Polícia

Polícia alerta para golpe de fotos íntimas, em SC

Em Pomerode, casos como estes já foram relatados na Delegacia da cidade

10 de outubro de 2020

Uma conversa íntima que acaba em golpe. Na semana passada, uma ação conjunta da Polícia Civil de Itajaí e do Rio Grande do Sul, descobriu a origem de um crime de extorsão praticado no golpe da “sextorsão”/ “nudes” e prenderam um envolvido preventivamente.

Os criminosos criam perfis falsos (fakes) de garotas nas redes sociais e, a partir daí, passam a adicionar homens, na maioria das vezes, de meia idade, e começam a trocar mensagens eróticas com eles. Durante as conversas, que são realizadas através do bate-papo de aplicativos, são trocadas fotos íntimas (nudes) entre a suposta garota e as vítimas, que são enganadas pelos autores do crime.

Depois, já de posse da foto da vítima, os golpistas entram em contato e se apresentam como pai da suposta garota, ou policial, informam que a menina seria menor de idade e exigem dinheiro em troca de não registrar a ocorrência (no caso do suposto pai), ou “arquivar” a denúncia (no caso do suposto policial).

 

Caso a vítima não deposite a quantia em dinheiro exigida pelos criminosos, eles ameaçam expor toda a conversa aos familiares das vítimas, que, subjugados a essa situação, acabam efetivando os depósitos. 

Em Pomerode, de acordo com o delegado Antônio Godoi, casos desta natureza já foram relatados à Delegacia de cidade.

“As pessoas acabam pagando ao golpista para evitar o constrangimento, evitar ir à delegacia e responder um processo. Muitas vezes, elas não fazem o boletim, pois acham que quem cometeu o crime foram elas mesmos. Isso acontece com frequência, o criminoso se aproveita dessa vulnerabilidade da vítima de não querer se expor”, relata.

O advogado Stefan Klug também comenta que em um intervalo de uma semana, duas pessoas de Pomerode relataram que sofreram esse golpe. Um dos maiores receios de quem passou por essa ação criminosa é de que a pessoa, que enviou de volta uma foto íntima, após conversas com a suposta menor de idade, é ser indiciado por pedofilia ou pornografia infantil.

“É um golpe que chama bastante a atenção. O criminoso acaba fazendo chantagens à vítima e ela se sente ameaçada, pois também não quer ser exposta e acaba pagando o valor que é pedido pelos golpistas, que varia de R$ 1 mil a RS 5 mil. Outro fato, que também faz a vítima pagar, é de que uma possível exposição, pode causar transtornos familiares”, comenta o advogado.

Klug também ressalta que, caso a pessoa queira enviar algum tipo de foto ou material íntimo, é primordial ter confiança em quem irá receber essas imagens. 
“Se você não conhece a pessoa, a recomendação é evitar este tipo de comportamento. Sempre é importante verificar o número da pessoa e mais do que isso, confiar nela, para evitar vazamentos de fotografias íntimas relacionada à sua pessoa”, conclui.

 

Crimes cibernéticos

Cibercrime é o nome dado aos crimes cibernéticos que envolvam qualquer atividade ou prática ilícita na rede. Essas práticas podem envolver invasões de sistema, disseminação de vírus, roubo de dados pessoais, falsidade ideológica, acesso a informações confidenciais e tantos outros. O cibercrime compreende, também, os crimes convencionais realizados por meio de dispositivos eletrônicos ou que incluam a utilização de alguma ação digital como instrumento para a prática do crime.
A prática do cibercrime é tão comum que, segundo dados divulgados pela Norton, empresa especializada em segurança digital, cerca de 65% dos internautas já foram vítimas de alguma forma de cibercrime.

Outro golpe que também é muito praticado, ultimamente, é a clonagem de números de Whatsapp, onde o criminoso utiliza o número da vítima e se passa pelo proprietário do número, pedindo empréstimos para amigos e familiares.

 

Golpe do número clonado: golpista se passa por cohecido e solicita dinheiro. (Foto: Reprodução)

“As famílias desavisadas acabam pagando, pois acreditam que o filho está precisando, um irmão ou primo, pois esses golpistas procuram se passar por pessoas próximas da vítima. Nestes casos, é importante desconfiar e buscar identificar quem está por trás dessa solicitação”, finaliza Klug.

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