima de um artista.