Esporte

Potencial que gerou resultados em família

Técnico de Bocha Feminina fala sobre a conquista do Primavera, no municipal feminino da modalidade

23 de agosto de 2020

Tendo o esporte como uma das suas molas propulsoras, o aposentado Ingomar Krueger, hoje com 51 anos, teve um 2011 muito especial. Naquela oportunidade, em duas modalidades diferentes, teve a felicidade de ser campeão três vezes, além de ser artilheiro em uma delas. Mas hoje, iremos relembrar uma das passagens mais emocionantes de esporte da cidade: a final do 2º Campeonato Municipal de Bocha Feminina, realizada no feriado de 15 de novembro daquele ano.

Aquela terça-feira à noite ficou marcada, por se tratar de uma grande decisão, de um campeonato que ganhava forma. Na final, ASPMP e Primavera duelaram pelo título do certame, no centro da cidade. No entanto, a festa foi das visitantes, como conta o treinador da equipe, na época. “Foi emocionante, pois não poderíamos deixar que nossas adversárias fizessem 20 pontos, que elas seriam campeãs. E como elas tinham vencido as duas primeiras parciais, a confiança delas estava em alta, além de ser um grande time, com jogadoras qualificadas. Mas, com muita persistência, principalmente da minha parte, nossas jogadoras conseguiram fazer os pontos e vencemos. Isso foi o diferencial, afinal, ser campeão na casa do adversário, é sempre emocionante”, destaca Krueger.

 

Krueger levanta, com orgulho, o troféu da competição (Foto: Arquivo JP)

No entanto, o treinador tinha uma motivação a mais para buscar aquele título: sua esposa Tânia, que também fez parte da equipe e era uma das mais experientes. “A Bocha sempre fez parte da nossa vida, tanto que nos conhecemos na Porcelana Schmidt, onde trabalhávamos, e fomos nos reencontrar em um torneio na cancha que meu pai possuía. Ela sempre esteve envolvida, por isso, foi muito importante tê-la no time. A Tânia sempre brigava comigo, pois eu cobrava mais dela do que das outras (risos), pelo fato de conhecer o seu potencial e ter essa liberdade. Ela ‘puxou’ o pai dela, que era um grande jogador e ela se tornou polivalente, tanto que ela joga no ponto e na bolada”, comenta.

 

Casal sempre esteve envolvido no esporte (Foto: Divulgação)

Relação com as atletas

Krueger relembra como foi o convite por parte do time campeão. “As meninas do Primavera queriam fazer um time para disputar a competição. Então, se reuniram e resolveram me chamar para treiná-las, o que aceitei prontamente. A gente treinava uma vez por semana, para que as atletas ganhassem experiência e a união era muito grande, inclusive, por parte dos maridos. Toda semana, um casal levava cachorro quente para a janta (risos). Isso foi fundamental para o nosso sucesso”.

Ele destaca que os principais fatores para a campanha vitoriosa foram a dedicação, vontade, força e amizade. “Era difícil alguém faltar nos treinos e mundo se respeitava. Eu, como técnico, pedia para que ela fizessem determinada jogada e ninguém questionava. O respeito era muito grande. Por isso, eu me orgulho de ter sido convidado por elas. Se me convidassem mais 10 vezes, eu iria as 10 vezes”, ressalta, emocionado.

 

Passando instruções, na final (Foto: Arquivo JP)

As lembranças daquela passagem são tão boas, que Krueger torce para que a Bocha Feminina possa retornar ao cenário esportivo pomerodense, com a força e o respeito que merece. “Não sei se teríamos o nível de anos atrás, pois muitas daquelas jogadores já pararam e novas precisam surgir. Mas acredito que vale a pena tentar, o que falta é um pouco de incentivo para que isso aconteça”.

Por isso, o aposentado faz questão de agradecer a todos que sempre os incentivaram, nestes anos dedicados ao esporte. “Em primeiro lugar, a Deus, por nos proporcionar toda essa alegria no esporte até hoje; à minha esposa Tânia, pela parceria e apoio; ao nosso filho Matheus, que sempre nos acompanhou; e aos inúmeros amigos que fizemos, em todos os times que passamos. Eu sempre jogo para ganhar, mas sei que nem sempre é possível. Mas, mesmo ficando no meio do caminho, o que fica são as amizades verdadeiras. A união no esporte é fundamental”, finaliza.

 

Equipe do Primavera, campeã em 2011 (Foto: Arquivo JP)

A decisão

Foi de tirar o fôlego. No dia 15 de novembro de 2011, terça-feira, na ASPMP (Centro), aconteceu o duelo final do 2º Campeonato Municipal de Bocha Feminina – Troféu Anita Franz. Dentro da cancha, três partidas de alto nível técnico. Fora dela, torcidas incentivando suas equipes a todo instante.

ASPMP e Primavera fizeram um jogo digno de uma decisão. Como as donas da casa precisavam vencer, pelo menos, duas parciais, já que haviam perdido a partida de ida por 2 a 1, foram com tudo para cima das adversárias. Na primeira delas, o equilíbrio prevaleceu, com o placar apontando 24 a 22 para a ASPMP. Já na segunda, nova vitória para o time da casa, só que com maior diferença de pontuação (24 a 10).

 

ASPMP recebeu um excelente público para a final (Foto: Arquivo JP)

Na terceira e decisiva parcial, a ASPMP poderia até perder, desde que fizesse 20 pontos. No entanto, prevaleceu “frieza” da dupla do Primavera que, com 24 a 12, deu o título à equipe de Testo Rega, para delírio de seus fanáticos torcedores que, literalmente, invadiram a cancha para comemorar com suas jogadoras.

A classificação final teve como campeão o Primavera, em segundo lugar a ASPMP, Cancha Regas em terceiro e Bar do Koenig em quarto. Durante o cerimonial de premiação, os familiares de Anita Franz receberam uma placa da Funpeel, em reconhecimento pelos serviços prestados ao esporte de Pomerode. No fim, os capitães e jogadoras receberam seus troféus e medalhas, finalizando mais este importante evento esportivo pomerodense.

 

Confraternização, após o jogo decisivo (Foto: Arquivo JP)

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